Invasão a Arrakeen
Duna: Parte 2/ Teaser Oficial - Imagem: Warner Bros.

Em Duna: Parte 2 a Casa Atreides foi destruída pelos Harkonnens, Paul Atreides e sua mãe, Lady Jessica, refugiaram-se entre os Fremen de Arrakis. Para ganhar a confiança daquele povo, Jéssica sobreviveu à tentativa do veneno mortal Água da Vida e se tornou a Bene Gesserit. Isso não apenas consolidou sua posição, mas também despertou os poderes latentes de sua filha ainda não nascida, Alya. Enquanto isso, Paul (agora conhecido como Muad’Dib) adaptou-se à vida dos Fremen, aprendeu sua língua e tradições.

Ele se apaixonou pela guerreira Fremen Chani e enfatizou o respeito dela ao mostrar o compromisso de lutar ao lado dos Fremen. À medida que o ataque a Harkonnen continuava, o Barão Vladimir substituiu Rabban pelo seu astuto sobrinho Feyd-Rautha numa tentativa de manter o controle de Arrakis. Paul liderou os Fremen em um ataque contínuo, absorvendo a produção de especiarias.

Durante um ataque, Paul se reencontrou com seu antigo mentor Gurney Halleck e descobriu um esconderijo de armas atômicas. Feyd-Rautha lançou um ataque devastador, forçando Paul e os Fremen a recuar para o sul. Lá, Paul bebeu a água da vida e entrou em coma, mas ao acordar teve visões que lhe permitiram ver o futuro, incluindo um caminho para a vitória.

Foi finalmente Paul quem despertou os Fremen para este combate mortal com os Sardaukar, não por comando, mas pela elaboração de um plano por meio do qual eles poderiam ver que tremenda vantagem estava diante deles caso a aproveitassem. Eles não lutam apenas com números; eles usaram vermes da areia e carregaram armas atômicas para a batalha contra Sardaukar, destruindo tanto sua força militar quanto seu domínio sobre o imperador cativo Shaddam IV. Terminado quando Paul venceu Feyd Rautha em um duelo até a morte e o derrotado – vencendo assim o controle da Casa Imperial.

Diretor de Duna: Parte 2

Denis Villeneuve é o cineasta que dirigiu “Duna” lançado em 2017, e novamente nesta sequência. Sua visão foi precisa no primeiro filme e, de fato, continuou assertiva no segundo filme. Posto isso, o diretor faz uso magistral do “Plano Geral” para dar ao espectador a noção de vastidão, poder, e totalitarismo. Por exemplo, na cena em que o imperador Padishah Shaddam IV chega em Arrakis para repreender o Barão Vladimir Harkonnen, em determinado momento podemos contemplar o exército do império mobilizado no lado de fora do palácio.

Outra característica bastante interessante do filme é que possui um ritmo bem lento mas não o suficiente para cair na monotonia como no caso de “Blade Runner 2049”. Villeneuve garantiu que o filme fluísse de maneira que sustentasse uma narrativa envolvente, mesmo enquanto apresenta pausas para momentos de reflexão e desenvolvimento.

Além disso, o uso ousado da paleta de cores por parte do diretor, se mostrou ainda mais original nessa sequência. Por exemplo, na cena em que o barão Vladimir vai assistir a luta de seu sobrinho (Feyd-Rautha), pela primeira vez vemos como é a atmosfera de Giedi Prime. A luz do Sol Negro que ilumina aquele planeta tira a cor de tudo que alcança com tonalidades escuras e industriais. Essa iluminação passa uma ideia da natureza opressiva e indiferente daquela sociedade.

A história de “Dune”, dirigida por Denis Villeneuve, não é apenas visual e narrativamente fiel ao seu antecessor, mas também amplia os horizontes da saga com surpreendente sutileza e criatividade. Villeneuve nos leva a um espaço: não apenas físico, mas emocional, usando técnicas como o jogo de cores e planos gerais que fazem o público se sentir parte desse universo expansivo, mas intrincado. 

Em que foi inspirado Duna: Parte 2

“Duna Parte 2”, foi inspirada no romance “Duna” publicado em 1963. A história de Duna foi criada pelo autor Frank Herbert. É incrível imaginar que um mundo tão vasto e grandioso saiu da mente de uma pessoa. Para quem sonha em escrever uma obra que resista ao impiedoso, porém, justo tribunal do tempo, essa ficção seria o ápice de sucesso que qualquer escritor poderia sonhar.

Ironicamente o sistema político no futuro distópico em que se passa Duna é baseado nos Feudos. Essa mistura de sociedade futurista em contraste com bases tão antigas para a humanidade torna a obra ainda mais genuína. Portanto, podemos ver o diferencial da trama que se perdura como um ícone da cultura pop por mais de 5 décadas.

Crítica

No último ato, Paul consegue ver o futuro em diferentes perspectivas, e assim se desenrola uma narrativa bem familiar ao culminar do filme. O herói que transcende e enxerga no futuro apenas a cruel opção de abrir mão de tudo que ama em prol do bem maior está presente em alguns filmes, como por exemplo “Vingadores: Guerra Infinita” e também em Duna: Parte 2. Dito isso, a narrativa é, acima de tudo, o ponto mais forte deste filme, se sobressaindo pela sua abordagem profunda e bem construída.

Em entrevista Eric Roth menciona a mestria de Frank Herbert em trabalhar questões de ecologia e representatividade feminina de forma tão instigante para o leitor. Em outras palavras, os roteiristas de Duna: Parte 2 resgataram a intenção do autor da obra original. Assim, a superficialidade que tanto acompanha os filmes de 2024, como por exemplo “Madame Teia” e “Rebel Moon”, está ausente em Duna: Parte 2.

Diferenças entre o livro e o filme

Duna: Parte 2 conserva os principais eventos presentes no livro, tais como a ascensão messiânica de Paul, sua aliança com Canhin, a morte do Barão Vladimir Harkonnen, e muitos outros acontecimentos. Porém, este filme contém algumas particularidades que se distancia bastante da trama original. Algumas dessas diferenças são:

O assassino do Barão Vladimir Harkonnen:

  • No livro, a irmã mais nova de Paul (Alia),  é sequestrada pelo Barão. Ela executa uma fuga daquele lugar e posteriormente acaba assassinando o antagonista.
  • No filme esse cruel e astucioso líder encontra seu fim pelas mãos de Paul, quando o mesmo lidera a invasão a Arrakeen. Paul crava sua lâmina no pescoço de Vladimir.

A personalidade de Chani:

  • No livro, Chani é uma Fremen que se torna concubina de Paul Atreides. Seu papel na trama consiste em ser o pilar emocional que dá força para o protagonista, o apoiando e aconselhando em tudo.
  • No filme, ela apresenta uma personalidade mais conflituosa e anarca que resulta em atritos com Paul em alguns momentos, apesar do romance ainda conectar os dois.

Filhos de Paul:

  • No livro, quando Paul é aceito entre os Fremen, logo ele toma Chanin como mulher. Posteriormente eles têm um filho chamado Leto, antes mesmo de Paul e os Fremen iniciarem os ataques às colheitas de especiarias do Barão Vladimir.
  • No filme, quando nosso herói finalmente chega a comunidade Fremen e conhece Chanin, posteriormente eles se apaixonam mas não é revelado em nenhum momento que Chani está grávida.

Vale ressaltar, que tudo que não aconteceu em “Duna: Parte 2” pode vir a acontecer no terceiro filme. Posto isso, o critério usado para as diferenças destacadas aqui é somente a cronologia dos principais eventos no livro. Ainda há vários outros detalhes que poderíamos citar, mas particularmente, esses foram os que mais valeram a pena.

Melhores cenas de Duna: Parte 2

Invasão a Arrakeen
Invasão a Arrakeen/ Trailer oficial – Imagem: Warner Bros.

O conto épico de “Duna: Parte 2” trouxe ainda mais cenas memoráveis se comparado ao segundo filme. A atmosfera gloriosa e mítica juntamente com com as motivações de personagens únicos possibilitou momentos emocionalmente impactantes. Alguns dos momentos mais marcante do filme ao meu ver, são:

Dominando os Vermes de Areia: Um dos costumes mais relevantes para a narrativa de Duna é o controle dos Vermes de areia, pois sem isso seria difícil para os Fremen lutar de igual para igual contra a tecnologia do império. Posto isso, a forma como Paul aprendeu a domar esses gigantes foi marcada por efeitos visuais incríveis. Portanto, tornando impressionante a forma convincente do trabalho do departamento de efeitos visuais do filme (Michael Grobe, Rhys Salcombe e Stephen James).

Invasão a Arrakeen: Para quem é fã da obra original, o momento mais esperado das obras seria o início da guerra santa. Exércitos que vão além do que a vista alcança, Fremens montados em vermes medonhos e colossais e muita destruição. Todos ansiavam por ver isso adaptado da forma mais realista possível nos cinemas. Por fim, foi exatamente isso que vimos em “Duna: Parte 2” quando a capital de Arrakis foi invadida.

Luta entre Paul e Feyd-Rautha: A luta entre Paul e Feyd-Rautha Harkonnen é um dos momentos-chave do filme. O combate é cuidadosamente orquestrado com sutileza entrelaçada com ferocidade. Cada ação tomada por ambas as partes transmite motivações, pois este duelo físico simboliza muito mais do que um choque de força bruta – representa ideologias e destinos conflitantes que logo atingem um impasse dramático.

Cada cena destacada mostrada não é apenas um acontecimento comum, mas a importância que tem em relação às narrativas futuras. Em última análise, parte do rico e intrigante universo de Arrakis rendeu cenas espetaculares.

Trilha Sonora de Duna: Parte 2

A trilha sonora de Duna: Parte 2 é dirigida pelo veterano Hans Zimmer, e vendo o álbum como um todo podemos perceber que se destaca pela sua volatilidade. Em uma rica entrevista promovida pela ilustre Vanity Fair (disponível no Youtube), podemos ver um pouco da jornada do maestro e a importância do apoio de seus parceiros. Por exemplo, a voz que recorrentemente ecoa fundo das cenas de Duna: Parte 2 pertence ao vocalista Loire Cotler. Podemos ouvir a voz profunda da cantora na faixa Loire Cotler. 

Ainda nesta mesma entrevista, o maestro cita “A Time of Quiet Between the Storms” como uma melodia que representa a saudade. Mas, ao assistir a essa adaptação pude notar que na mesma faixa um sentimento de espiritualidade que, novamente, se assemelha a algumas das faixas musicais de Avatar. Além disso, o músico trouxe inovações para alcançar notas antes impossíveis com tal instrumento, como por exemplo o Duduk Armenio.

Conclusão

Duna: Parte 2 acima de tudo explora o significado das crenças, cultura, e sociedade. Em suma, o filme nos convida a ver com outros olhos o que motiva as sociedade distintas, entrar em guerra uma com a outra. Dessa maneira, a escassez de recursos, hegemonia econômica, e a sobreposição de culturas está presente em todo filme. 

De fato, se a prioridade em evitar tentativas superficiais de representatividade for preservada não só pelo diretor, mas também por todos os envolvidos no projeto de Duna, os futuros lançamentos derivados desse universo conquistaram uma legião cada vez maior de fãs.

Em última análise, além de expor a humilde visão desse redator sobre “Duna: Parte 2” espero ter ajudado você a se aprofundar ainda mais nesse universo rico em detalhes. Até a próxima!

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