Quantum Break
Quantum Break - Divulgação

Você conhece Quantum Break, um dos jogos mais famosos do Xbox One?

“O maior assassino de todos é o tempo. E ele é implacável.”

Essas são palavras inicias, proferidas por Jack Joyce, o protagonista de Quantum Break, em um suposto interrogatório. Elas ressoam não apenas como um prelúdio de sua jornada, mas como uma reflexão profunda sobre a natureza implacável do tempo, tema central deste jogo fantástico. Desenvolvido pela Remedy Entertainment e lançado em abril de 2016, Quantum Break é mais do que um jogo de ação em terceira pessoa; é uma experiência “transmídia” que desafiou as fronteiras entre videogames e narrativa televisiva, apresentando uma imersão sem precedentes no gênero.

Desde o início, Quantum Break captura a atenção do jogador com sua promessa de entrelaçar uma narrativa complexa – uma assinatura de Sam Lake – com uma jogabilidade prazerosa e um enredo que desafia o tempo. Esta abordagem fora do comum se refletiu em cada etapa do desenvolvimento, com a equipe da Remedy se esforçando para entregar uma experiência rica e imersiva, que harmoniza perfeitamente o jogo com a narrativa.

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Disponível inicialmente apenas no Xbox One (e mais tarde portado para PC), Quantum Break não apenas ampliou o excelente portfólio da Remedy, mas também criou novos padrões para o gênero de ação e aventura. Combinando um enredo envolvente, personagens bem desenvolvidos (com atores reais) e mecânicas de jogo inéditas, este título conquistou a curiosidade dos jogadores e também gerou discussões entusiastas sobre viagem no tempo, suas possibilidades e suas consequências.

Nesse artigo, quero explorar as diversas dimensões que fazem de Quantum Break uma anomalia na indústria de jogos contemporânea. Da sua história sensacional e personagens complexos à sua jogabilidade revolucionária e impacto cultural, examinaremos o que torna este jogo um título favorito para muitos entusiastas de ficção cientifica e viagem no tempo.

Enredo e Narrativa em Quantum Break

Quantum Break não é apenas um jogo de matança e corre-corre; é uma viagem através do tempo e das consequências de escolhas. A história gira em torno de Jack Joyce e acontece na cidade fictícia de “Riverport”. Após um experimento mal-sucedido em física quântica, a “primeira” viagem no tempo acontece e Jack adquire a habilidade de manipular o tempo. Este evento desencadeia também uma série de rupturas temporais, ameaçando a própria existência do tempo como o conhecemos. Se o tempo é como um ovo, a casca foi trincada e o colapso total aconteceria inevitavelmente trazendo fim do tempo.

No mundo do jogo o conceito de tempo se baseia na teoria do “Campo de Meyer-Joyce”, que tem este nome em homenagem aos cientistas fictícios Henry Meyer e William Joyce (irmão mais velho de Jack).

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O Campo MJ seria um campo de energia composto por “Particulas de Cronum” responsáveis pela causalidade e progressão do tempo. A tentativa de viagem no tempo causou uma ruptura do campo Mayer-Joyce que expos Jack a uma enorme quantidade de partículas de cronum o tornando “Cronum-Ativo” e dando a ele habilidades especiais.

Jack se deslocando em Estado Zero - Quantum Break
Jack se deslocando em Estado Zero – Quantum Break

Jogando como Jack Joyce suas habilidades permitem que você manipule o tempo de maneiras específicas, como criar bolhas de tempo onde tudo é drasticamente desacelerado, ou “congelar” um objeto ou pessoa em um momento específico. A compreensão e o uso eficaz deste campo são essenciais para solucionar os puzzles e enfrentar os desafios de combate que o jogo apresenta.

A narrativa de Quantum Break é complexa, entrelaçando várias linhas do tempo e perspectivas. O jogo te desafia a entender as motivações de Jack e também as de outros personagens principais, como o Paul Serene, amigo de longa data de Jack e que acaba se tornando seu maior inimigo. O enredo explora temas como amizade, traição, poder, influencia e as implicações morais das viagens no tempo, criando uma história rica e multifacetada. Em meio a ação e todos os tiros, ainda rola um leve romance.

Um dos aspectos mais diferenciados de Quantum Break é a forma como mistura a narrativa do jogo com episódios de uma série live-action. Após cada ato no jogo, você assiste a um episódio que expande a história, oferecendo perspectivas adicionais e aprofundando o entendimento do universo do jogo. Esta abordagem conhecida como “transmídia” foi uma jogada ousada que elevou a experiência narrativa a um novo patamar. O formato de jogo em episódios é herança de outros jogos da Remedy como Alan Wake.

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Existem pontos de bifurcação durante o jogo onde é necessário fazer escolhas. A cada decisão tomada pelo jogador, a história se ramifica, oferecendo diferentes resultados e experiências. E o legal é que essas escolhas não são apenas cosméticas; elas têm impactos reais na história e nos personagens, incentivando você a jogador a explorar várias linhas do tempo para experimentar todas as nuances da narrativa.

A narrativa de Quantum Break é um testemunho da habilidade da Remedy em contar histórias. Ela consegue ser tanto íntima quanto épica, combinando drama humano com a grandiosidade de uma aventura de ficção científica rumo a salvação do universo. O resultado é uma história que não apenas impulsiona a jogabilidade, mas também permanece com o jogador muito tempo após o término do jogo. Você vai passar dias pensando em teorias e possibilidades.

Jogabilidade e Mecânicas

Quando você assume o controle no mundo de Quantum Break, a primeira coisa que capta sua atenção é a inovadora mecânica de manipulação do campo de Meyer-Joyce. Esta não é apenas uma funcionalidade adicional; ela se torna o cerne da sua experiência de jogo, oferecendo-lhe um novo nível de controle e estratégia.

Quantum Break - Tiro em terceira pessoa
Quantum Break – Tiro em terceira pessoa

Enquanto avança através dos diversos níveis, você descobre que a capacidade de parar ou desacelerar o tempo é crucial para navegar pelos desafios que surgem. Seja esquivando-se de balas em câmera lenta ou manipulando o ambiente para resolver quebra-cabeças complexos, estas habilidades temporais não são apenas divertidas; elas são essenciais para sua sobrevivência e progresso nos combates do jogo.

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Além disso, Quantum Break destaca-se por seu equilíbrio entre ação e estratégia. Você se encontra constantemente ponderando a melhor forma de utilizar suas habilidades temporais, tanto em combates intensos quanto em situações que exigem pensamento rápido e soluções criativas. Este elemento de estratégia adiciona uma camada de profundidade ao jogo, desafiando você a pensar além do tradicional “apontar e atirar”. As habilidades de Jack não são ilimitadas, havendo um tempo de recarga até ficarem disponíveis, o que exige improviso e uso inteligente dos superpoderes.

Através das habilidades de manipulado do Campo MJ, Jacke pode:

Se mover pelo mundo, mesmo quando o tempo entra em “Estado Zero” e para totalmente. Ele também pode carregar um objeto ou pessoa com Partículas Cronum e permitir que se movam mesmo nesse estado.

Bolha temporal: Jack pode lançar um pequeno campo temporal que desacelera o tempo e imobiliza pessoas e disparos. Depois que essa bolha se rompe, os disparos avançam com muito mais velocidade. Dica: crie uma bolha temporal na frente do inimigo e dispare a vontade, assim que a bolha se romper, ele receberá um dano absurdo.

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Escudo Temporal: Jack pode criar uma bolha protetora em torno de si que é capaz de conter os disparos inimigos, proporcionando proteção contra ataques de armas de fogo e outros objetos lançados em sua direção.

Esquiva Temporal: Jack possui a habilidade de se esquivar ou fugir do perigo. Ele manipula o tempo para se deslocar rapidamente e esquivar de ataques ou situações perigosas.

Acelerar o Tempo: Assim como Jack pode se mover no tempo em Estado Zero, ele pode também acelerar sua própria experiência temporal, o que permite correr mais rapidamente em relação a tudo que está ao seu redor e escapar de tiroteios, tornando-se praticamente um The Flash.

Explosão Temporal: Jack tem a capacidade de quebrar o tempo em uma área focalizada, causando resultados destrutivos. Isso implica que ele pode distorcer o tempo em um local específico, causando explosões ou danos devastadores nessa área.

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Visão Temporal: Jack pode detectar áreas onde o tempo está instável, objetos de interesse e inimigos. Uma espécie de visão de águia muito útil para mapear o local.

Ver Ecos do Passado – Jack pode captar determinadas memorias em locais, isso permite visualizar e entender o que aconteceu anteriormente ali.

O jogo de forma geral também te estimula a explorar os ambientes ao seu redor. Cada cenário está repleto de detalhes e segredos que enriquecem a narrativa e também podem ajudar no seu entendimento da história e no desenvolvimento do personagem. A interação com diferentes elementos do cenário revela informações adicionais da trama, te fazendo mergulhar mais fundo no universo de Quantum Break.

O sistema de progressão em Quantum Break é outra faceta que merece destaque. À medida que você avança, suas habilidades “Cronum” evoluem, permitindo você enfrentar confrontos cada vez maiores e mais desafiadores. Esta progressão é natural e muito recompensadora, mantendo o jogo interessante e envolvente do início ao fim. Os escudos de Jack ficarão maiores e mais fortes, além de poder criar mais deles e se recuperar mais rapidamente ao passo que adiciona pontos de atributos na arvores de habilidades.

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Gráficos e Animação

Quantum Break é uma vitrine de excelência gráfica e animação, que levou ao limite as capacidades do Xbox One e das placas de vídeo GTX 900 da época. A atenção aos detalhes visuais é impressionante, com gráficos que exploram ao máximo a tecnologia de 2016, criando um mundo incrivelmente realista e imersivo.

Paul Serene - Gráficos incríveis para 2016
Paul Serene – Gráficos incríveis para 2016

Uma coisa que chama bastante a atenção, além dos gráficos, é a qualidade absurda da captura de movimento utilizada para trazer os personagens à vida. A Remedy Entertainment não poupou esforços na escolha do elenco, recrutando atores conhecidos que oferecem atuações poderosas tanto no jogo quanto na série live-action. Shawn Ashmore dá vida ao Jack Joyce, o protagonista, com uma atuação que captura perfeitamente o conflito interno e a determinação do personagem. Aidan Gillen, interpretando Paul Serene, oferece uma presença carismática e ameaçadora, fazendo de Serene um antagonista memorável. Tendo que interpretar o mesmo personagem e duas fases completamente diferentes de sua linha do tempo.

Dominic Monaghan, no papel de William Joyce, e Courtney Hope, como Beth Wilder, trazem profundidade e nuance para a narrativa. Courtney Hope, em particular, é notável por sua atuação intensa e cativante, que mais tarde se repetiria como protagonista no jogo Control, também da Remedy. Sua habilidade de retratar personagens fortes e complexos é um ponto alto tanto em Quantum Break quanto em Control.

Shawn Ashmore e Dominic Monaghan durante o processo de captura de movimentos
Shawn Ashmore e Dominic Monaghan durante o processo de captura de movimentos

Lance Reddick, que infelizmente nos deixou recentemente, deixa um legado marcante como Martin Hatch. Sua presença imponente e atuação habilidosa enriquecem cada cena em que aparece, tanto no jogo quanto na série live-action. Reddick foi um ator brilhante cuja carreira abrangeu uma variedade de papéis memoráveis em televisão, cinema e videogames. Sua contribuição para Quantum Break é um testemunho do seu talento e será lembrada por muitos anos.

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Fica aqui registrado nosso respeito e admiração em memória de Lance Riddick. Agradecemos por nos entregar trabalhos maravilhosos.

É inegável que a fusão perfeita da atuação realista com gráficos de ponta em Quantum Break cria uma experiência imersiva de altíssimo nível. Os ambientes detalhados, efeitos visuais impressionantes e atuações convincentes se combinam para fazer deste jogo não apenas uma conquista técnica, mas uma obra de arte digna de ser lembrada.

Design de Som e Trilha Sonora

O design de som em Quantum Break é um componente essencial da experiência imersiva do jogo. A trilha sonora, composta por Petri Alanko, é uma obra-prima de inovação e criatividade. Alanko é conhecido por criar trilhas sonoras que são tanto emocionalmente envolventes quanto tecnicamente impressionantes, utilizando uma mistura de efeitos sonoros tradicionais e amostras de som que ele mesmo cria.

Petri Alanko compositor da trilha sonora de Quantum-Break em seu laboratório
Petri Alanko, compositor da trilha sonora de Quantum-Break em seu laboratório

A música em Quantum Break carrega um estilo distinto que combina elementos de suspense, ação e drama. Alanko emprega uma variedade de técnicas e instrumentos para refletir as reviravoltas da narrativa e os temas de manipulação do tempo. A trilha sonora consegue capturar a essência do jogo, alternando entre momentos de tensão intensa e calma contemplativa, refletindo perfeitamente as experiências de Jack Joyce. Inclusive, para quem gosta, é altamente recomendável ouvir a trilha sonora para aumentar a imersão.

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Os efeitos sonoros, particularmente aqueles associados às habilidades temporais de Jack, são meticulosamente projetados para complementar a ação na tela. Cada congelamento de tempo, cada salto cronológico, é acompanhado por sons que amplificam a sensação de manipulação do tempo. A “quebra do tempo” é retratada de forma auditiva com tanta maestria que chega a arrepiar os audiófilos de plantão.

O trabalho de Alanko em Quantum Break é um exemplo brilhante de como a música e o design de som podem ser empregados não apenas para aprimorar a jogabilidade, mas também para aprofundar a narrativa. A trilha sonora se torna um personagem em si, narrando a história através de suas melodias e ritmos, e contribuindo para uma experiência de jogo verdadeiramente memorável.

Para complementar, foi feito também um lançamento especial da trilha em disco de vinil pela Iam8bit. Essa edição limitada de apenas 3000 cópias é um item de colecionador para os fãs do trabalho de Petri Alanko. A arte de capa impressionante foi criada pela artista Christina Mrozik. O design do álbum é fantástico, com fragmentos cortados que revelam o interior da capa. A borboleta, elemento central no design, tem uma importância simbólica especial, referindo-se à insígnia da Monarch Corporation, a megacorporação no jogo responsável por desencadear o caos no tempo e no espaço.

Trilha Sonora de Quantum Break em Vinil - Petri Alanko - vgmwax
Trilha Sonora de Quantum Break em Vinil – Petri Alanko – vgmwax
Trilha Sonora de Quantum Break em Vinil - Petri Alanko - vgmwax
Trilha Sonora de Quantum Break em Vinil – Petri Alanko – vgmwax
Trilha Sonora de Quantum Break em Vinil - Petri Alanko - vgmwax
Trilha Sonora de Quantum Break em Vinil – Petri Alanko – vgmwax

Ah! E além de aprimorar a jogabilidade, a trilha sonora de Quantum Break oferece uma oportunidade única para uma experiência multimídia. Ao ler o livro “Quantum Break – Estado Zero”, que expande o universo do jogo, ouvir a trilha sonora ao mesmo tempo pode tornar a leitura ainda mais imersiva. A música de Alanko complementa perfeitamente o clima e o tom do livro, aprofundando a conexão com o mundo de Quantum Break e enriquecendo a experiência global. A trilha sonora está disponível no Spotify, confira!

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Série Live-Action em Quantum Break

A série live-action se entrelaça com o jogo de uma maneira que redefine a experiência transmídia. Dependendo das escolhas de bifurcação feitas durante o jogo, a série se adapta, oferecendo diferentes versões dos episódios. Esta abordagem enriqueceu a narrativa de uma tal forma que coloca você, o jogador, no centro da história, influenciando diretamente o desenrolar dos eventos.

Beth Wilder - Courtney Hope - Quantum Break
Beth Wilder – Courtney Hope – Quantum Break

Os vários episódios da série, que totalizam mais de uma hora e meia de “filme”, são transmitidos via streaming, exigindo uma conexão de internet de alta velocidade e constante. Embora esta seja uma forma inovadora de integração de mídias, ela vem com uma dificuldade técnica; dependendo da sua velocidade de conexão, pode haver travamentos ou falhas na reprodução dos vídeos, que são de alta resolução. Isso pode impactar a fluidez da experiência, especialmente para jogadores com conexões de internet menos estáveis. No Xbox One é possível fazer o download do contudo da série como Add-on. Infelizmente no PC, até o momento, essa opção não está disponível.

A série live-action é uma verdadeira recompensa visual entre os atos do jogo, complementando a história e oferecendo um descanso interativo da jogabilidade. Os personagens do jogo ganham uma nova dimensão de realismo e profundidade através dos episódios. A qualidade geral da produção e a excelente atuação dos atores trazem os personagens à vida de uma maneira que raramente é vista em jogos.

Os atores, incluindo os já mencionados Shawn Ashmore, Aidan Gillen, Dominic Monaghan e Courtney Hope, entregam performances que são emocionantes e convincentes. A habilidade dos atores em retratar a complexidade e a humanidade de seus personagens é um dos pontos altos da série, reforçando a imersão e o envolvimento emocional na narrativa.

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Lance Riddick como Martin Hatch - Remedy Entertainment
Lance Riddick como Martin Hatch – Remedy Entertainment

A integração da série live-action com o jogo é uma façanha ambiciosa, demonstrando a visão da Remedy Entertainment de ultrapassar os limites do storytelling em videogames. Quantum Break oferece uma experiência única que não apenas conta uma história, mas a faz viva através de escolhas e consequências, tecendo jogabilidade e drama televisivo em uma “colcha de retalhos” narrativa rica e envolvente.

Vale mencionar que o jogo está totalmente localizado para o Brasil. A dublagem foi realizada por um elenco de dubladores famosos no Brasil do Maximal Studio, conhecidos por seu trabalho excepcional em filmes, séries e animações:

  • Shawn Ashmore (Jack Joyce): Marcelo Campos
  • Aidan Gillen (Paul Serene): César Marchetti
  • Dominic Monaghan (William Joyce): Silvio Giraldi
  • Courtney Hope (Beth Wilder): Fernanda Hartmann
  • Lance Reddick (Martin Hatch): Wellington Lima
  • Patrick Heusinger (Liam Burke): Renan Gonçalves
  • Marshall Allman (Charlie Wincott): Rodrigo Firmo
  • Amelia Rose Blaire (Amy Ferraro): Veridiana Benassi
  • Rey Hernandez (Coronel Pierce): Nando Rocha
  • Brooke Nevin (Emily Burke): Letícia Quinto
  • Mimi Michaels (Fiona Miller): Carol Valença
  • Matt Orlando (Brenner): Bruno Sangregório
  • Bobby Radford: Fábio Campos
  • Kate: Teka Pinkovai

Desempenho e Otimizações

Quantum Break não só se destacou por seus gráficos a frente do seu tempo, mas também por ser um dos pioneiros na implementação de técnicas de upscaling nativo para contornar problemas de performance. No PC, o jogo roda em uma resolução interna inferior, por padrão, para conseguir manter a fluidez. Desabilitar essa opção resulta em uma imagem mais nítida, mas com um impacto significativo na taxa de quadros por segundo.

O título que exigia muito dos sistemas da época, especialmente no PC. O jogo é conhecido por seu alto nível de detalhes gráficos e efeitos visuais avançados, o que, naturalmente, demandava um hardware mais high-end para uma experiência fluida.

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Requisitos de Sistema para rodar Quantum Break no PC
Requisitos de Sistema para rodar Quantum Break no PC

No Xbox One, o jogo foi otimizado para aproveitar ao máximo as capacidades do console, mantendo uma performance a 30 FPS estável na maior parte do tempo. No entanto, os jogadores de PC enfrentaram problemas iniciais, principalmente relacionados à otimização para diferentes configurações de CPU e GPU. Em particular, a versão para PC de Quantum Break teve problemas de desempenho em algumas placas de vídeo da série GTX 900, levando a uma experiência menos fluida para muitos jogadores. O jogo rodava tanto em DirectX 11, quanto 12, sendo que DX12 só estava disponível na versão distribuída através da Microsoft Store do Windows. De qualquer modo, o jogo roda muito melhor em DX11.

Os jogos da Remedy sempre são um show de gráficos e, com isso, outro desafio técnico foi a exigência de memória das placas de vídeo. Quantum Break demandava mais de 4 GB de memória, ultrapassando a capacidade da maioria das placas daquela geração, que possuíam de 2 a 4 GB. Ou até menos. Apenas as placas de vídeo de topo de linha tinham 6 GB ou mais. Na época, essa exigência era um impedimento para muitos jogadores. Mesmo com os gráficos “setados” no mínimo, o jogo permanecia relativamente pesado, mas ainda assim impressionava pela sua beleza visual.

A Remedy Entertainment trabalhou ativamente para resolver esses problemas de performance, lançando atualizações e patches para melhorar a estabilidade e o desempenho geral. Esses esforços demonstraram o compromisso da desenvolvedora em oferecer uma experiência de jogo de alta qualidade em todas as plataformas. Ao longo do tempo, as atualizações trouxeram melhorias significativas, tornando o jogo mais acessível para uma ampla gama de configurações de PC Mid-End.

Esses aspectos técnicos de Quantum Break ilustram os desafios enfrentados pelos desenvolvedores e jogadores naquela época, marcando o jogo como um título que chutava para cima os limites do hardware disponível e estabelecia um novo padrão para os jogos futuros em termos de exigências de hardware e qualidade gráfica.

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Esse caso ressalta a importância de otimizações contínuas no desenvolvimento de jogos, especialmente aqueles que buscam elevar o padrão gráfico e técnico. Ainda mais na geração atual em que praticamente todos os desenvolvedores agora fazem uso de técnica de upscaling para atingir a performance aceitável. Tecnologias como AMD-FSR e NVIDIA-DLSS “tampam” uma enorme lacuna na etapa de otimização dos jogos.

Universo Compartilhado

Ao explorar Quantum Break, você vai se deparando com um universo ficcional que se estende além dos limites do próprio jogo. Este título faz parte de um universo narrativo interconectado, que inclui “Alan Wake” e também o jogo “Control”, todos criados pela Remedy Entertainment.

Referencia a Alan Wake em Quantum Break
Referencia a Alan Wake em Quantum Break

Referências sutis e elementos de lore em Quantum Break sutilmente apontam para conexões com os eventos e personagens de Alan Wake. Já em Control, especialmente no DLC AWE, a trama se entrelaça ainda mais com Alan Wake, revelando um universo muito mais complexo.

Embora Quantum Break seja uma propriedade da Microsoft, o que pode restringir sua plena integração no universo compartilhado da Remedy, o jogo ainda contribui significativamente para a riqueza desse universo ficcional, demonstrando a habilidade de San Lake e sua equipe em tecer narrativas interligadas através de diferentes jogos. Diante disso, a Remedy tem explorado conexões e referências em seus outros jogos, mantendo a ideia de um universo coeso-técnica e visual e o Recém lançado Alan Wake II é um bom exemplo disso.

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Considerações finais

2016 foi um ano repleto de lançamentos significativos no mundo dos games, com títulos como “Uncharted 4”, “Gears of War 4”, “Dark Souls III” e “Overwatch” dominando as atenções. Em meio a esses gigantes, “Quantum Break” enfrentou o desafio de se destacar. Com sua proposta ousada e inovadora, o jogo encontrou um lugar no coração dos fãs de ficção científica e jogadores que valorizam narrativas complexas. No entanto, os desafios técnicos, especialmente em termos de desempenho no PC, e as opiniões divididas da crítica especializada, marcaram seu lançamento.

Prós:

  • Narrativa inovadora e imersiva.
  • Integração única de gameplay com série live-action.
  • Mecânicas de manipulação do tempo criativas.
  • Gráficos impressionantes.

Contras:

  • Problemas de desempenho, especialmente nas versões para PC.
  • Exigências de hardware elevadas na época.
  • Respostas mistas da crítica especializada.
  • Desafios na integração total no universo compartilhado da Remedy devido à propriedade intelectual.

Em última análise, Quantum Break foi mais um projeto ambicioso da Remedy que tentou algo novo, navegando por desafios técnicos e de mercado, mas deixando um legado inegável na história da desenvolvedora. Quem sabe algum dia poderemos ter um Quantum Break 2. Em 2023, o ator Shawn Ashmore declarou que gostaria de voltar ao papel de Jack Joyce em uma sequência. (nós também gostaríamos!)

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Bonus – Livro Quantum Break Estado Zero

A Remedy Entertainment não se contentou em revolucionar o universo dos games. Ela estendeu Quantum Break para as páginas de um livro. – Sim, LIVRO!! Quantum Break – Estado Zero”, de Cam Rogers, é um mergulho literário nesse universo expansivo, uma iniciativa que mostra a ousadia da Remedy em explorar suas criações em todas as formas de mídia. Para nós, aficionados por narrativas complexas e mundos ricamente construídos, este livro é um presente que desdobra ainda mais o fascinante enigma de tempo e destino que é Quantum Break.

Livro Quantum Break - Estado Zero - Cam Rogers
Livro Quantum Break – Estado Zero – Cam Rogers

O livro Quantum Break – Estado Zero, de Cam Rogers, oferece uma visão paralela à narrativa do jogo, enriquecendo o universo de Quantum Break com novas informações e perspectivas. Logo no prefácio escrito por Sam Lake, somos instigados a esperar uma obra que se desvia do enredo do jogo, prometendo uma experiência única e complementar. Rogers, que participou do processo criativo do jogo, tece uma trama que nos leva por caminhos inexplorados, dando vida a novas facetas dos personagens, em especial Beth Wilder, cuja história ganha muito mais profundidade. O livro ressoa com o tema da inalterabilidade do tempo, um conceito central tanto na literatura quanto no jogo, destacando a questão da imutabilidade dos eventos através da viagem no tempo, uma ideia que ecoa inclusive nos processos de escrita descrito em Alan Wake.

A narrativa do livro segue um caminho alternativo, explorando profundamente os passados de Jack Joyce e Paul Serene, bem como personagens como Martin Hatch e Beth Wilder, algo que o formato escrito permite fazer com mais detalhes. A intenção do livro é apresentar um “caminho diferente” e escolhas distintas dentro da mesma história abrangente, oferecendo uma perspectiva alternativa à narrativa do jogo. Fica aqui então a nossa dica de leitura.

Após nossa viagem pelas dimensões de Quantum Break, quero saber de você! Como foi sua experiência com o jogo? Existem aspectos que passaram despercebidos ou teorias que você gostaria de compartilhar? Conte nos comentários. Sua participação é sempre bem-vinda aqui!

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