Entre 1972 e 2001, Michael Jackson lançou 10 álbuns solos. O Rei do Pop era extremamente talentoso e tinha uma voz única e marcante. Por isso, avaliar e ranquear seus álbuns, não é uma tarefa fácil. Contudo, como forma de relembrar sua carreira e homenageá-lo nos 13 anos de sua morte, topamos o desafio. Assim, iremos ranquear todos os álbuns lançados durante sua carreira solo. Do “pior” (ou “menos bom”) até o melhor. Para isso, usaremos diversos critérios. O sucesso comercial do álbum, a importância que ele teve na história da música, a sua influência em outros artistas, a avaliação da crítica especializada, etc. Então vamos lá.

Music and Me (1973)

Capa do álbum Music and Me (1973)
Capa do álbum Music and Me (1973) – Imagem: Divulgação

Um dos quatro álbuns que o Rei do Pop lançou antes de realmente “estourar” para o mundo em 1979. Aqui, Michael Jackson passava por alguns momentos difícieis que seguramente influenciaram a qualidade de sua obra. Primeiro, a voz de Jackson estava mudando. Na época da gravação desse álbum, ele estava entrando na puberdade e a diferença de sua voz nesse álbum para sua voz em seus dois álbuns solos anteriores é bastante perceptível. Por isso, era difícil para o artista encontrar o tom certo para cada canção. Segundo, o Rei do Pop estava crescendo e queria incluir no álbum diversas canções de sua autoria. A Motown, no entanto, queria que ele apenas gravasse canções de outros compositores ou regravasse clássicos de artistas populares, como ele tinha feito em seus dois álbuns anteriores quando ele era “apenas uma criança”. Ou seja, aqui temos Jackson querendo ser “artista” e impor seu próprio estilo, brigando com uma gravadora que queria que ele fosse só um simples “intérprete”. A frustração do Rei do Pop, influenciaria seu pai a buscar uma nova gravadora para ele e também para seus irmãos que, na época, integravam os Jackson 5.

Forever, Michael (1975)

Capa do álbum Forever, Michael (1975) – Imagem: Divulgação

Último álbum solo de Michael Jackson lançado pela Motown e também seu último álbum solo antes de ele “estourar” para o mundo em 1979, com “Off the Wall”. Aqui, já é possível perceber um estilo parecido com o que consagraria o Rei do Pop. Sua voz já é bastante diferente daquela de seus álbuns anteriores e percebe-se que a mudança no tom e tipo de voz iniciada em “Music and Me” (1973) já está completa aqui. Também é perceptível uma mudança no estilo de canção e de arranjo desse álbum em relação aos álbuns solos anteriores do artista. Contudo, aqui novamente, a Motown não permitiu que Jackson utilizasse suas próprias canções. Portanto, Jackson apenas interpreta canções de outros artistas. No entanto, ele ainda consegue, de alguma forma, (principalmente no jeito de interpretar as canções) impor, em alguns momentos, o estilo que o consagraria anos depois. Esse álbum também não foi comercialmente tão bem-sucedido quando os seus álbuns anteriores. Contudo, em 1981, a Motown aproveitando o sucesso mundial de Jackson relançou a canção “One Day in Your Life” que acabou fazendo bastante sucesso no Reino Unido.

Ben (1972)

Capa do álbum Ben (1972) – Imagem: Divulgação

O segundo álbum solo da carreira de Michael Jackson foi também seu álbum mais vendido antes que ele “estourasse” para o mundo em 1979. O disco vendeu mais de 2 milhões de cópias no mundo inteiro e chegou ao quinto lugar da Billboard 200, que copila os álbuns mais vendidos da semana nos Estados Unidos. Tudo isso, puxado principalmente pelo estrondoso sucesso mundial da canção “Ben”, que chegou ao topo da Billboard Hot 100 (que compila as canções mais ouvidas nos Estados Unidos) e fez bastante sucesso em diversos outros países do mundo. “Ben” era a canção-título do filme Ben, o Rato Assassino e chegou a ser indicada ao Oscar de Canção Original e a vencer o Globo de Ouro na mesma categoria. Nesse álbum temos um Jackson totalmente influenciado pelo estilo musical dos Jackson 5 e da Motown e com aquela sua voz infantil clássica que todos os fãs já estavam acostumados a escutar nas canções dos Jackson 5.

Got to Be There (1972)

Capa do álbum Got to Be There (1972)
Capa do álbum Got to Be There (1972) – Imagem Divulgação

O primeiro álbum solo da carreira de Michael Jackson é também o álbum que muitos consideram sua melhor gravação antes de 1979. Got to Be There foi muito bem-sucedido comercialmente vendendo mais de 500 mil cópias só nos Estados Unidos. Apesar de não ter agradado a todos os críticos, o álbum recebeu elogios rasgados de publicações importantes, como a revista Rolling Stones, que teceu muitos elogios à voz e ao profissionalismo do (ainda) garoto Michael Jackson. A voz angelical de Jackson na época, combinou bastante com a canção-título do álbum (“Got to Be There”) e mesmo com regravações de canções de sucesso, como “Ain’t No Sunshine”. Essa é uma obra para quem quer escutar a voz clássica do menino Michael Jackson, com o som clássico dos Jackson 5.

Invincible (2001)

Capa do álbum Invincible (2001) – Imagem: Divulgação

Último álbum lançado por Michael Jackson, Invincible é também a obra menos inspirada de sua carreira adulta. Aqui, o artista que sempre inovou, acaba mais seguindo a “moda” do que trazendo algo novo para o cenário musical. Seu estilo está quase todo dissolvido em canções pops, muitas vezes, pouco inspiradas. Nessa época, o Rei do Pop já vivia uma das fases mais complicadas de sua carreira e também de sua vida pessoal. Com acusações de assédio sexual, cirurgias plásticas exageradas e perseguição por parte da imprensa. Jackson também vivia em pé de guerra com sua gravadora, a Sony Music. Apesar de tudo isso, Invincible ainda vendeu 8 milhões de cópias no mundo todo e rendeu três singles, sendo que “You Rock My World” chegou a ficar no Top Ten da Billboard Hot 100. Além disso, o álbum chegou ao topo das paradas em vários países do mundo, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido. Depois disso, Michael Jackson nunca mais lançaria um álbum até sua trágica morte em 2009. Atualmente, muitos fãs e críticos musicais consideram Invincible uma obra injustiçada e que não teve o reconhecimento que merecia na época.

HIStory: Past, Present and Future, Book I (1995)

Capa do álbum HIStory: Past, Present and Future, Book I (1995) – Imagem: Divulgação

O início da “decadência” do Rei do Pop, se é que podemos dizer assim. Aqui, Michael Jackson já enfrentava acusações de assédio sexual, o resultado de suas inúmeras cirurgias plásticas já era bastante aparente, seu comportamento já era bastante “excêntrico” e o astro já era perseguido implacavelmente pela imprensa. Não que HIStory seja um álbum ruim. Longe disso. Só que talvez não esteja no mesmo nível que as outras obras-primas produzidas por Jackson. Apesar de tudo isso e de todo o desgaste de Jackson na mídia, HIStory foi um enorme sucesso comercial. O álbum vendeu mais de 20 milhões de cópias no mundo todo e deu origem a uma turnê, a HIStory World Tour, que arrecadaria 165 milhões de dólares e seria a turnê solo mais bem sucedida dos anos 90.

Essa seria também, a última turnê da carreira do artista. HISTory alcançaria ainda o topo das paradas de sucesso em diversos países do mundo e diversos de seus singles também seriam sucessos mundiais. Com destaque para a canção “You Are Not Alone” que se tornaria o primeiro single da história a estrear em primeiro lugar na Billboard Hot 100. Além dela, outras canções do álbum se tornariam clássicas, como “Scream”, “Earth Song” e “They Don’t Care About Us”, cujo clipe musical seria, inclusive, gravado no Brasil. Além disso, HIStory continha dois discos. O primeiro, chamado de “HIStory Begins”, continha alguns dos maiores sucessos do Rei do Pop. Já o segundo, chamado de “HIStory Continues”, continha apenas canções inéditas.

Dangerous (1991)

Capa do álbum Dangerous (1991)

Primeiro álbum da carreira adulta de Michael Jackson a não ser produzido por Quincy Jones, Dangerous é considerado por muitos críticos como o último “álbum clássico” da carreira do Rei do Pop. Jones e Jackson se conheceram em 1978 durante as filmagens do filme Wiz – O Mágico Inesquecível (1978) e o produtor havia ajudado o astro a se tornar o Michael Jackson que todo mundo conhece. Depois de Bad (1987) e do fim da parceria entre os dois, o mundo queria saber que direção Jackson iria tomar em seu próximo trabalho. A resposta foi Dangerous. Um álbum que tinha um som bastate diferente dos outros álbuns do Rei do Pop. Além de ser mais “pop” e de tentar fundir diversos gêneros musicais, incluindo rock, new jack swing, R&B e outros, Dangerous também era um trabalho muito mais pessoal e politicamente engajado que os trabalhos anteriores de Jackson.

O álbum foi um enorme sucesso comercial, tendo vendido mais de 32 milhões de cópias no mundo todo e dando origem a uma turnê, a Dangerous World Tour, que arrecadou mais de 100 milhões de dólares. Dangerous rendeu quatro singles que chegaram ao Top Ten da Billboard Hot 100. Incluindo o clássico “Black or White”, que chegou ao topo das paradas musicais, sendo que seu vídeo-clipe estreou simultaneamente em 27 países do mundo e foi assistido ao mesmo tempo por mais de 500 milhões de pessoas. Sendo, até hoje, o vídeo-clipe mais assistido da história. Além de “Black or White”, o álbum possui outras canções clássicas como “Remember the Time”, “In the Closet”, “Jam”, “Heal the World” e “Will You Be There”.

Bad (1987)

Capa do álbum Bad (1987)

É aqui, que as coisas começam a ficar realmente complicadas. Porque a partir daqui, falaremos dos três álbuns mais clássicos de Michael Jackson. Portanto, ficará cada vez mais dificil escolher qual deles é o melhor. Depois do sucesso de Thriller, o Rei do Pop tinha uma missão bastante difícil, lançar seu próximo álbum. Mas, como superar Thriller? Adotando uma postura ousada e tentando criar algo totalmente diferente. Aqui, Michael Jackson mistura estilos musicais, incorporando novas sonoridades e novos gêneros à sua obra. É possível notar a forte presença de estilos como R&B, funk, eletrônico (Jackson utilizou até sintetizadores digitais nesse álbum) e até mesmo rock pesado, com a guitarra tendo um papel fundamental em diversas faixas do álbum. É importante destacar que essa seria a terceira e última colaboração entre Jackson e o produtor Quincy Jones.

O resultado foi um dos melhores álbuns da carreira do astro e da história da música mundial. Bad não superou as vendas de Thriller (até porque nenhum álbum na história nunca superou), mas conseguiu ser comercialmente muito bem sucedido, vendendo mais de 35 milhões de cópias no mundo todo e dando origem a uma turnê mundial, a The Bad Tour, que foi a turnê mais bem sucedida de um artista solo nos anos 80. Além disso, o álbum gerou cinco singles que atingiram o topo das paradas de sucesso nos Estados Unidos, um recorde para a época. Isso sem contar Moonwalker (1988), filme feito para promover Bad e que, atualmente, é considerado um clássico cult. É até dificil destacar canções clássicas do álbum, já que praticamente todas elas são, de uma forma ou outra, consideradas clássicas. Contudo, entre as mais lembradas estão: “Bad”, “Smooth Criminal”, “Man in the Mirror”, “The Way You Make Me Feel”, “I Just Can’t Stop Loving You”, “Dirty Diana” e “Speed Demon”. O estilo que Jackson utilizou em todo o material de divulgação de Bad, com jaqueta de couro e uma postura agressiva, influenciou toda uma geração e é considerado um dos estilos definitivos dos anos 80.

Off the Wall (1979)

Capa do álbum Off the Wall (1979)

Off the Wall é o primeiro álbum solo da carreira adulta de Michael Jackson. É aqui que realmente “nasce” o Rei do Pop. Pela primeira vez, Jackson tem liberdade criativa em todos os sentidos. Livre das amarras da Motown e também dos Jackson 5, o artista pôde, pela primeira vez, desenvolver seu estilo de cantar, dançar e se expressar. Junte a isso o fato de Off the Wall ter sido o primeiro álbum do astro a ser produzido pelo genial Quincy Jones. Os dois, Jones e Jackson, se conheceram em 1978 durantes as gravações do filme Wiz – O Mágico Inesquecível (1978). O Rei do Pop estava procurando um produtor para seu próximo álbum. Alguém que o ajudasse a produzir algo novo que se distanciasse do som dos Jackson 5 e de seus álbuns solos anteriores. Jones ficou impressionado com o talento e dedicação do jovem músico e aceitou produzir o que viria a ser Off the Wall.

A obra colocou Jackson em destaque como artista solo e fez com que, pela primeira vez, sua fama superasse a dos Jackson 5. O álbum vendeu mais de 20 milhões de cópias no mundo todo e teve quatro singles no Top Ten da Billboard Hot 100, incluindo “Don’t Stop ‘Til You Get Enough”, que foi a segunda canção da carreira solo de Michael Jackson (depois de “Ben”, em 1972) a atingir o topo das paradas musicais nos Estados Unidos. Off the Wall contêm clássicos do repertório do artista, como “Don’t Stop ‘Til You Get Enough”, “Rock with You”, “Off the Wall”, “She’s Out of My Life” e “Workin’ Day and Night”. A obra é considerada um dos melhores álbuns da história da música, sendo que muita gente o considera o melhor álbum da carreira de Michael Jackson, a frente, inclusive, de “Thriller”.

Thriller (1982)

Capa do álbum Thriller (1982)

Chegamos no ápice da carreira do Rei do Pop. Aqui, Michael Jackson atingiu o topo do mundo e ganhou a alcunha de “Rei do Pop” que lhe acompanharia por toda a vida. Thriller quebrou todas as barreiras de sua época e fez de Jackson o músico mais conhecido do planeta. Até mesmo as fortes barreiras raciais que existiam nos Estados Unidos da época foram arrebentadas por Thriller. Com uma mistura de funk, R&B, pop, rock e disco, Jackson e o produtor Quincy Jones criaram um dos melhores álbuns da história e uma obra que venderia mais de 70 milhões de cópias no mundo todo, se tornando não apenas o álbum musical mais vendido da história, mas também uma obra que passaria a influenciar todos os músicos do planeta. Thriller foi também um dos primeiros álbuns a utilizar os vídeo-clipes como forma de promover canções, o que se tornaria o padrão da indústria fonográfica.

O vídeo-clipe da canção-título do álbum, “Thriller”, é até hoje o vídeo-clipe mais conhecido e mais influente da história da música mundial. Sete singles de Thriller atingiram o Top Ten da Billboard Hot 100, sendo que dois (“Billie Jean” e “Beat it”) chegaram ao topo das paradas de sucesso americanas. Um recorde para a época. O que fez também com que o álbum chegasse a vender um milhão de cópias por semana, só nos Estados Unidos. O sucesso comercial de Thriller em solo americano foi tão grande que por dois anos seguidos, 1983 e 1984, o álbum foi o mais vendido do país. Um feito nunca antes alcançado por nenhum outro artista. É até difícil falar de Thriller ou separar canções clássicas do álbum, já que todas as canções da obra são amplamente conhecidas. No entanto, destacamos: “Thriller”, “Billie Jean”, “Beat It”, “Human Nature” e “The Girl Is Mine” (parceria com Paul McCartney).

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