the-mandalorian
Imagem: The Mandalorian/ Reprodução

Se existe algo em que a grande maioria dos fãs de The Mandalorian concordam, é que o final de sua segunda temporada foi realmente incrível. A aclamada série do Disney+ terminou em grande estilo, resgatando  personagens da franquia e distribuindo fan-services de uma maneira muito bem contextualizada.

The Mandalorian se passa após a queda do Império Galáctico liderado por Palpatine, que foi retratada em “Star Wars: O Retorno de Jedi”, e antes do surgimento da Primeira Ordem, como visto em “Star Wars: O Despertar da Força”.

A série nos mostra a trajetória de Din Djarin, um caçador de recompensas mandaloriano, que atua nos limites da Nova República. Em uma de suas missões, ele acaba encontrando um ser misterioso que precisará de sua ajuda para escapar das mãos de conspiradores que desejam se aproveitar de suas habilidades.

A criança chamada Grogu, que ficou mais conhecida como “Baby Ioda” é dotada de vários poderes especiais, além de ser dono de um super carisma e uma fofura extrema. Em pouco tempo o personagem conquistou uma legião de fãs e ganhou seu espaço cativo dentro da cultura POP.

Em meio à busca de Din Djarin em aprender mais sobre as origens de Grogu para devolve-lo ao seu povo, os dois serão perseguidos por Moff Gideon, um ex-governador do Império cuja vida mudou depois que a aliança rebelde destruiu a segunda Estrela da Morte.

Levando os principais elementos do faroeste clássico para o universo de Star Wars, o seriado encontrou sua fórmula perfeita na dupla Din Djarin e Grogu, que se mostraram ótimos protagonistas e de cara, conquistaram os fãs da franquia.

Além disso, The Mandalorian se utiliza de vários gêneros como terror, chambara/samurai, assalto e suspense que vão sendo utilizados pelos diretores ao decorrer da trama e acabam por trazer um dinamismo e um diferencial para a série.

the-mandalorian-baby-yoda
Imagem: The Mandalorian/ Reprodução

Por esse motivo, embora estejam muito bem amarrados pelos roteiros, os episódios são bem diferentes entre si em tom e ritmo, o que torna a experiência incrivelmente cativante e cheia de reviravoltas.

A série teve oito episódios na primeira temporada onde eram disponibilizados um capítulo por semana e a segunda temporada, também com oito episódios, que teve sua estreia em 30 de outubro de 2020 no serviço de streaming Disney+.

Uma segunda e incrível temporada

A segunda temporada se utilizou muito dos “fan-services” para chamar a atenção, ao contrário das referências moderadas feitas no ano anterior, dedicando episódios inteiros à personagens como Ahsoka Tano, Bo-Katan Kryze e Boba Fett.

Sem perder sua essência, The Mandalorian conseguiu entregar mais uma temporada em alto nível. Desenvolvendo suas próprias histórias e ao mesmo tempo se misturando à mitologia emblemática de Star Wars, a série se estabelece como uma das melhores produções da franquia e também uma das mais bem aceitas pelos fãns.

O último episódio da segunda temporada entrega o maior fan service de The Mandalorian e parece ter encerrado a história de Din Djarin e Grogu. Por outro lado a série reintroduz um de seus personagens mais icônicos, que parece apenas ter começado sua caminhada nesta fase de expansão do universo Star Wars.

A criação e a produção da série The Mandalorian

The Mandalorian foi criada por Jon Favreau (diretor da trilogia Homem de Ferro) para o serviço de streaming Disney+ e estreou em novembro de 2019, sendo a primeira série live-action derivada da franquia Star Wars. O cineasta assinou o contrato em março de 2018, servindo como escritor, showrunner e produtor executivo juntamente a Dave Filoni, Kathleen Kennedy e Colin Wilson.

George Lucas, o criador do universo Star Wars, já teria começado o desenvolvimento da série em 2009, mas na época ela foi considerada cara demais para ser produzida. Após vender sua produtora Lucas Film para a Disney Company, o projeto pode ser retomado e no final de 2018 iniciaram-se as filmagens no Manhattan Beach Studios, na Califórnia.

the_mandalorian
Imagem: Din Djarin e Grogu/ Reprodução

A empresa de efeitos visuais Industrial Light & Magic desenvolveu a tecnologia StageCraft especialmente para a série, utilizando cenários virtuais e uma parede de vídeo com 360º para criar os ambientes. Desde então a mesma técnica vem sendo adotada por outras produções do cinema e da televisão.

O Unreal Engine 4 é um motor de jogo desenvolvido pela Epic Games que foi utilizado para criar os fundos digitais. Este processo consegue tornar a renderização dos efeitos visuais mais rápida do que normalmente seria possível para uma série de ação.

O elenco de The Mandalorian

Vale a pena começar dando ênfase para a atuação de Pedro Pascal que mesmo com o capacete mandaloriano quase que em 100% do tempo de tela, conseguiu traduzir a personalidade de Din Djarin. O ator que foi destaque vivendo Javier Peña na série Narcos da Netflix, entrega um personagem carismático e imprime uma gravidade única em suas entonações vocais.

Além de Pascal, The Mandalorian também conta com as brilhantes atuações de Gina Carano como Carasynthia “Cara” Dune, Nick Nolte como a voz de Kuiil, Giancarlo Esposito como Moff Gideon, Emily Swallow como “A Armeira”, Carl Weathers como Greef Karga, Omid Abtahi como Dr. Pershing e Werner Herzog como “O Cliente”.

Porém, um dos maiores e inesperados destaques da série, talvez tenha sido o humorista Bill Burr na segunda temporada da série. Reprisando seu papel de ex-atirador de elite do Império, o comediante adiciona novas camadas ao personagem, cuja história é aprofundada de maneira emocionante.

Embora já tenha mostrado todo seu talento de atuação em Breaking Bad e O Rei de Staten Island, o ator se destaca brilhantemente no penúltimo episódio da temporada, roubando a cena em um dos capítulos mais memoráveis da segunda temporada. É graças a ele que antigos membros do Império ganham identidade e opiniões, algo que foi pouco desenvolvido na franquia até aqui.

Dando as caras depois de 15 anos, o ator Temuera Morrison também se supera ao mostrar um Boba Fett cansado, mas tão habilidoso e casca grossa quanto em seu auge na primeira trilogia Star Wars.

Bo-Katan
Imagem: Katee Sackhoff como Bo-Katan Kryze/ Divulgação

Katee Sackhoff também retorna ao seu papel como Bo-Katan Kryze, personagem que dublou em Clone Wars e Rosario Dawson faz uma estreia emblemática na franquia, conseguindo expressar toda a experiência e melancolia de Ahsoka Tano.

A origem dos mandalorianos

Quem assistiu os filmes da franquia, conhece os mandalorianos como sendo a origem dos caçadores de recompensa Jango e Boba Fett. Pai e filho protagonizaram alguns dos principais momentos da saga, o primeiro servindo como matriz genética para o exército de clones da República em “O Ataque dos Clones” e o segundo vendendo Han Solo congelado em carbonita ao gângster Jabba O Hutt em “O Império Contra-ataca” e “O Retorno de Jedi”.

Mas até então não se conhecia muito sobre a mitologia deste povo, que viria a ganhar seu próprio arco nas séries animadas “Star Wars: The Clone Wars” e “Star Wars: Rebels“, sendo que cada uma delas se passa em uma era diferente na cronologia do universo Star Wars.

Oriundos do planeta Mandalore, a história dos mandalorianos é envolta por guerras e mesmo com a tecnologia avançada e um sistema planetário grande o suficiente para acomodar toda a raça, sua sociedade evoluiu em perpétuo conflito, com diversos clãs disputando pela supremacia.

Apesar do isolamento em relação ao restante da galáxia, a ocupação mandaloriana nos demais planetas do setor, levou ao inevitável contato com a República Galáctica e mais especificamente, com os Jedi. Essas relações nunca foram pacíficas, chegando ao ponto de terminar em um conflito armado que ficou conhecido como a “Guerra Jedi-Mandaloriana”.

Foi nesse momento que surgiram não apenas as famosas armaduras de aço beskar, mas também do popderoso Darksaber. O lendário artefato foi criado por Tarre Vizsla, o primeiro Jedi mandaloriano e trata-se de um sabre de luz negro que é capaz até mesmo de romper o plasma de sabres de luz normais após alguns golpes.

Tarre Vizsla
Imagem: Tarre Vizsla com o Darksaber/ Reprodução

Leia também:

Unidos contra um inimigo comum, foi questão de tempo até que os mandalorianos conseguissem retomar seu sistema e durante algum tempo a paz reinou entre os clãs do planeta.

Porém, com a morte de Tarre Vizsla, as diversas casas voltaram a guerrear entre si, desta vez tendo armamentos muito mais avançados e meios de destruição em massa. Estes eventos resultaram na devastação completa do ecossistema de Mandalore, com efeitos similares aos de um inverno nuclear.

Com a ascensão do Império Galáctico como regime dominante, junto ao seu poderio militar, uma sociedade fragmentada como a mandaloriana não conseguiria oferecer resistência ao enfrentar ocupação.

Tendo aprendido muito com o Cerco a Mandalore no final das Guerras Clônicas, o imperador Palpatine selecionou alguns dos principais clãs locais para fazerem parte da armada e exército em seu regime.

O fato é que o modo de vida tradicional do povo mandaloriano, baseado no conflito perpétuo entre os clãs, havia se mostrado um fracasso perante ao poder militar e soberano conquistado pelo Império Galáctico.

Nessa época houve um movimento ainda pequeno que tentava se aliar à diversas células rebeldes, a proposta da Aliança era simples: juntar sob a mesma bandeira, todos que se opunham à tirania imperial.

Naturalmente, os mandalorianos se mostraram resistentes, mas a presença de Sabine Wren entre as lideranças do movimento conseguiu convencer alguns deles, principalmente o clã Wren, do qual ela fazia parte.

Após a queda do Império e a ascensão da Nova República, alguns Mandalorianos passaram a viver escondidos temendo a retaliação por parte da Nova República. Um desses grupos foi chamado de ” a Tribo “, que manteve um esconderijo no planeta Nevarro.

No entanto, eles foram forçados a se mudar depois de revelar-se para proteger um dos seus integrantes, no caso Dij Djarin. A Tribo foi eventualmente exterminada por um remanescente imperial, porém alguns de seus membros conseguiram sobreviver.

A importância de Boba Fett no universo Star Wars

Boba Fett é um clone inalterado do caçador de recompensas Jango Fett e foi o primeiro representante dos mandalorianos a aparecer em um filme do universo Star Wars. Boba foi feito por clonadores no planeta Kamino e era fisicamente idêntico aos soldados clones criados para o Exército da República.

Jango concordou em ser o modelo genético para o exército da República, mas em troca pediu para que um dos clones não passasse por modificações genéticas, como condicionamento comportamental e aceleração de crescimento.

Os cientistas kaminoanos atenderam seu pedido e criaram um clone que foi criado como filho de Jango, aprendendo com ele as habilidades de combate necessárias para um dia se tornar também um caçador de recompensas.

Jango Fett foi morto durante a Batalha de Geonosis e Boba Fett jurou vingança contra o Mestre Jedi Mace Windu por ter matado seu pai, se unindo a um grupo de caçadores de recompensas, que incluía também Aurra Sing e Bossk.

boba-fett-star-wars
Imagem: Boba Fett/ Reprodução

Seu plano para matar Windu falhou, e Boba percebeu que tinha ido longe demais na tentativa de matar o Mestre Jedi. Depois de cumprir uma breve pena na prisão, ele formou uma equipe de caçadores de recompensa e passou a assumir várias missões.

Após a ascensão do Império Galático, Boba Fett ganhou a reputação de caçador de recompensa mais mortal da galáxia. Sua armadura ajudou a manter as histórias sobre os mandalorianos vivas pela Galáxia, após o Império tomar o planeta Mandalore.

Ele foi contratado por Darth Vader para eliminar Luke Skywalker, até então o piloto desconhecido que destruiu a Estrela da Morte. Boba seguiu Luke até a casa de Obi-Wan Kenobi, eles tiveram uma luta e Skywalker conseguiu fugir, mas o caçador ouviu seu nome e contou essa descoberta ao Lorde Vader.

Na época da Guerra Civil Galática, Boba trabalhou para Jabba, o Hutt e pouco depois da Batalha de Hoth, ele e outros caçadores de recompensa receberam a missão de localizar Han Solo, na esperança de usa-lo para atrair Luke Skywalker em uma emboscada. O plano se mostrou bem-sucedido com Solo capturado em Bespin e congelado em carbonita para ser levado à Tatooine.

Depois dos aliados da Aliança montarem um resgate no planeta, uma batalha estourou sobre o Grande Poço de Carkoon. Boba lutou contra os Rebeldes e foi jogado para dentro do Sarlacc.

Boba Fett sobreviveu à queda, mas acabou perdendo sua armadura, que foi vendida para o xerife Cobb Vanth e posteriormente entregue ao caçador de recompensas Din Djarin como troca por sua ajuda em matar um Dragão Krayt.

Boba Fett reapareceria no final da segunda temporada da série The Mandalorian, sendo interpretado pelo ator Temuera Morrison.

O futuro dos mandalorianos com Boba Fett no Disney+

Dave Filoni foi diretor do criticado longa animado “A Guerra dos Clones”, mas também foi criador de duas das melhores animações da franquia, “Clone Wars” e “Rebels”. O cineasta é um dos grandes responsáveis por trazer de volta, um personagem que sempre foi querido pelos fãs, o caçador de recompensas Boba Fett.

Criado em 1978 para um especial de Natal de Star Wars, ele apareceu pela primeira vez em uma animação que mostrava Luke, C-3PO e R2-D2 buscando encontrar Han Solo e Chewbacca em um planeta inóspito.

O seu visual, assim como sua capacidade de enganar tanto Solo quanto Luke, agradaram aos fãs e não demorou para que o personagem ganhasse protagonismo no Universo de Star Wars.

Após o sucesso da primeira temporada de Clone Wars, o diretor reintroduziu Boba Fett no segundo ano da animação, no episódio “Armadilha Mortal”. Infiltrado em meio a outros jovens clones, ele cria uma armadilha para se vingar de Mace Windu, que foi responsável pela morte de seu pai.

O arco de Boba se estendeu por mais dois capítulos que serviram para aprofundar o personagem e aproxima-lo da versão mostrada em “O Império Contra-Ataca”. “Clone Wars” explorou a personalidade de Fett e também, como o fato de ver seu pai ser assassinado por um Jedi, moldou seus ideais e suas crenças.

Dave Filoni não levou em conta, parte das tramas desenvolvidas nos livros e quadrinhos sem contradizer o que George Lucas havia feito no cinema. Mesmo com apenas três episódios, o arco de Boba em “Clone Wars” plantou as sementes para seu retorno em The Mandalorian.

Com um papel mais ativo como produtor na segunda temporada da série criada por Jon Favreau para o Disney+, Filoni ajudou a desenvolver um Boba Fett incrivelmente próximo ao criado pelo imaginário dos fãs.

Apesar de demonstrar o cansaço da vida por causa das batalhas que travou, Boba se mostrou, nos últimos capítulos do seriado, ser fiel à promessa que fez a Din Djarin, atravessando a galáxia com ele para resgatar Grogu da posse de Moff Gideon.

Com o final da segunda temporada de The Mandalorian e o anúncio de uma série derivada, chamada The Book of Boba Fett, serão muitas as possibilidades para a expansão do personagem no Universo Compartilhado de Star Wars.

Ainda não sabemos se The Mandalorian irá ter uma continuação, mas temos a certeza de que a reputação criada por Boba Fett há 42 anos foi enfim resgatada e o legado dos mandalorianos, assim como sua mitologia poderão continuar a ser aprofundados pela nova série do Disney+.

the-mandalorian-14-boba-fett-headshot
Imagem: Boba Fett em The Mandalorian/ Reprodução

E aí aficionados, tudo pronto para as próximas descobertas sobre a história dos mandalorianos em The Book of Boba Fett.

Então não marque bobeira!!!

Fique por dentro de todas as novidades sobre o Universo Compartilhado de Star Wars em nossa página Proddigital POP e também siga nossas redes sociais InstagramTwitterFacebook para não perder nenhuma novidade no universo incrível da cultura POP!!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui