O filme “Sev7n – Os Setes Crimes Capitais” se passa em uma cidade desconhecida, assolada pelo crime e pela corrupção, o veterano e frustrado investigador William Somerset está à beira da aposentadoria quando é designado para colaborar com o jovem e audaz David Mills. Em conjunto, eles investigam uma sequência de assassinatos violentos, onde as vítimas são selecionadas com base nos sete pecados capitais.
Os primeiros delitos – um homem compelido a se alimentar até a morte (gula) e um advogado compelido a se mutilar (ganância) – fazem Somerset identificar um padrão. A suspeição é confirmada ao se identificar uma terceira vítima: um traficante que ficou um ano paralisado e desnutrido (preguiça). À medida que a investigação progride, Tracy, a esposa de Mills, revela a Somerset que está grávida e teme gerar um filho naquele ambiente adverso.
Depois de uma perseguição árdua, os investigadores localizaram o apartamento do homicida, John Doe, porém ele conseguiu escapar. Logo em seguida, surgem novas vítimas: uma prostituta brutalmente assassinada (luxúria) e uma modelo obrigada a optar entre a vida e sua beleza (orgulho). Sem alternativa, Doe se rende e propõe um acordo: conduzirá Somerset e Mills a um lugar isolado, onde desvendaram as duas últimas vítimas.
No final surpreendente, Mills recebe um pacote com a cabeça de Tracy. Doe, simbolizando a inveja, reconhece ter assassinado Tracy por aspirar à vida de seu adversário. Impulsionado pela raiva, Mills o executa, concluindo o ciclo letal do matador. Somerset, conformado, continua na cidade, ponderando sobre a obscuridade global e a necessidade de persistir na batalha contra ela.
Direção de Se7en – Os Sete Crimes Capitais
A princípio, o filme começa entregando vários detalhes carregados de significado, como John Doe escrevendo em seus cadernos e removendo suas digitais. As letras com topografias irregulares mostram desde o início a personalidade sádica do psicopata.
A identidade visual que David Fincher projetou em “Sev7n – Os Setes Pecados Capitais”. Toda a trama é permeada por elementos datados, desde os meios de comunicação até o contato constante com bibliotecas, isso trouxe um tom nostálgico ao filme. As cenas tem bastante contraste entre luz e sombra, o que as torna ainda mais dramáticas.
O compromisso com os efeitos especiais também não podem ser passados em branco. Posto isso, podemos destacar o trabalho feito pela equipe de maquiagem, bem como o próprio ator Michael Reid MacKay, com personagem que representa o pecado da preguiça (Vitor), que durou em torno de 14 horas.
Além disso, uma menção honrosa para Darius Khondji que esteve à frente da cinematografia do longa. Khondji deu vida a uma história sombria organizando meticulosamente elementos visuais e ambientes. Isso rendeu ao diretor de fotografia CFCA Awards no ano de 1996.
Esses trabalhos conjuntos possibilitaram que o filme se tornasse uma referência para o gênero thriller policial. Portanto. Por isso, “Se7en – Os Sete Crimes Capitais” é um dos filmes mais emblemáticos do cinema até os dias de hoje.
Crítica
As atuações neste filme são um dos pontos mais altos. Por exemplo, em 1 hora e 27 minutos do filme vemos a cena de um homem alucinado e em choque por ter sido vítima de John Doe. Esse homem alucinado é interpretado por Leland Orser, sem dúvidas, sua cena é uma das mais tensas do filme. O filme dura 2 horas e 7 minutos e prende a nossa atenção do começo ao fim.
Portanto, a recepção do público foi bastante positiva, como podemos ver no IMDB. A taxa de aprovação do filme alcançou 8.6 em uma escala de 1.9 milhões de votos. Isso nada mais é que o reflexo da capacidade do filme de envolver o público.
Orçamento e bilheteria do filme
“Se7en – Os Sete Crimes Capitais” custou apenas US$ 33 milhões e se destacou como um dos filmes com a melhor cinematografia de 1995. Filmes como “Coração Valente”, “Fogo contra Fogo”e “Cassino” também se destacaram por sua direção cinematográfica, porém custam relativamente mais caros.
O desempenho deste filme nas bilheterias não foi nada mal, pois arrecadou US$ 333 milhões nos cinemas do mundo inteiro. Se listar as maiores bilheterias daquele ano, este filme, se encontraria ao lado de filmes icônicos. Como por exemplo, “Toy Story”, “Jumanji”.”Apollo 13”, e outros sucessos que tiveram retornos milionários. Em última análise, a quantidade de pessoas mobilizadas a assistir este filme indica que a proposta de “Se7en – Os Sete Crimes Capitais”, à primeira vista, é forte e instigante.
Melhores cenas de Se7en – Os Sete Crimes Capitais
Acima de tudo, a produção de “Se7en – Os Sete Crimes Capitais” explora muito bem as artes plásticas. O especialista em efeitos especiais é maquiagem Rob Bottin, bem como a sua equipe, devem receber seus devidos créditos. As melhores cenas do filme se devem ao trabalho magistral de maquiagem e efeitos especiais. Com isso, podemos destacar os melhores momentos do filme:
Gula: No primeiro ato, a primeira vítima que os detetives Somerset e Mills encontram é Maurice Goldman, a Gula. O personagem foi obrigado a comer exacerbadamente por John Doe. O corpo da vítima ficou obeso, seus vasos sanguíneos ficaram dilatado e nítidos. E pensar que isso é só próteses feitas no corpo todo nos faz perceber o quão empenhado a equipe estava em fazer o filme dar certo.
Preguiça: No filme o traficante Victor foi amarrado e torturado durante dias, por John Doe. Sua aparência ficou desfigurada e esquelética idêntica a um zumbi. Mas o psicopata tomou cuidado para o pecado da preguiça permanecer vivo. É mais um trabalho importante feito pela equipe de maquiagem.
Ira: No último ato, John Doe leva Somerset e Mills por meio do nada alegando que lá, encontrarão as duas últimas vítimas. Um carro chega e entrega um pacote que, possivelmente, guardava a cabeça de Tracy. Desolado, Mills mata John. A cena se destaca não pela produção, mas sim pela natureza doentia e cruel do antagonista.
Essas foram algumas das melhores cenas do filme. O filme apresenta momentos viscerais que, de fato, marcam permanentemente a nossa memória. Por fim, se há outra que não destacamos aqui, você pode deixar nos comentários.
Curiosidades sobre o filme
Como um filme do gênero thriller criminal e mistério, “Sev7n – Os Sete Crimes Capitais” guarda uma gama de trivialidades. Diálogos, roteiro, cenários trazem elementos que dão ainda mais significado ao filme. Algumas dessas curiosidades são:
Referência ao Ronald Reagan: No final do primeiro ato Somerset e Mills conversam sobre a natureza do assassino. Nessa cena, Mills cita as frases mais usadas por psicopatas para explicar suas motivações. Mills cita a frase de John Hinckley Jr., que fez isso por Jodie Foster. Além disso, a frase “Meu cachorro me disse para fazer isso” do assassino Filho de Sam, também foi usada na cena.
Diários do psicopata: Algo bastante interessante no filme são os diários de John Doe. Cheios de apontamento às falas da sociedade, milhares de palavras escritas pelo assassino preenchem praticamente uma biblioteca inteira. Essas palavras de fato foram feitas pela equipe de produção e o projeto levou mais de 2 meses para ser concluído.
Protagonistas diferentes: A princípio, Denzel Washington e Al Pacino deveriam ter interpretado, respectivamente, o detetive Somerset e Mills. Porém recusaram o papel.
Sequência desastrosa: Em 2002 a New Line Cinema propôs uma continuação chamada “Ei8ht”. Mas a ideia não foi para frente devido às ressalvas do diretor e a falta de disposição do elenco. Em suma, a trama seguiria um detetive psicopata perseguindo um psicopata.
Essas foram algumas das curiosidades por trás do filme. De fato, a ideia de uma continuação não ter tido êxito é reconfortante. Uma sequência com uma proposta tão forçada poderia manchar o sucesso do primeiro filme.
Trilha sonora de Se7en – Os Sete Crimes Capitais
A trilha sonora original de “Se7en – Os Sete Crimes Capitais” foi composta pelo músico Howard Shore. A música de Shore adota uma perspectiva orquestral obscura e minimalista, explorando sons profundos, texturas espessas e harmonias dissonantes. O seu estilo difere das trilhas sonoras clássicas de suspense dos anos 90, que frequentemente continham melodias marcantes. Em vez disso, Shore aposta em um uso atmosférico do som, criando uma sensação constante de inquietação. Embora não se destaque tanto quanto os outros elementos do filme como roteiro e fotografia, a trilha sonora nos ajuda bastante a se envolver na trama.
Conclusão
De fato, Se7en – Os Sete Crimes Capitais é um daqueles filmes que deixam um gosto amargo na boca. Nesse sentido, Mills percebe que a cabeça de Tracy estava dentro da caixa e disparou contra a cabeça de John Doe, logo chegando ao objeto não dos mocinhos e sim o antagonista, indubitavelmente, o filme não poderia ter um final mais injusto.
“Nós vemos um pecado mortal em cada esquina, em cada casa, e nós o toleramos. Toleramos porque é comum, é trivial. Toleramos pela manhã, à tarde e à noite. Bem, não mais. Eu não”. Essas palavras ditas por John Doe expressam a natureza doentia e hipócrita do personagem, que desejava quebrar a apatia daquela cidade cometendo atrocidades inimagináveis.
Enquanto Mills acreditava que, mesmo em perdição, aquela cidade poderia ser salva com pequenos esforços por parte de cada habitante, Somerset achava ingenuidade achar que um dia aquele lugar deixaria de ser uma “Sodoma e Gomorra”.
No fim das contas, o filme nos apresenta a reflexão de que o mal não deixa de ser mal, mesmo que todos o pratiquem. Até a próxima!