Ainda Estou Aqui vence o Oscar de Melhor Filme Internacional

Walter Salles e Fernanda Torres no tapete vermelho do Oscar 2025 por Ainda Estou Aqui
Walter Salles e Fernanda Torres no tapete vermelho do Oscar 2025 por Ainda Estou Aqui - Imagem: Arturo Holmes/WireImage/Getty Images

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS) revelou neste domingo (2) os vencedores do Oscar 2025, a mais prestigiada premiação do cinema mundial. Um dos destaques da noite foi Ainda Estou Aqui, que conquistou o prêmio de Melhor Filme Internacional, marcando a primeira vitória do Brasil nessa categoria.

Além de ser um grande sucesso no Brasil, Ainda Estou Aqui se tornou um fenômeno global e agora entra para a história do cinema. Afinal, com a vitória no Oscar 2025, o filme reafirma a força do audiovisual brasileiro no cenário internacional, celebrando uma conquista inédita para o país.

O longa concorria em três categorias e superou produções de destaque, como Flow, vencedor de Melhor Filme de Animação, e Emília Perez, o filme com mais indicações da noite. Além disso, também estavam na disputa A Garota da Agulha e A Semente do Fruto Sagrado, tornando a competição ainda mais acirrada.

Continue depois da publicidade

Walter Salles (Central do Brasil), diretor do filme, subiu ao palco para receber a estatueta e fez um discurso emocionante. Por fim, agradeceu às atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, destacando a importância do cinema brasileiro e a conquista para a cultura nacional.

Ainda durante sua fala, Salles mencionou Eunice Paiva, figura central da história retratada no filme. Esposa do ex-deputado Rubens Paiva, sequestrado e assassinado durante a ditadura militar, Eunice simboliza a resistência. Enquanto isso, o diretor declarou: “Ela continua nos guiando e nos protegendo. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro mostram que a arte também é uma forma de resistência. Essa vitória é para essas três mulheres”.

“O filme não foi apenas reconhecido, mas também a cultura brasileira, a nossa forma de fazer cinema e a literatura por meio do livro. A música brasileira – com Erasmo Carlos, Gal Costa e Caetano Veloso – deu ainda mais significado às cenas. Demoramos sete anos para contar essa história, que sabíamos ser necessária. Essa jornada é sobre a memória de uma família e de um país que passou por 21 anos de ditadura”, disse Salles. Veja o momento lendário a seguir:

Desse modo, Ainda Estou Aqui se tornou a primeira produção brasileira a vencer um Oscar, consolidando um novo capítulo para o cinema nacional em um feito histórico.

Desde 1945, o Brasil recebeu diversas indicações ao Oscar, sendo a primeira pela canção original de Ary Barroso no filme Brazil, dirigido por Joseph Stanley. Além disso, outras indicações notáveis incluem Rio (2012) e Central do Brasil (1999), este último protagonizado por Fernanda Montenegro.

A indicação de Fernanda Montenegro como Melhor Atriz por Central do Brasil foi um dos momentos mais marcantes para o Brasil na premiação. Naquela ocasião, o prêmio ficou com Gwyneth Paltrow por Shakespeare Apaixonado. Entre 1945 e 2025, o país acumulou 35 indicações para 22 filmes, até finalmente conquistar sua primeira estatueta.

Antes da cerimônia, ainda no tapete vermelho, Fernanda Torres concedeu uma entrevista à repórter oficial da Academia, Amelia Dimoldenberg, no tapete vermelho do Dolby Theatre. A atriz comentou sobre o Oscar acontecer simultaneamente ao Carnaval brasileiro, brincando: “Os brasileiros estão enlouquecidos! Quero ser a rainha do Carnaval”.

Continue depois da publicidade

Ao falar sobre sua conexão com Fernanda Montenegro, sua mãe e única outra atriz brasileira indicada ao Oscar, Torres afirmou orgulhosa: “É incrível, não é? E ambas trabalhando com o mesmo diretor! Devemos muito a Walter Salles. Acho que tenho DNA de indicada”. Desse modo, veja o vídeo a seguir:

Ainda Estou Aqui não é apenas um sucesso de crítica, mas também um fenômeno de bilheteria no Brasil e no exterior. Afinal, o filme se consolidou como um blockbuster internacional, conquistando público e especialistas com sua história emocionante e sua importância histórica.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o longa retrata a trajetória da família Paiva, marcada pelo desaparecimento do pai, Rubens (Selton Mello), durante a ditadura militar. Assim, a narrativa acompanha Eunice (Fernanda Torres) criando os filhos enquanto busca respostas sobre o paradeiro do marido, abordando a dor da perda e a resistência diante da opressão.

O elenco conta com talentos como Valentina Herszage, Luiza Kosovski, Bárbara Luz, Guilherme Silveira e Cora Ramalho, que interpretam os filhos na infância. Na fase adulta, os personagens ganham vida por meio de Olivia Torres, Antonio Saboia, Marjorie Estiano, Maria Manoella e Gabriela Carneiro da Cunha.

Vale lembrar que agora, Ainda Estou Aqui já tem data para chegar ao streaming. Afinal, após sua vitória no Oscar 2025 como Melhor Filme Internacional, o Globoplay anunciou que o longa estará disponível em seu catálogo a partir de 6 de abril.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja também:

Nós usamos cookies e outras tecnologias, conforme nossa Política de Privacidade, para você ter a melhor experiência ao usar o nosso site. Ao continuar navegando, você concorda com essas condições.