À princípio temos novamente um filme do Shawn Levy, que dirigiu o carismático Free Guy, com sua dupla Ryan Reynolds. Em O Projeto Adam, Reynolds interpreta o piloto de caça, Adam Reed, que viaja do ano de 2050 e acaba caindo no tempo atual de 2022, onde encontra seu eu de 12 anos.
O jovem Adam, interpretado pelo ator mirim Walker Scobell, é um nerd tagarela e ainda por cima com asma, que é ótimo em videogames e ainda melhor em ser espancado por crianças maiores.
Diferentemente, o Adam adulto é um homem cínico que perdeu entes queridos e viu o mundo se transformar em um pesadelo pós-apocalíptico. Porém, esse trauma não mudou o senso de humor de Adam, então esse é o principal gancho do filme. O filme tem em seu primeiro ato a brincadeira entre Adam e seu eu mais jovem, que precisam se unir para salvar o mundo.
Tudo isso é engraçado, e é interessante ver como Scobell trás um mini Ryan Reynolds convincente. Embora, verdade seja dita, há uma linha tênue entre fofo e irritante em suas características.
Muita coisa acontecendo
Seja para o bem, ou para o mal, há muita coisa acontecendo em O Projeto Adam. A premissa principal, juntamente com a escalação de Jennifer Garner e Mark Ruffalo em papéis coadjuvantes como os pais de Adam, faz o nosso coração palpitar ao lembrar do clássico da Sessão da Tarde, De repente 30.
Isso talvez nos faça pensar que dois filmes terão alguma semelhança, já que ambos tratam de viagem no tempo. Por sinal, um gênero muito famoso nas décadas de 80, 90 e 2000. No entanto, O Projeto Adam desvia um pouco do seu intuito principal, e faz o filme soar um pouco confuso.
A atriz Catherine Keener, que interpreta a vilã Maya Sorian, parece robotizada e com falas prontas. O filme inteiro, ela tagarela sobre o fato de Adam ter que voltar para o futuro, que por sinal, ela controla. Soran possui uma legião de capangas sem rosto, auxiliados por armas futurísticas que os dois Adam eliminam facilmente.
Por sinal, o fato do exército de Sorian não ter rosto, faz com que o filme se torne mais leve, afinal seria bem estranho ver uma criança de doze anos matar desconhecidos reais.
Semelhança com clássicos
As cenas de perseguição espacial têm uma vibração de Star Wars. Com Ryan Reynolds encarnando um pouco do personagem Han Solo e do seu lado direito, Scobell, aparentando ser aquele pequeno Anakin de Star Wars, A Ameaça Fantasma.
Além disso, as problemáticas do tema familiar, que vem junto com o filme, dá um tom de De volta para o Futuro.
Se não fosse o suficiente, adicione a pequena participação de Zoe Saldana, como um interesse amoroso perdido do futuro, que realmente aparece em apenas uma ou duas cenas. Tornando tudo ainda mais confuso, mas com mais semelhanças aos clássicos de viagem no tempo.
Por fim, uma bagunça divertida
O Projeto Adam, da Netflix, tem tudo, desde romance, conflitos familiares e até aquele jeito Ryan Reynolds de ser, como em todos seus filmes de comédia.
O filme também trás assuntos mais delicados, como o significado da morte e o porque de termos de aproveitar cada segundo de vida. Além disso, trás a os sentimentos de memória aos entes queridos que nunca superamos.
Aprendemos também a trajetória do pequeno Adam, descobrindo seu amor próprio. Além, de claro, uma grande aparição de robôs, sabres de luz e naves espaciais.
O filme é sim, um tanto quanto confuso. Mas também é algo que pode dar um quentinho no coração, com a nostalgia batendo na nossa porta.
O Projeto Adam está longe de ser um filme grandioso, mas é mais como um abraço de mãe, jogar bola com seu pai ou até mesmo, brincar com o cachorro. Assim, você pode ir até a Netflix e assistir O Projeto Adam desfrutando da companhia de sua família, ou até mesmo sozinho.