A Nielsen divulgou hoje que, nesse mês de julho, pela primeira vez na história, o “share” das plataformas de streaming superou o “share” da TV por assinatura nos Estados Unidos. A Nielsen é a principal empresa medidora de audiência televisiva nos Estados Unidos e é parecida com o antigo “IBOPE”, que, por muitos anos, mediu a audiência televisiva aqui no Brasil.

O chamado “share” é a participação que cada canal ou plataforma de entretenimento tem na audiência e é medido em porcentagem. Por exemplo, se um canal de televisão tem 10% de “share” isso quer dizer que 10% dos televisores ligados naquele momento estão assistindo àquele canal. Nesse último mês de julho, pela primeira vez, o share das plataformas de streaming superou o share do conjunto dos canais por assinatura norte-americanos. Isso quer dizer que, em julho desse ano, a maioria das pessoas assistindo a uma produção audiovisual o fazia através de uma plataforma de streaming. A vantagem dos streamings foi pequena, mas é histórica e representa um marco na mudança de hábitos de consumo do público norte-americano.

Os números divulgados hoje pela empresa Nielsen.

Segundo a Nielsen, no mês passado, 34,8% das pessoas que consumiram um produto de entretenimento audiovisual o fizeram por meio de uma plataforma de streaming, contra 34,4% das pessoas que o fizeram por meio de um canal de TV por assinatura. Além disso, 21,6% das pessoas que consumiram um produto de entretenimento audiovisual em julho o fizeram através da televisão aberta tradicional. Já o restante, 9,2% de pessoas, consumiram produtos audiovisuais por outros meios.

Netflix ainda é a preferida do público norte-americano

Entre as plataformas de streaming, a líder de mercado ainda é a Netflix, que apesar de estar passando por uma forte crise foi a plataforma preferida de 8,8% das pessoas que utilizaram uma plataforma de streaming nos Estados Unidos em julho desse ano. Em segundo lugar, ficou o YouTube com a preferência de 7,3% dos consumidores de streaming e a Hulu, que foi a preferida de 3,3% daqueles que consumiram streaming nos Estados Unidos em julho.

Duas gigantes do setor e que prometem crescer bastante nos próximos anos, a Prime Video e a Disney+ ficaram, respectivamente, na quarte e quinta posições na preferência do público americano em julho, sendo preferidas por 3% e 1,8% dos americanos que consumiram streaming no mês passado. A HBO Max ficou em sexto lugar entre as plataformas de streaming mais assistidas pelos americanos em julho, sendo preferida por 1% deles. O restante, 10,2% de share foi dividido entre diversas outras plataformas de streaming menores. Além disso, segundo a Nielsen, em julho, seguindo a tendência dos meses anteriores, todas as quatro grandes plataformas de streaming (Netflix, YouTube, Hulu e Prime Video) melhoraram seu “share” em relação ao mês anterior.

5ª temporada de Stranger Things
Imagem da 5ª temporada de Stranger Things. Série cuja popularidade ajudou as plataformas de streaming a superar, pela primeira vez, os canais de TV por assinatura na preferência dos norte-americanos.

Ainda segundo a Nielsen, o fato de o streaming ter superado, pela primeira vez, a TV por assinatura na preferência dos americanos se deveu a diversos fatores. Incluindo o fato de que julho foi um mês “frio” para a TV tradicional, com poucas atrações significativas e sem nenhum evento esportivo importante, já que os esportes mais populares na terra do Tio Sam ainda estão em pré-temporada. Isso, gerou pouco interesse do americano médio pela televisão tradicional. Enquanto isso, o mês de julho foi marcado pela estreia de diversas atrações populares nas plataformas de streaming, incluindo o lançamento da quarta temporada da série Stranger Things, que bateu diversos recordes de audiência na Netflix.

Em agosto, é esperado que o começo da temporada de futebol americano, injete um gás a mais na programação da TV por assinatura nos Estados Unidos que, por isso, ela possa eventualmente recuperar, pelo menos momentaneamente, o topo da preferência dos americanos. Contudo, é inegável que o feito do streaming nesse último mês de julho é apenas mais um passo na tendência de migração do público da TV tradicional para o streaming, fato que já vem ocorrendo há alguns anos.

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