Fundação: | Janeiro de 2016 |
Sede | Rio de Janeiro |
Fundador | Yasmin Thayná |
Atuais donos | Yasmin Thayná |
Países que opera | Brasil |
O que oferece | Streaming (Serviço descontinuado) |
O surgimento da Afroflix no cenário dos serviços de streaming brasileiros, representou um marco significativo para a representatividade e diversidade na indústria do entretenimento.
Com o objetivo de proporcionar um espaço exclusivo para produções audiovisuais assinadas por pessoas negras, seja na direção, roteiro, atuação ou outras áreas, a plataforma trouxe à tona histórias e perspectivas que por muito tempo foram negligenciadas pela mídia tradicional.
Nesse artigo, você irá conhecer um pouco mais sobre a Afroflix, desde sua criação até período de descontinuidade, além de observar algumas das produções que marcaram época na plataforma. Acompanhe!
Quando a Afroflix foi fundada?
A Afroflix foi fundada em janeiro de 2016, e tem suas origens no Rio de Janeiro, Brasil.
Quem são os fundadores da Afroflix?
O grande nome por trás da plataforma é a Yasmin Thayná, diretora e roteirista natural de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, e que idealizou o projeto.
Quem são os atuais proprietários da Afroflix?
Atualmente, embora não atue mais no mercado, a Afroflix continua sendo uma marca pertencente a sua criadora original, Yasmin Thayná.
O que a Afroflix oferece?
Em termos práticos, a Afroflix surgiu como uma plataforma colaborativa, responsável por disponibilizar diversos conteúdos audiovisuais online, que fossem assinados ao menos por uma pessoa negra.
A assinatura, nesse caso, poderia ser em qualquer uma das áreas técnicas da produção, como na escrita, direção, atuação, etc. Assim, a plataforma online contava com diversos filmes, curtas, séries, programas, vlogs, clipes, web séries, etc onde o protagonismo negro era esse diferencial.
Atualmente, como já mencionado, a Afroflix não funciona mais como um streaming, com o antigo site sendo descontinuado. Em seu site restam apenas a produção de artigos web, que tratam sobre temas variados.
Um pouco da história do serviço
Para entender a relevância que a plataforma possuiu enquanto esteve ativa, nada melhor do que conferir um pouco de sua história. Acompanhe!
Anos iniciais
Em 2016, Yasmin Thayná já trabalhava no ramo audiovisual, sendo diretora e roteirista. Mas sentiu a necessidade de fortalecer o protagonismo negro no setor. Foi então que ela teve a ideia de criar a Afroflix, que logo foi muito bem recebida pelo público, dado os seus diferenciais próprios.
Diretamente inspirada na imponente Netflix, que já reinava nesse período, a plataforma “afro” chegou com sua produções assinadas pelo público negro, e se destacando ainda por ser totalmente gratuita.
Produções originais
Assim como a própria Netflix, a Afroflix não trazia apenas produções criadas pelos parceiros. Na verdade, ainda em 2016 a empresa chegou com um filme original, dirigido pela fundadora do projeto.
O nome do filme é “Batalhas” e relata o dia em que o Teatro Municipal do Rio de Janeiro acabou recebendo um espetáculo de funk, que foi montado e apresentado pela Companhia Na Batalha.
O filme mostra justamente como o passinho, que é dança contemporânea originária das favelas cariocas, acabou conquistando um dos espaços mais irreverentes, tradicionais e elitizados da cultura brasileira.
A descontinuação do site
Após 5 anos no ar, o projeto do site, juntamente com a plataforma online das produções, acabou sendo descontinuada. Assim, não é mais possível assistir aos filmes e séries produzidos/divulgados pelo streaming.
A produção entrou em contato com a Afroflix, e obteve a confirmação da descontinuidade do site antigo.
Principais produções do catálogo Afroflix
Mesmo estando fora do ar, observar o que a Afroflix ofereceu durante seu período de atividade é outra forma de entender a relevância da plataforma. Acompanhe os destaques que já estiveram disponíveis gratuitamente para o público!
Filhos do Quilombo
Filhos do Quilombo é uma série documental que busca mostrar a realidade de como as comunidades quilombolas vivem no Brasil. A obra aborda temas ligados à cultura, saúde, educação, religião e também a própria resistência desse povo.
Fantasmas
Fantasmas é um filme de ficção e que narra a história de um casal da classe média. Na obra, eles acabam se mudando para um apartamento assombrado, e os fantasmas representam justamente os conflitos sociais presentes em nosso país.
Neguinho e Kika
Neguinho e Kika é um curta-metragem que esteve presente no catálogo da Afroflix, destacando-se por retratar o romance vivido entre dois jovens negros. O curta se passa em uma das favelas do Rio de Janeiro, e mostra a realidade vivida pelos dois, com suas dificuldades e também seus sonhos.
Neggata
Diferentemente das opções acima, esse era um canal de vlogs, comandado pela youtuber Neggata. No canal, ela tratava sobre temas diversos, como empoderamento, moda, beleza e autoestima, bem temas ligados às questões étnicos-raciais.
A Lenda de Oxum e a Seca na Terra
Retornando para as produções em si, A Lenda de Oxum e a Seca na Terra é um documentário onde narra-se a lenda de Oxum, a orixá africana das águas doces, abordando assim a sua relação da lenda com a seca presente na região Nordeste do Brasil.
Batalhas
Como já mencionado, Batalhas foi justamente o primeiro original da Afroflix, e busca tratar um pouco do desenvolvimento do funk, ritmo que nasceu e cresceu nas favelas.
KBELA
Assim como o filme Batalhas, KBELA é uma obra dirigina pela fundadora da plataforma, sendo um filme experimental onde é abordada a relação das mulheres negras e seus cabelos. Dessa forma, há a exploração das questões ligadas a estética e identidade desse público.
Considerações finais
A descontinuação da Afroflix, infelizmente, deixa um vazio no ecossistema de streaming brasileiro no que diz respeito à representatividade racial. Embora a plataforma tenha desempenhado um papel fundamental ao ampliar vozes e narrativas marginalizadas, seu encerramento ressalta a necessidade contínua de esforços para garantir a inclusão e a equidade na indústria do entretenimento.
No entanto, a existência e o legado da Afroflix são inegáveis. Durante seu período de atividade, ela proporcionou um espaço importante para que talentos negros pudessem brilhar e suas histórias pudessem ser contadas.
Além disso, a Afroflix foi um ponto de partida e uma inspiração para outras iniciativas e plataformas que buscam promover a diversidade e a representatividade em todos os aspectos do audiovisual.
É essencial que a indústria do entretenimento e os consumidores continuem a apoiar e valorizar produções realizadas por pessoas negras. Ao reconhecer a importância da Afroflix e de iniciativas semelhantes, podemos trabalhar para criar um futuro onde a representatividade seja a norma, permitindo que todas as vozes sejam ouvidas e que histórias diversas sejam compartilhadas em toda a sua complexidade e riqueza.