10 filmes sobre o autismo para entender mais sobre o tema

Colagem com filmes sobre altismo
Colagem com filmes sobre altismo.

Hoje, dia 2 abril, é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data foi oficialmente adotada pela Organização das Nações Unidas em 18 de dezembro de 2007, sendo reconhecida oficialmente pela organização, que incentiva todos os seus países membros a tomarem medidas para auxiliar na conscientização sobre o autismo e na aceitação da pessoa autista. No Brasil, desde 2018, o 2 de abril também é oficialmente reconhecido como o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo.

Colagem com filmes sobre altismo
Colagem com filmes sobre autismo.

O autismo ou Transtornos do Espectro Autista (TEA), como é oficialmente denominado por cientistas, psicólogos e médicos, é um conjunto vagamente definido de distúrbios do neurodesenvolvimento, caracterizados por desafios na interação social, comunicação verbal e não verbal e, muitas vezes, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Outras características comuns do TEA incluem, respostas incomuns a estímulos sensoriais e uma preferência pela “mesmice” ou adesão incomum a rotinas.

Filmes sobre o autismo

Muitos são os filmes que apresentam personagens que sofrem com Transtornos do Espectro Autista (TEA) ou que tratam sobre o assunto, seja de forma ficcionalizada ou documental. Hoje, em homenagem ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, nós trazemos para vocês uma lista de 10 ótimos filmes sobre o tema. São filmes que podem ajudar o espectador a entender melhor o que são os Transtornos do Espectro Autista (TEA) e também conscientizá-lo sobre os desafios enfrentados pela pessoa autista. Esperamos que gostem de nossa lista, que vocês conferem a seguir.

1 – Rain Man (1988)

Esse é provavelmente o mais famoso e bem-sucedido filme protagonizado por um personagem que sofre com algum Transtorno do Espectro Autista. Na obra, Tom Cruise vive o inescrupuloso, insensível e ambicioso Charlie Babbitt que descobre que seu pai, com quem ele não fala há anos, morreu e deixou uma herança multi-milionária. Contudo, o problema é que seu pai, sabendo de seu caráter, deixa toda a fortuna para seu irmão mais velho, Raymond, um “autista savant” que vive internado em uma instituição médica e de cuja existência, Charlie nem sequer estava ciente.

Cena do filme Rain Man (1988).
Cena do filme Rain Man (1988).

Na esperança de ganhar a custódia do irmão e assim ter acesso à fortuna deixada pelo pai, Charlie resolve tirá-lo da instituição e levá-lo para Los Angeles. Como Raymond não viaja de avião, a viagem tem que ser feita de carro. E é nessa viagem que a vida e o comportamento de ambos os irmãos mudam para sempre. Criado por Barry Morrow, o personagem Raymond é baseado em Kim Peek, um famoso “savant” que tinha uma memória primorosa e outras habilidades incríveis.

Além de apresentar um personagem autista, Rain Man também apresenta ao público a chamada “Síndrome de Savant”, que acomete alguns autistas. Nela, a pessoa apesar de possuir enormes dificuldades intelectuais em algumas áreas, como se vestir, se comunicar, etc., apresenta habilidades excepcionais em outras, como memória fotográfica, grande capacidade de fazer cálculos matemáticos ou incríveis habilidades artísticas.

Cena do filme Rain Man (1988)
Cena do filme Rain Man (1988).

O papel de Raymond em Rain Main, deu a Dustin Hoffman, o segundo Oscar de Melhor Ator de sua carreira. Além disso, o filme foi o grande vencedor do Oscar daquele ano, vencendo oito estatuetas, incluindo as de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Original. Rain Man também venceu diversos outros prêmios importantes, incluindo o Globo de Ouro e o Urso de Ouro no Festival de Berlim. O filme é até hoje o primeiro e único a vencer o Oscar de Melhor Filme e o Urso de Ouro em um mesmo ano.

Além do sucesso junto à crítica, Rain Man foi também um enorme sucesso de público. O que, inclusive, ajudou a desmistificar um pouco os Transtornos do Espectro Autista (TEA) e a Síndrome de Savant. Produzido a um custo aproximado de 25 milhões de dólares, a obra arrecadou cerca de 400 milhões nas bilheterias do mundo todo, se tornando o filme mais assistido do ano de 1988.

2 – O Garoto que Podia Voar (1987)

Se você assistia ao Cinema em Casa nos anos 1990 e início dos anos 2000, é bem possível que você já tenha assistido a esse filme. Na obra, Lucy Deakins interpreta Milly Michaelson, uma adolescente de 14 anos que se muda para uma nova casa após a morte de seu pai. Enquanto ela e sua família tentam se adaptar a nova vida, ela conhece Eric Gibb (Jay Underwood), um autista não-verbal (ou seja, que não se comunica por palavras) que acredita que pode voar e que vive na casa ao lado com seu tio alcoólatra.

Cena do filme O Garoto que Podia Voar (1987)
Cena do filme O Garoto que Podia Voar (1987)

Um drama pesado, mas, ao mesmo tempo, sensível, O Garoto que Podia Voar contava com um elenco respeitado e tratava de forma delicada de temas difíceis como luto, suicídio, doença mental e bullying. Elogiado pela crítica na época de seu lançamento (o filme foi bastante elogiado pelo respeitado crítico americano Roger Ebert), O Garoto que Podia Voar não foi tão bem assim nas bilheterias e não conseguiu nem sequer recuperar nos cinemas o que foi gasto em sua produção. Contudo, a obra teve mais sorte quando chegou as locadoras de vídeo e à televisão e com o tempo acabou tendo suas qualidades reconhecidas e se tornando um clássico cult.

3 – Código para o Inferno (1998)

Até agora, falamos de dois dramas, mas agora falaremos de um filme de ação. Código para o Inferno foi lançado em 1998 e é protagonizado por Bruce Willis. Nós, inclusive, falamos brevemente desse filme, quando listamos os mais importantes filmes da carreira do ator. Na obra, Simon Lynch, um garoto autista de nove anos inadvertidamente “quebra” um código militar ultra-secreto ao decifrar um sofisticado quebra-cabeças dado a ele por sua professora. Por esse motivo, a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos passa a considerar o garoto uma ameaça a segurança nacional e manda agentes para matar ele e sua família.

Cena do filme Código para o Inferno (1998).
Cena do filme Código para o Inferno (1998).

Simon, no entanto, escapa e passa a ser protegido pelo agente do FBI Art Jeffries (Bruce Willis), que acaba também descobrindo uma enorme conspiração por trás da história. Apesar de não ter agradado muito a crítica da época, o filme fez um moderado sucesso de bilheteria. O destaque de Código para o Inferno fica, no entanto, para a incrível interpretação de Miko Hughes como Simon Lynch. O ator consegue reproduzir com brilhantismo diversas características de quem sofre de algum Transtorno do Espectro Autista, como a dificuldade de olhar no olho de seu interlocutor, a obsessão por rotinas repetitivas e a dificuldade de se expressar e se comunicar.

Código para o Inferno certamente não é o mais brilhante filme da carreira de Bruce Willis e nem tampouco é o melhor filme sobre autismo ou protagonizado por um autista que você encontrará por aí. No entanto, é um filme interessante não apenas pela atuação de Hughes, mas também por ser um dos poucos filmes de ação que tem um personagem principal autista. Por isso, achamos que vale bastante a pena para quem curte filmes do gênero.

4 – Tão Forte e Tão Perto (2011)

Lançado em 2011, Tão Forte e Tão Perto conta a história de Oskar Schell, um garoto autista de nove anos que mora em Nova York e é muito ligado a seu pai, que o incentiva a brincar com jogos de caça a pistas, afim de estimular sua curiosidade e incentivar o desenvolvimento de sua capacidade de comunicação. Oskar, no entanto, perde o pai nos ataques de 11 de setembro de 2001. Um ano depois, vasculhando o guarda-roupa do pai, o garoto encontra um envelope com uma chave dentro. Convencido que aquilo é mais um dos enigmas deixados pelo pai, Oskar decide partir em uma expedição pela cidade na esperança de desvendar o mistério.

Cena do filme Tão Forte e Tão Perto (2011)
Cena do filme Tão Forte e Tão Perto (2011)

Dirigido por Stephen Daldry e escrito por Eric Roth, Tão Forte e Tão Perto possui um elenco estelar que conta com atores talentosíssimos como Tom Hanks, Max Von Sydow, Sandra Bullock, Viola Davis e John Goodman. Por tudo isso, não é de se surpreender que o filme tenha sido indicado ao Oscar de Melhor Filme, em 2012. Além disso, o filme também foi um sucesso moderado de bilheteria, arrecadando cerca de 55 milhões de dólares durante o período em que foi exibidos nos cinemas. Vale muito a pena assistir a Tão Forte e Tão Perto. Contudo, prepare o lenço, porque esse é um daqueles filmes feitos para chorar.

5 – Temple Grandin (2010)

Agora vamos falar de um filme feito para televisão e baseado em um personagem real. Temple Grandin, é um drama biográfico sobre a vida da acadêmica que dá nome ao filme. Grandin, que era autista, foi uma das principais precursoras no campo do estudo do comportamento animal e foi também inventora de diversas técnicas inovadoras que mudaram para sempre a forma como é feito o manejo de gado e de locais de abate.

Cena do filme Temple Grandin (2010).
Cena do filme Temple Grandin (2010).

Por seu trabalho, Grandin foi premiada por diversas instituições ao redor do planeta, sendo eleita em 2010 pela famosa revista Time uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. O filme sobre a sua vida produzida pela HBO fez jus a sua bem-sucedida vida e carreira. Lançado em 2010, a obra foi extremamente elogiada pela crítica especializada, recebendo 100% de aprovação no Rotten Tomatoes e a nota 84 de 100 no Metacritic.

Além disso, Temple Grandin foi indicado nas principais categorias do Emmy Awards (principal premiação da televisão americana) de 2011, vencendo nas categorias de Melhor Filme Feito para Televisão, Melhor Ator em um Filme ou Minissérie, Melhor Atriz em um Filme ou Minissérie, Melhor Direção em um Filme, Minissérie ou Especial, entre outras. No Globo de Ouro do mesmo ano, o filme também foi indicado em algumas das principais categorias reservadas a produções televisivas, vencendo na categoria de Melhor Atriz em um Filme para Televisão ou Minissérie. Vale a pena assistir não só pela história real, mas também pela incrível atuação de Claire Daines, na pele de Grandin.

6 – Tudo que Quero (2017)

Tudo que Quero conta a história de Wendy, uma jovem autista extremamente inteligente e fanática pela série Guerra nas Estrelas. Wendy mora em uma residência coletiva em São Francisco, nos Estados Unidos e passa seus dias escrevendo um roteiro baseado em Guerra nas Estrelas, que ela pretende inscrever em um concurso promovido pela Paramount Pictures, na esperança de ganhar um prêmio de 100 mil dólares.

Cena do filme Tudo que Quero (2017).
Cena do filme Tudo que Quero (2017).

Quando sua irmã mais velha, Audrey, a visita para informar que vai vender a casa onde elas cresceram e que não pode levá-la junto para morar com ela, Wendy resolve ir para Los Angeles entregar pessoalmente o roteiro a Paramount, na esperança de receber o dinheiro e impedir a venda da casa. Tudo que Quero estreou em pouquíssimos cinemas dos Estados Unidos e só foi ter uma chance real com o público quando foi lançado em DVD/Blu-Ray e também quando chegou as plataformas de streaming.

O filme vale a pena ser visto devido a sua história interessante e também devido as ótimas interpretações tanto de Dakota Fanning, na pele de Wendy, quanto de Toni Collette, na pele de Scottie, a diretora da residência coletiva onde Wendy mora e que faz de tudo para encontrar a garota quando ela foge do local.

7 – Em Um Mundo Interior (2018)

Em Um Mundo Interior é um documentário brasileiro lançado em 2018 e que tem uma proposta bem interessante, acompanhar a vida de sete famílias que convivem com membros que possuem algum Transtorno do Espectro Autista (TEA). Através dessas sete famílias, a obra tenta apresentar a diversidade do autismo e também dos autistas, mostrando desde pessoas com autismo clássico até outras com autismo de alto desempenho, afim de mostrar a diversidade e a complexidade do espectro e também as dificuldades particulares de cada família.

Cena do filme Em Um Mundo Interior (2018).
Cena do filme Em Um Mundo Interior (2018).

Além disso, Em Um Mundo Interior tenta também apresentar uma experiência sensorial diferente para o espectador a fim de tentar fazê-lo compreender como cada autista enxerga e interage com o mundo ao seu redor. O filme vale muito a pena ser assistido por quem quer conhecer melhor o mundo autista e também para todos aqueles que gostam de bons documentários. Isso tudo, sem falar que o filme é bem “curtinho”, tendo apenas cerca de 1h15 de duração. Dar para assistir de uma vez só com tranquilidade.

8 – Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador (1993)

Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador foi o primeiro grande sucesso da carreira do hoje renomado ator Leonardo DiCaprio. No filme, o ator interpreta “Arnie” Grape, um adolescente autista que vive em uma pequena cidade dos Estados Unidos e que pertence a uma família com diversos problemas e dificuldades. Arnie tem como base de sustentação o seu irmão Gilbert (interpretado por Johnny Depp), que mesmo com a pouca idade, se tornou o “chefe da família” após o suicídio do pai. Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador é um drama pesado que conta com atuações ótimas de todos os membros do elenco.

Cena do filme Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador (1993).
Cena do filme Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador (1993).

Por seu desempenho no filme, inclusive, DiCaprio recebeu a primeira indicação ao Oscar e ao Globo de Ouro de sua carreira, na categoria de Melhor Ator Coadjuvante. Além disso, a obra recebeu elogios rasgados da crítica especializada sendo citado em várias listas de melhores filmes do ano de 1993 e recebendo comendas de críticos renomados como Roger Ebert e Jane Maslin. Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador é mais um filme que vale muito a pena ser assistido, mas que requer preparo emocional do espectador.

9 – Life, Animated (2016)

Life, Animated é um documentário premiadíssimo sobre a vida de Owen Suskind, uma autista não-verbal. Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos três anos de idade, Owen não conseguia interagir nem se comunicar com o mundo. Quase sem esperanças de conseguir encontrar alguma forma de fazer o filho interagir com o mundo externo, os pais de Owen descobrem um modo através dos filmes de animação, especialmente os desenhos da Disney. Através desses filmes, Owen consegue não apenas entender o mundo a sua volta, mas também criar suas próprias histórias. O filme segue a vida de Owen e sua família, mostrando os desafios do seu dia a dia e como, a medida que ele vai crescendo, o rapaz descobre que o mundo real é muito mais complexo do que aquele mostrado nos filmes da Disney.

Cena do filme Life, Animated (2016).
Cena do filme Life, Animated (2016).

Life, Animated foi considerado um dos melhores documentários lançados em 2016, recebendo elogio unânime da crítica especializada. No Rotten Tomatoes, inclusive, o filme mantém uma aprovação de 94%. Como resultado disso, o filme foi indicado ao prêmio de Melhor Documentário em praticamente todas as principais premiações do ano, incluindo o Oscar. Uma obra-prima do gênero, o filme vale muito a pena ser assistido por qualquer um que se interesse pelo tema ou que goste de um bom filme.

10 – Farol das Orcas (2017)

Farol das Orcas é uma co-produção entre Argentina e Espanha e conta a história de uma mãe que, tentando fazer com que seu filho autista encontre uma conexão emocional e consiga interagir e se comunicar com o mundo ao seu redor, se muda para a Patagônia para que ele possa ter contato e conviver com as orcas que frequentam a região. Lá, além das orcas, eles encontram também um guarda-florestal que tem uma relação especial com esses animais.

Cena do filme Farol das Orcas (2017).
Cena do filme Farol das Orcas (2017)..

Farol das Orcas é um filme delicado e belíssimo, com uma fotografia e paisagens de tirar o fôlego. Além disso, é baseado em fatos reais, já que o guarda-florestal e biólogo Roberto Bubas realmente existiu e sua relação com esses animais fez com que ele recebesse o apelido de “Encantador de Orca”. Assim como também existiu o garoto autista que através do contato com as orcas finalmente conseguiu se comunicar com o mundo ao seu redor. Por tudo isso e pelas paisagens incríveis que são mostradas no filme, Farol das Orcas vale a pena ser assistido.

Conclusão

Esperamos que vocês tenham gostado da nossa lista. Existem muito mais filmes envolvendo a temática dos Transtornos do Espectro Autista (TEA) e que podem ser usados em um próximo texto sobre o tema. Por enquanto, é só. Se você gostou do texto ou se tem alguma sugestão de filme para uma futura lista, deixe seu comentário abaixo.

Respostas de 2

  1. Parabéns pelo trabalho bem direcionado, exclarecedor e orientador e função da divulgação de tema “TEA. “. Sou Pai de 2 meninos Autistas, ja assisti 70% dessa lista , muito bem escolhida para divulgação e informação.

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