No próximo domingo, dia 2 de março, acontece diretamente do Dolby Theatre, em Los Angeles, na Califórnia, a cerimônia de entrega da 96ª edição do famoso “Prêmio da Academia”, mais conhecido como Oscar. Pela primeira vez na história, a cerimônia será comandada pelo comediante e apresentador Conan O’Brien e, nos Estados Unidos, será transmitida pelo canal ABC, como ocorre tradicionalmente desde 1976, e também, pela primeira vez na história, pela plataforma de streaming Hulu.
No Brasil, a cerimônia do Oscar deve ser transmitida pelo canal pago TNT e pela plataforma de streaming Max, que há anos transmitem a cerimônia, além também da Rede Globo, que volta a transmitir a cerimônia depois de anos de ausência. Devido ao fato de o filme brasileiro Ainda Estou Aqui estar indicado em três categorias, incluindo Melhor Filme, a Rede Globo decidiu transmitir a cerimônia e deixar a transmissão dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro em segundo plano. Isso devido ao feito inédito obtido pelo filme brasileiro.
Nesse ano, cobrimos as principais premiações da temporada e, como não poderia deixar de ser, também cobriremos o Oscar, já que essa é a principal e mais importante premiação da temporada. Aliás, todas as premiações são quase que apenas uma prévia do Oscar. Dessa forma, analisaremos cada uma das principais categorias do Oscar desse ano e ponderaremos as chances de vitória de cada concorrente em cada uma delas. Seguiremos nossa análise por essa que é uma das mais importantes categorias do Oscar. Lembrando que já analisamos diversas outras categorias do Oscar desse ano. Mas primeiro, você sabe o que se premia nessa categoria? Te explicamos abaixo.
O que é o Oscar de Melhores Efeitos Visuais
O Oscar de Melhores Efeitos Visuais foi entregue pela primeira vez como categoria competitiva na 12ª edição da premiação, ocorrida em 29 de fevereiro de 1940. O primeiro filme a vencer essa categoria foi E as Chuvas Chegaram (1939). A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, no entanto, já havia premiado a aventura Lobos do Norte (1938) no ano anterior com um Oscar Especial por seu trabalho de efeitos sonoros e visuais.
Além disso, em 1929, na primeira edição do Oscar, o filme de guerra Asas (1927) também foi agraciado com um Oscar por seus “efeitos de engenharia”. A produção seria, inclusive, a primeira a vencer o Oscar de Melhor Filme. Na época, essa categoria era competitiva e reunia efeitos sonoros, de engenharia e fotográficos. A Academia, no entanto, deixaria de entregar essa categoria já no ano seguinte e só voltaria, como dito antes, em 1940.
O principal catalisador da criação de uma categoria para premiar “efeitos especiais” em filmes foi o lançamento de King Kong, em 1933. O trabalho revolucionário que Willis O’Brien realizou no filme, fez com que houvesse pressão para que a Academia reconhecesse os profissionais desse campo da produção cinematográfica. Desde a sua criação até 1963, essa categoria era conhecida como “Melhores Efeitos Especiais” e premiava os trabalhos de efeitos visuais e sonoros.
Isso mudou a partir de 1964, quando a categoria passou a premiar apenas efeitos visuais. Em 1977, para refletir essa mudança, a categoria mudou de nome e adotou seu nome atual. Devido à natureza do cinema comercial, essa categoria sempre foi uma das mais instáveis do Oscar em termos de número de indicados. Em alguns anos, por exemplo, essa categoria teve até quase 10 filmes indicados. Já em outras, nem sequer havia indicação e apenas um filme recebia um Oscar Especial.
A última vez que isso ocorreu, no entanto, foi em 1991, quando O Vingador do Futuro recebeu um Oscar Especial por seu trabalho de efeitos visuais. A partir do ano seguinte até 2010, essa categoria passou a ter consistentemente sempre três indicados. E, a partir de 2011, o número de indicados passou para cinco, padrão que se mantêm até os dias atuais.
O que o Oscar de Melhores Efeitos Visuais premia
Atualmente, essa categoria premia o melhor trabalho de efeitos visuais, segundo os membros da Academia, realizado em um filme lançado em um determinado ano. Os membros da Academia normalmente julgam não apenas a qualidade do efeito visual, ou seja, a sua capacidade de causar a ilusão desejada com sucesso e fidelidade, mas também sua contribuição para o filme como um todo e para o desenvolvimento do enredo no filme.
Dessa forma, não adianta só encher a produção de efeitos visuais vazios que estão lá apenas para entreter e chocar o público, mas não dão qualquer contribuição real para o filme como um todo. É por isso, inclusive, que muitas vezes um filme cheio de efeitos visuais acaba perdendo nessa categoria para um filme cujos efeitos visuais parecem muito menores ou bem discretos. Isso porque, a Academia normalmente valoriza bastante a contribuição que esses efeitos dão para o filme como um todo. Quanto maior essa contribuição, maiores as chances de um filme vencer o Oscar.
Quanto ao processo de escolha dos filmes indicados, atualmente, o “capítulo” da Academia que reúne profissionais que trabalham com efeitos visuais pré-selecionam 10 filmes, a partir de uma lista inicial de 20 produções, e desses lista de pré-selecionados saem os cinco indicados finais. No máximo, quatro profissionais de cada filme podem receber a indicação ao Oscar. Depois disso, todos os membros elegíveis da Academia escolhem o grande vencedor dessa categoria.
Critérios de elegibilidade
Além das regras citadas acima, todos os filmes competindo nessa categoria também devem seguir os critérios gerais de elegibilidade ditadas pela Academia. Assim sendo, para ser elegível a concorrer nessa categoria, um filme deve ter estreado entre a meia-noite de 1 de janeiro e a meia-noite de 31 de dezembro de um determinado ano, no Condado de Los Angeles, na Califórnia. Portanto, todos os filmes que estão concorrendo ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais desse ano estrearam em Los Angeles entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2024, sem exceções.
Além de estrear em Los Angeles, o filme também devem permanecer em exibição na cidade por pelo menos sete dias consecutivos, sendo exibido em pelo menos três sessões diferentes, sendo que ao menos uma dessas sessões deve ocorrer entre 6 da tarde e 10 da noite no horário local. Além disso, filmes em língua estrangeira devem, obrigatoriamente, possuir legendas em inglês.
Lembrando também, que essas regras valem para praticamente todos os filmes que concorrem ao Oscar em todas as categorias, com exceção das categorias de Melhor Filme Internacional, Melhor Documentário e as categorias dedicadas a premiar curtas-metragens. Por último, apenas a título de informação, Dennis Muren, que trabalhou com George Lucas, Steven Spielberg e James Cameron em diversos de seus filmes, é a pessoa com mais indicações e vitórias nessa categoria. Muren foi indicado 15 vezes ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais e venceu em 9 ocasiões.
Quem vencerá a categoria de Melhores Efeitos Visuais em 2025
Nessa categoria o grande favorito a vitória é Duna: Parte Dois. Essa é uma das duas categorias em que o filme é franco favorito a vitória. Isso porque, a produção venceu praticamente todas as principais premiações do ano nessa categoria, incluindo o BAFTA e o Critics’ Choice Awards. Ademais, Duna: Parte Dois tem tudo que a Academia adora. Um grande filme que, inclusive, está indicado a Melhor Filme, com efeitos especiais de primeira linha e que contribuem efetivamente para o filme e para o desenvolvimento de seu enredo. Por isso, inclusive, uma derrota de Duna: Parte Dois será considerada uma grande surpresa.
Entre os outros quatro indicados, Planeta dos Macacos: O Reinado e Wicked parecem aqueles que tem mais chances de desafiar o favoritismo de Duna: Parte Dois. Wicked, inclusive, é uma das produções mais elogiadas do ano e está indicado em diversas categorias do Oscar, incluindo Melhor Filme. No entanto, as chances dos dois filmes nessa categoria são bem pequena. Já Alien: Romulus e Better Man: A História de Robbie Williams, provavelmente, estão aqui apenas para fazer número e a vitória de qualquer um dos dois deixaria todo mundo de boca aberta.
MELHORES EFEITOS VISUAIS
- Alien: Romulus – Eric Barba, Nelson Sepulveda-Fauser, Daniel Macarin e Shane Mahan (Corre por Fora)
- Better Man: A História de Robbie Williams – Luke Millar, David Clayton, Keith Herft e Peter Stubbs (Corre por Fora)
- Duna: Parte Dois – Paul Lambert, Stephen James, Rhys Salcombe e Gerd Nefzer (Vencerá o Oscar)
- Planeta dos Macacos: O Reinado – Erik Winquist, Stephen Unterfranz, Paul Story e Rodney Burke (Tem Chances de Vencer)
- Wicked – Pablo Helman, Jonathan Fawkner, David Shirk e Paul Corbould (Tem Chances de Vencer)
