A estreia de Adam Warlock foi durante a “Era de Prata” dos quadrinhos, sendo que já apareceu em mais de quatro décadas de publicações da Marvel. Suas primeiras participações foram em”Qarteto Fantastico” #66-67 em 1967 e “Thor” #165-166 de 1969.
Warlock foi criado pela “dupla dinâmica” Stan Lee e Jack Kirby e sua personalidade seria melhor desenvolvida por Roy Thomas e principalmente por Jim Starlin. Suas aventuras começariam na revista Strange Tales #178-181 de fevereiro a agosto de 1975 e continuariam em Warlock com títulos relançados de outubro de 1975 a novembro de 1976.
“Ele”
“Ele” se trata um ser artificial criado em um casulo como parte de uma experiência de cientistas renegados que formaram a organização conhecida como Enclave. Eles utilizavam um complexo científico conhecido como A Colméia que fica localizado na Ilha Shard no meio do Oceano Atlântico.
O objetivo dos cientistas era criar um “ser perfeito” que ficaria sob o controle deles, mas mesmo estando dentro de seu casulo, “Ele” já percebeu as más intenções do experimento e ao sair, destruiu o complexo matando todos os cientistas.
“Ele” não possuía maturidade nem discernimento pois não tinha relações de parentesco ou mesmo uma infância e nem um passado sequer. A criatura então se teleporta para o espaço e acaba cruzando o caminho de Lade Sif e Thor.
“Ele” decide que Sif deveria se tornar sua esposa, entrando em uma batalha onde quase é morto pelo Deus do Trovão e precisando se refugiar em um novo casulo para sobreviver.
Pouco tempo depois Adam Warlock seria revivido pelo Alto Evolucionário, um super geneticista criador de toda uma nova raça intitulada por ele como Novos Homens.
Warlock é levado para a Contra-Terra, que se trata de uma cópia da Terra original criada pelo Alto Evolucionário, em uma tentativa do próprio de deter o Homem Fera que disseminava o mal e o caos pelo novo planeta.
Foi o Alto-Evolucionário batizou “Ele” com seu novo nome, Adam em uma referência ao bíblico Adão e Warlock que significa Bruxo, para que os homens temessem seu poder. Ele também seria presenteado com a misteriosa joia da alma.
O Homem Fera crucifica Warlock, mas ele consegue recriar um casulo para se recuperar e salvar o destino da Contra-Terra. O herói então volta ao espaço para continuar seu papel como “Messias Cósmico” nos diferentes planetas necessitados.
Após reaparecer como convidado especial na revista O incrível Hulk #177-178 de julho à agosto de 1974, Adam Warlock recebeu uma nova série criada por Jim Starlin que foi aclamada pelos críticos e até os dias atuais é considerada um clássico conhecido como “A Saga de Magus”.
A trama envolve o personagem em um épico de guerra contra a corrupção da Igreja Universal da Verdade comandada por Magus, além de também mostrar uma versão demagógica e louca do supervilão Thanos.
O personagem ganharia sua própria série em Warlock e a Guarda do Infinito, criada por Starlin e desenhada por Angel Medina que durou de fevereiro de 1992 à agosto de 1995 totalizando 42 edições com o próprio Jim Starlin escrevendo os primeiros 31 números.
Adam Warlock também protagonizou The Warlock Chronicles #1-8 de julho 1993 à fevereiro de 1994 com Starlin e outros diversos desenhistas, além de uma mini-série chamada Warlock vol. 5 que foi de novembro de 2004 à fevereiro de 2005 escrita por Greg Pak e desenhada por Charles Adlard.
“Ela”
A versão feminina do herói foi conhecida como Paragon ou Kismet e foi a segunda tentativa do Enclave de criar artificialmente um ser superpoderoso em sua Cidadela da Ciência “A Colmeia”, sendo que a primeira tentativa foi “Ele” que mais tarde se tornaria Adam Warlock.
O Enclave pretendia criar um ser superpoderoso que pudesse controlar, mas Paragon anulou o controle do Enclave e afundou o quartel-general da Colmeia antes de se incubar em um casulo muito parecido com o que Warlock costumava fazer.
Na história de 1992 ” Operação Tempestade Galáctica “, ela ajuda Quasar e voluntariamente guarda os Portões Estelares que ameaçam a existência da Terra, se envolvendo em uma briga com a Capitã Marvel e também com o Super-Skrull .
Durante suas aventuras com Quasar, um herói portador das Faixas Quânticas (uma tecnologia alienígena antiga que concede ao usuário um poder incrível), adotou o nome de Kismet e lutou contra a Frota Negra destruindo o planeta Scadam.
Mais tarde “Ela” viria ao resgate de seus três criadores no Beehive e ao curá-los em casulos, eles se tornariam super-humanos de pele dourada também. Os quatro juntos, viajariam então pelo espaço.
Durante um tempo “Ela” esteve sob o controle do supervilão Crucible em Genosha e neste período levava o nome de Ayesha.
“Ela” podia armazenar e manipular a energia cósmica para varias funções, incluindo a projeção de raios de força e capacidade de vôo. A energia cósmica aumenta seus atributos físicos a níveis sobre-humanos e aumenta seu metabolismo e sua força vital, impedindo-a de envelhecer e tornando-a praticamente imortal.
A trilogia do infinito
Entre os anos de 1991 e 1993 a Marvel Comics publicou a chamada Trilogia do Infinito que talvez seja um dos arcos mais clássicos envolvendo Adam Warlock e a Guarda do Infinito. A saga é composta por Desafio Infinito, Guerra Infinita e Cruzadas Infinitas.
A história serviu como inspiração para os filmes Vingadores: Guerra Infinita de 2018 e Vingadores: Ultimato de 2019 (apesar de não trazer a presença de Adam Warlock) e com certeza faz parte do cânone de Thanos nos quadrinhos, além de ser responsável por construir um padrão diferenciado para as mega-sagas cósmicas da Marvel.
A trilogia do infinito foi idealizada por Jim Starlin que é um dos roteiristas mais aclamados da história da editora, além de um super-gênio das narrativas. A abordagem utilizada por Starlin em suas obras, são sempre banhadas em contextos filosóficos, religiosos e até mesmo metafísicos.
Desafio Infinito
Em Desafio Infinito Thanos decide juntar as Joias do Infinito e assassinar metade da população do universo com a intenção de agradar seu grande amor, a Senhora Morte. E assim ele o faz, atraindo então a atenção dos heróis da terra.
Thanos mata vários dos Vingadores sem esforço, enquanto impressiona e assusta a Senhora Morte. O embate também chama a atenção de entidades cósmicas, como Intermediário e Galactus, que se unem aos heróis como última medida de proteção do universo.
A história é considerada por muitos como a melhor das três e nos apresenta a figura de Thanos de uma maneira nunca antes vista no Universo Marvel, além disso dá um merecido destaque a personagens que até então ficavam no “lado B” como o Surfista Prateado, Adam Warlock e Doutor Estranho.
Guerra Infinita
Após os eventos de Desafio Infinito, Adam Warlock se tornou o guardião da Manopla do Infinito e para evitar que o poder das joias o corrompesse, decidiu se separar de seu lado bom que deu origem a entidade conhecida como Deusa e do seu lado cruel que deu vida ao terrível Magus.
Adam Warlock está menos presente, menos heroico, menos seguro e ciente da sua responsabilidade de salvar o universo, pois libertou seu lado negro que agora deseja a manopla e as joias do infinito para assim se tornar um Deus.
Guerra Infinita é uma história com enredo que abrange essencialmente a linha frágil que existe entre o bem e o mal, além de dar um enfoque especial ao vilão Magus que demonstra ter uma personalidade única e bem diferente de Thanos.
Cruzada Infinita
Cruzada Infinita conta a história da “essência boa” de Adan Warlock que leva o nome de Deusa. Após os eventos de Guerra Infinita a personagem começa a recrutar os fiéis mais fervorosos e montar um exército para lutar em sua “guerra santa”.
Seu plano consiste em livrar o universo de toda maldade existente e ela pretende fazer isso exterminando qualquer tipo de vida que não seja pura como ela própria. Por causa deste contexto a saga leva o nome “Cruzada” em seu título.
Além de se aprofundar no dilema de como a versão benigna de Warlock pode ser pior que sua versão maligna, a trama mergulha em assuntos como fé e religião e contrapõe de maneira eficaz as diferenças entre crença e fanatismo enquanto denuncia a presença de falsos profetas como é o caso da Deusa.
A abordagem religiosa
As histórias envolvendo Adam Warlock de maneira geral, abordam temáticas sobre religiosidade e fanatismo, além disso a própria existência do personagem é banhada em contextos filosóficos sobre o equilíbrio entre a bondade e a maldade presentes no universo.
A ideia do personagem como uma figura messiânica (que vem para salvar a humanidade) e o Homem-Fera como um anjo caído (semelhante ao diabo), foi introduzida pelo escritor Roy Thomas em Marvel Premiere #1, publicada em 1972.
A história dividida em oito edições, trazia Adam Warlock como um deus renascido que em meio ao combate contra o Homem-Fera é crucificado e ressuscita, assim como Jesus Cristo na Bíblia. Warlock ainda ganharia o poder de sentir as almas pelo universo e atraí-las para uma dimensão contida dentro da joia da alma.
Outro exemplo é a história contada por Jim Starlin em 1975 que introduz a Igreja Universal da Verdade, comandada por uma versão maligna de Warlock vinda do futuro. Se trata do vilão Magus que também possui a joia do infinito em seu poder.
É interessante como nesta HQ o roteirista mostra Adam Warlock enlouquecendo ao começar entender a real natureza dos poderes da joia e também que a mesma possui vontade própria além de estar sedenta por almas. Neste contexto se supõe que o próprio Adam viraria Magus ao sucumbir aos poderes da joia que não pode ser removida de sua testa.
Não marque bobeira!
Fique por dentro de todas as novidades sobre o Universo Cinematográfico da Marvel em nossa página Proddigital POP e também siga nossas redes sociais Instagram, Twitter e Facebook para não perder nenhuma novidade no universo incrível da cultura POP!!