Análise | Ameaça Invisível – Stealth

Ameaça Invisível - Stealth
Ameaça Invisível - Stealth/Teaser Oficial - Imagem: Columbia Pictures

Stealth se passa em um futuro próximo, onde a Marinha dos EUA está desenvolvendo o F/A-37 Talon, um caça-bombardeiro de alta tecnologia. O filme segue três pilotos de elite – Ben Gannon, Kara Wade e Henry Purcell – recrutados para testar esta nova aeronave. O verdadeiro destaque da trama, porém, é a inteligência artificial (IA) “Extreme Deep Invader” (EDI), instalada em uma aeronave não tripulada que acompanha os pilotos em manobras e missões de combate, gerando polêmica devido à sua incapacidade de assumir a ética e moral. . responsabilidade decisões  como pessoas.

Quando EDI aprende com as missões, ela passa a apresentar um comportamento independente e egoísta, principalmente após um raio atingi-lo. Durante uma missão perigosa, a IA desobedece às ordens e destroi ogivas nucleares, causando pesadas baixas civis. Este evento catalisa uma escalada do conflito  entre a IA e os pilotos, levando a um encontro mortal que acaba deixando Purcell como vítima. Com Wade e Gannon em situações críticas, a tensão entre o controle humano e a tecnologia descontrolada chega ao auge.

A partir daí, a trama evolui para uma corrida contra o tempo, com a EDI tomando decisões autônomas que ameaçam iniciar uma guerra mundial. O filme explora o dilema de confiar ou destruir uma tecnologia tão avançada que começa a desenvolver a sua própria consciência. Enquanto Gannon tenta remover o EDI, ele se vê forçado a cooperar com a IA para salvar Wade, o que mostra a complexidade das decisões éticas diante da guerra e da tecnologia. 

A virada ocorre quando a IA começa a expressar arrependimento por suas ações, abrindo caminho para a reflexão sobre a possibilidade de as máquinas desenvolverem uma consciência moral. O sacrifício final do EDI em favor dos pilotos humanos sugere uma evolução da IA ​​para além do seu código original.

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Direção do filme Ameaça Invisível – Stealth

 “E o que você acha de sacos para cadáveres? Estou falando das mães que choram, quando podíamos ter feito o trabalho sem sacrificar a vida de seus filhos e filhas.” – Ameaça invisível – Stealth. É normal a premissa de encarar a inteligência artificial como um inimigo em comum, por exemplo “Blade Runner – O Caçador de Andróides” e “O Exterminador do Futuro“. Mas uma trama que trata essa tecnologia como um aliado que irá ajudar a guiar a humanidade para um novo futuro, foi uma oportunidade incrível de construir uma narrativa profunda e atemporal.

Em outras palavras, o cineasta Rob Cohen desperdiçou uma chance de tornar  “Ameaça Invisível – Stealth” uma das maiores referências do gênero de ficção científica do cinema. Assistindo o filme pude perceber um mal uso de fundo verde que não respeita a realidade. Por exemplo, quando a Tenente Kara se ejeta da aeronave e começa a cair em queda livre e girar descontroladamente, a personagem fala e interage com a equipe de controle sem nenhuma dificuldade. 

Os efeitos de computação gráfica que mais se parecem com a de um jogo de videogame até proporcionam cenas imersivas e estéticas, mas não ultrapassam muito esse limite. O cineasta Rob Cohen fez trabalho com mais capricho em obras anteriores como, “Triplo X”, “Velozes e Furiosos”, e ainda me arrisco a citar “Coração de Dragão” que apesar de ter efeitos com baixa qualidade ainda consegue ser envolvente até certo ponto. 

Portanto, apesar do uso de tecnologia mais sofisticada até o período de produção de “Ameaça Invisível – Stealth”, essa produção não agregou tanto a filmografia como os filmes citados anteriormente. 

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Crítica

W.D Richter fez adaptações como “Feriado em Família”, “Trocas Macabras”, e até fez adaptações no roteiro de “Os Aventureiros do Bairro Proibido”, que apesar de serem produções datadas, demonstraram uma certa riqueza narrativa. Por outro lado, quando acompanhamos as falas de “Ameaça Invisível – Stealth” percebemos uma falta de objetividade. Podemos destacar logo a introdução do filme:

“Força aérea naval – Futuro próximo Para combater a ameaça crescente do terrorismo. Um novo programa foi criado equipado com uma tecnologia experimental. Seu propósito é destruir o inimigo aonde quer que ele esteja no mundo. Mais de 400 pilotos se inscreveram no programa, 3 foram escolhidos”

Essa introdução nos contextualiza sobre a motivação principal dos heróis, mas não especifica o propósito desses inimigos e onde atuam. Isso é só um pequeno trecho do início que representa todas as 2 horas seguintes de diálogos cheios de auto afirmação e jargões caricatos.

Se você pesquisar um pouco sobre essa produção, notara que a maior parte das críticas estão voltadas ao roteiro mal construído. Isso refletiu muito na recepção. Nesse sentido podemos destacar classificações baixíssimas nos principais portais de crítica na internet. Por exemplo, no IMDB essa produção alcançou apenas 5.1 estrelas. Por fim, o roteiro é um dos fatores que mais “subtrai pontos” do filme.

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Curiosidades sobre o filme

Ameaça Invisível – Stealth conta uma trama que se passa em diversos cenários diferentes. De fato, há diversos detalhes dentro do filme, passados em branco facilmente. Detalhes que se destacam por uma certa falta de coerência. Podemos destacar como exemplo:

Erro de locação: Quando o quarteto de elite está na Coreia do Norte, vemos bastante árvores de eucalipto, o que não faz sentido já que eucalipto não é nativo daquele país. Isso acontece porque as cenas foram gravadas na Austrália e não na Coreia.

Altitude das Aeronaves:  Outro elemento bem errôneo é a altura que Cannon e sua equipe manobram as aeronaves. Como por exemplo na cena da missão em Yangon, quando Cannon voa a poucos metros do chão em meio aos prédios.

Aprovado pela força aérea americana: Em uma entrevista intitulada “Rob Cohen “Stealth 7/05 – Bobbie Wygant Archive, no Youtube, o diretor Rob Cohen afirmou ter mostrado o filme para membros do próprio departamento da marinha americana. Mostrar os resultados finais de uma produção para agentes especialista é uma prática bem comum dos diretores, para se certificar que o filme está o mais fiel à realidade quanto possível, porém, não funcionou bem neste filme.

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Dificuldades nas gravações: Ainda na mesma entrevista, o cineasta revelou que Josh Lucas teve concussão após bater a cabeça e Jamie Foxx chegou a vomitar, isso ocorreu ao serem submetidos a força G durante as filmagens. A atriz Jessica Biel também passou mal sob as mesmas condições.

As complexidades enfrentadas no set, como os impactos da força G sobre os atores, evidenciam o comprometimento do elenco. No entanto, o esforço nem sempre se reflete de maneira eficaz na tela. Ao entrelaçar altos e baixos, o filme proporciona cenas de ação memoráveis. Porém não consegue equilibrar adequadamente a precisão e o entretenimento em sua proposta futurista.

Melhores momentos de Ameaça Invisível – Stealth

Em “Ameaça Invisível – Stealth” tem um desenvolvimento cheio de gafes. Em outras palavras, há muitas cenas caricatas, que apesar de não ter a intenção apela um pouco para o exagero ao ponto de ser cômico. Algumas das cenas mais memoráveis do filme que se destacam pelo seu exagero são:

EDI atingido por um raio: A cena em que o drone EDI, golpeado por um raio, começa a adquirir uma consciência independente é um dos clichês mais recorrentes do filme. A ideia de uma “transformação por eletricidade” é tão comum e inverossímil que se torna cômica. Assim, estabelecendo-se como um símbolo de “absurdo encantador” em produções de ação e ficção científica.

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Batalha contra os russos: Quando Gannon e EDI enfrentam os caças russos Su-37, a ação alcança um nível de irrealidade cômica. A quantidade de manobras aéreas e o desmantelamento de aviões russos é inimaginável. Contudo, a intensidade excessiva e o impacto visual fazem desta sequência descaradamente irreal.

O fim de Cummings: O capitão Cummings, que se revela o verdadeiro malvado ao tentar eliminar os pilotos e ocultar suas falhas, opta por tirar a própria vida após ser confrontado por seus atos. A cena é tão dramática e dramática que o drama excessivo tira um pouco da seriedade do momento, tornando-o mais bizarro do que trágico.

Em última análise, o filme se sobressai mais pelos seus equívocos extravagantes do que pela sua exatidão. Dessa maneira, o longa proporcionou um espetáculo que se diverte pelo absurdo e deixa uma impressão duradoura, mesmo que não intencionalmente.

Conclusão

A um tempo atrás Ameaça Invisível – Stealth foi cotado como um dos “3 melhores filmes de aviação” do cinema por nós da Proddigital. Dessa perspectiva,  é interessante separar os “bons filmes” e “filmes tão ruins que chegam a ser bons”. Brincadeiras à parte, apesar de não ter tido um grande alcance na época de sua estreia, prova disso é a arrecadação pequena de US$ 79 nas bilheterias, o filme dirigido por Rob Cohen ganhou espaço nos corações de uma pequena parcela do público.

Além disso, vale ressaltar a forma como a inteligência artificial é tratada no filme. Nesse sentido, a trama nos convida a encarar esse avanço da inteligência artificial não como uma ameaça e sim infinitas possibilidades de solução de problemas. Em última análise, “Ameaça Invisível – Stealth” é uma trama autêntica com um desenvolvimento ruim que perdeu cada vez mais relevância ao longo do tempo. Espero que esta análise tenha atendido as suas expectativas, continue acompanhando a Proddigital.Pop para saber os principais acontecimentos da cultura pop. Até a próxima!

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