No filme “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos”, Bilbo e os anões assistem ao ataque de Smaug à Cidade do Lago. Bard foge da prisão, derrota o dragão com a flecha negra e, após a morte do Mestre da cidade, torna-se o líder dos sobreviventes, conduzindo-os até as ruínas de Dale. Thorin, obcecado pela procura da Pedra Arken, recusa-se a auxiliar os refugiados.
Nesse meio tempo, Gandalf é resgatado em Dol Guldur por Galadriel, Elrond e Saruman, que enfrentam os Nazgûl e mandam Sauron de volta para o Leste. Azog avança com um vasto exército, enviando seu filho Bolg para buscar reforços no Monte Gundabad. Legolas e Tauriel presenciam a movimentação do inimigo.
Thranduil chega com um exército de elfos exigindo riquezas, enquanto Bard tenta negociar com Thorin, que permanece irredutível. Para evitar um conflito, Bilbo entrega a Pedra Arken de forma secreta a Bard e Thranduil, porém Thorin recusa a oferta e quase assassina o hobbit.
Dáin, primo de Thorin, chega com reforços, porém o embate é interrompido pela chegada dos orcs. Anões, elfos e humanos se unem. Thorin, ao reconhecer sua avareza, conduz sua companhia para a batalha e vai confrontar Azog em Ravenhill. Fíli é assassinado por Azog; Kíli é abatido ao proteger Tauriel, que está prestes a ser derrotada por Bolg, eliminado por Legolas. As Grandes Águias e Beorn chegam para mudar o rumo da batalha. Thorin mata Azog, porém é gravemente ferido, fazendo as pazes com Bilbo antes de falecer.
Com Dáin coroado rei sob a Montanha, Bilbo retorna ao Condado. Gandalf o adverte sobre o anel, mas o hobbit disfarça sua posse. Em casa, encontra seus bens sendo leiloados, retoma a propriedade e guarda o artefato em segredo. Sessenta anos depois, já idoso, recebe Gandalf em seu 111º aniversário.
Direção
Em “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” Peter Jackson, mais uma vez, elevou todos os níveis das sequências de ação. Um exemplo disso é a cena em que os anões pegam a carroça puxada por bodes e percorrem um rio congelado, perseguidos por orcs gigantes montados em lobos monstruosos. A dinâmica com que a câmera acompanha os personagens, nessa cena, foi tão precisa que apesar de haver muita movimentação e caos, podemos assimilar com clareza tudo que está acontecendo. E suma a cinematografia nesse terceiro filme se mostrou um dos elementos centrais.
Além disso, a trama foi muito bem estruturada também, logo no início vemos a destruição da Cidade do Lago (Esgaroth), pelas chamas de Smaug. Ou seja, do final do segundo filme até o terceiro não houve nenhum hiato. A Partir disso, vemos um tabuleiro se organiza, exércitos dos Elfos, Anões, Humanos, Orcs, e Goblins começam a se mobilizar. Cada um dos lados tem suas próprias motivações, e isso foi muito bem trabalhado pelos roteiristas Fran Walsh e Philippa Boyens em conjunto com Jackson.
Apesar de Peter Jackson ter dirigido uma um superprodução de forma magistral, “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” não teve muita presença nas grande cerimônias de premiações. Particularmente falando, o filme foi bem subestimado, e não recebeu o devido reconhecimento.
Diferenças entre o livro e o filme
Quando analisamos “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” e “O Hobbit: A Desolação de Smaug” notamos diversas diferenças entre as adaptações e o livro. Nessa terceira sequência não será diferente, pois há diversos detalhes e elementos acrescentados nesse filme que divergem com relação ao livro. Algumas das principais diferenças são:
Batalha dos Cinco Exércitos:
- Livro: “A Batalha dos Cinco Exércitos” apresenta uma descrição breve do evento, sem se aprofundar em detalhes táticos ou visuais. Bilbo é ferido e perde a consciência antes do clímax, despertando somente depois.
- Filme: A batalha ocupa uma boa parte do tempo de tela, apresentando coreografias elaboradas, lutas individuais e sequências prolongadas. Bilbo testemunha uma quantidade muito maior da ação.
Bolg, filho de Azog:
- Livro: Beorn atravessa a linha de frente do exército Orc para salvar Thorin, e Beorn em sua forma de urso passa por cima de Bolg, e o mata.
- Filme: Legolas mata Bolg, cravando uma adaga em sua cabeça.
Morte do Escudo de Carvalho:
- Livro: Thorin Escudo de Carvalho é morto ao ser gravemente ferido em uma batalha contra um grande número de Orcs.
- Filme: Azog perfura o peito de Thorin com sua lâmina.
Final do filme:
- Livro: Gandalf visita Bilbo no seu aniversário de 111 anos, aparentemente o mago está sozinho.
- Filme: Gandalf juntamente com o anão mais velho da companhia, Balin, visitam Bilbo no seu aniversário de 111 anos.
Essas variações demonstram como a adaptação para o cinema ampliou e modificou aspectos da obra original a fim de gerar um impacto visual e emocional mais forte. Apesar de manter a essência da trama, o filme implementa alterações importantes em batalhas, mortes e interações, proporcionando uma experiência única que se relaciona com o livro, mas também se distancia dele em diversos pontos narrativos.
Crítica
“O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos”, em geral, teve uma recepção muito positiva por parte da crítica. Contudo, da trilogia este filme foi o que teve uma avaliação mais baixa. Muitos críticos apontaram que o filme se perde em um grande espetáculo visual. No IMDB o primeiro filme alcança 7.8/10 estrelas, o segundo filme alcançou 7.8/10 estrelas, e o terceiro alcançou 7.4/10 estrelas.
Apesar de tudo, “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” se tornou um dos maiores sucessos de 2014, e a qualidade dessa superprodução fica ainda mais evidente no decorrer dos anos ao vermos filmes com um orçamento maior que apresentam uma qualidade medíocre.
Orçamento e bilheteria de O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
Não se sabe com exatidão quanto custou o filme “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos”, mas estima-se que essa superproduções esteja na faixa de US$ 250 a US$ 300 milhões. Esse filme foi o mais caro da trilogia US$ 956 milhões, essa foi a segunda maior bilheteria de 2014, ficando atrás somente de “Transformers: Era da Extinção”. Essa terceira sequência teve o custo de produção mais alto, e a bilheteria não manteve, assim se tornou a produção menos rentável da trilogia.
Apesar de tudo, podemos concluir que “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” foi um sucesso comercial. Não desempenhou bem comercialmente só porque vem de uma franquia fortemente estabelecida, mas sim por pelo mérito, o capricho e a grandiosidade de um trabalho bem estruturado.
Trilha sonora de O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
A trilha sonora de “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” foi criada por Howard Shore, o mesmo compositor dos filmes anteriores. Em relação ao estilo, os temas não mudam muito. Em suma, temas recorrentes que visam intensificar as sequências de ação. Também podemos destacar a canção final, “The Last Goodbye”, cantada por Billy Boyd (Pippin em O Senhor dos Anéis), que funciona como uma despedida tanto dos personagens quanto da saga cinematográfica na Terra-média. De modo geral, essa trilha sonora equilibra o épico e o pessoal, proporcionando tanto a intensidade das batalhas quanto a melancolia do desfecho de uma saga.
Conclusão
Ao final de “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos”, Bilbo e Gandalf se despedem dos anões. Eles refazem todo percurso onde tiveram que passar para chegar a Erebor. Quando o pequeno Hobbit chega em sua casa após uma aventura correr por dias, enfrentar gigantes, e lutar em vastos campos de batalha, percebemos o quão pequeno é o vilarejo Bolsão. Após 9 horas de filme, ainda resta uma sensação bem interessante, uma vontade de continuar assistindo a jornada de Bilbo.
Nesse sentido, uma das mensagens mais importantes dessa obra é sobre crescimento, e como os vexames em nossos caminhos nos obrigam a amadurecer. Se Bilbo tivesse recusado o chamado de Gandalf, provavelmente, em seu aniversário de 111 anos fosse só um velho amargurado que nunca se arriscou, e nunca fez algo grandioso na vida. Por fim, Peter Jackson trouxe o melhor do Universo de Tolkien, por isso “O Hobbit” é uma das melhores trilogias do cinema. Até a próxima!