Membro do Sindicato dos atores (SAG-AFTRA) fazem protesto em apoio a greve de roteiristas.
Membro do Sindicato dos atores (SAG-AFTRA) fazem protesto em apoio a greve de roteiristas.

O Sindicato dos Roteiristas da América (WGA), instituição que representa os roteiristas dos Estados Unidos, e a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), associação que representa os principais estúdios de Hollywood, anunciaram nesse domingo que chegaram a um acordo provisório que poderá pôr fim a greve dos roteiristas, que já dura 146 dias ou quase 5 meses. A greve, que começou em 2 de maio desse ano, já é a mais longa desde a paralisação de 1988.

Membro do Sindicato dos Roteiristas fazendo piquete em frente ao Sunset Bronson Studios em de Maio desse ano. Foto de Gilbert Flores via Getty Images
Membro do Sindicato dos Roteiristas fazendo piquete em frente ao Sunset Bronson Studios em de Maio desse ano. Foto de Gilbert Flores via Getty Images

Segundo nota divulgada pelo WGA nesse domingo à noite, as duas instituições chegaram a um acordo que cobre todos os pontos da negociação. “Chegamos a um acordo provisório sobre um novo MBA (Acordo Básico Mínimo) para 2023, o que significa um acordo, a princípio, em todos os pontos da negociação”, diz a nota do WGA.

Agora, o comitê que representa o Sindicato nas negociações deve decidir se recomenda a aceitação do acordo e o envia para aprovação dos conselhos do Sindicato dos Roteiristas da América do Leste e também do Oeste, já que ambas as alas do Sindicato funcionam de forma semi-independente. Se o comitê resolver recomendar a aceitação do acordo, ambas as alas do WGA podem voar a aprovação do acordo já nessa próxima terça-feira, pondo fim oficialmente a greve.

O fim da greve dos roteiristas pode não significar retorno aos trabalhos

Um ponto nevrálgico tanto para o Sindicato quanto para a AMPTP é se, com o fim da greve, os roteiristas voltaram imediatamente ao trabalho. A Aliança de Produtores de Cinema e Televisão, obviamente, tem interesse de que a volta ao trabalho seja imediato, já que a paralisação tem causado um prejuízo bilionário aos estúdios. Contudo, a situação pode não ser tão fácil assim de se resolver. Já que a moratória imposta pelo WGA, que impede que qualquer profissional filiado ao Sindicato trabalhe, pode não ser suspensa mesmo com o fim da paralisação.

Membro do Sindicato dos atores (SAG-AFTRA) fazem protesto em apoio a greve de roteiristas. Foto de Mario Tama/Getty Images
Membro do Sindicato dos atores (SAG-AFTRA) fazem protesto em apoio a greve de roteiristas. Foto de Mario Tama/Getty Images

Isso porque, os afiliados ao WGA se solidarizam com os atores que estão em greve desde 14 de julho. Essa, inclusive, é a primeira vez, desde 1960, que roteiristas e atores fazem uma greve ao mesmo tempo. Assim, além do tempo de ratificação do acordo (se ele for aprovado), o fim total da greve pode só ocorrer após o Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG-AFTRA) e o AMPTP chegarem também a um acordo.

Muitos especialistas da indústria, no entanto, acreditam que o possível fim da greve dos roteiristas pode incentivar o SAG-AFTRA e o AMPTP a voltarem a mesa de negociações e a, finalmente, chegarem a um acordo que colocará fim a greve dos atores. Até lá, o prejuízo financeiro de todos continuará. Só para se ter uma ideia, calcula-se que ambas as greves já tenham causado um prejuízo de cerca de 5 bilhões de dólares a economia da Califórnia, estado norte-americano onde está localizado Hollywood e que depende bastante economicamente da indústria do entretenimento.

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