Imóvel de Ainda Estou Aqui vai virar a Casa do Cinema Brasileiro

Imagem de Ainda Estou Aqui
Imagem de Ainda Estou Aqui - Imagem: Sony Pictures Releasing

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou nesta segunda-feira (3), por meio de sua conta na rede social X, que o imóvel utilizado como residência da família Paiva no filme Ainda Estou Aqui será desapropriado. Afinal, o local será transformado na Casa do Cinema Brasileiro, um espaço dedicado à memória de Eunice Paiva e sua família, além de homenagear Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e celebrar a conquista do primeiro Oscar da história do Brasil, pelo filme de Walter Salles.

A conquista histórica ocorreu no último domingo (2), quando Ainda Estou Aqui foi premiado na categoria de Melhor Filme Internacional. O longa, ambientado no período da ditadura militar no Brasil, adapta o livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e recebeu grande reconhecimento do público e da crítica especializada.

O impacto do filme foi imediato, movimentando o cenário cultural brasileiro e carioca. Em resposta a esse sucesso, a Prefeitura do Rio de Janeiro decidiu adquirir o imóvel usado nas filmagens, transformando o local em um novo ponto turístico e centro cultural. A informação foi confirmada pelo próprio Eduardo Paes em uma publicação no X, onde compartilhou os planos para o casarão localizado no bairro da Urca.

“A Casa do Cinema Brasileiro vai estar pronta para receber a nossa primeira estatueta. Quem sabe ela não vem morar aqui? Nós vamos sorrir”, publicou Paes na rede social. Confira a postagem completa abaixo:

Ou seja, a proposta da Prefeitura é que a Casa do Cinema Brasileiro se torne um espaço cultural aberto ao público, reunindo exposições fixas e temporárias sobre a história do cinema nacional. Além disso, o local também prestará tributos a figuras importantes, como Eunice Paiva, Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, reconhecendo suas contribuições para a cultura brasileira.

Além de ser um museu e um espaço de cultura, o imóvel também será a nova sede da Rio Film Commission, órgão que apoia e regulamenta filmagens na cidade. Por fim, Eduardo Paes ainda mencionou que o local poderá abrigar temporariamente a estatueta do Oscar, caso Walter Salles opte por exibi-la ao público.

No filme, a residência da família Paiva, que originalmente ficava no Leblon, foi recriada em um casarão na Urca, já que a casa real foi demolida e substituída por um prédio. Curiosamente, a propriedade escolhida para as filmagens possui uma arquitetura muito semelhante à descrita pelos familiares de Marcelo Rubens Paiva, conferindo maior autenticidade ao longa.

Após o sucesso do filme, o casarão, construído em 1937, despertou a curiosidade dos fãs e se tornou um ponto de interesse para admiradores da obra. Coincidentemente, a casa estava à venda, e seu valor foi estipulado em R$ 14 milhões. Com a aquisição pela Prefeitura, o local será preservado e destinado a um novo propósito cultural.

Desse modo, o projeto faz parte dos esforços da Prefeitura para consolidar o Rio de Janeiro como referência no setor cinematográfico. Ou seja, esse investimento já trouxe resultados significativos: em 2023, a cidade superou Paris no ranking das localidades mais utilizadas como cenário para produções audiovisuais, evidenciando sua importância na indústria do entretenimento.

Enquanto isso, dados da Rio Film Commission indicam que, ao longo de 2023, o Rio de Janeiro registrou 7.885 diárias de filmagem, ultrapassando as 7,4 mil da capital francesa. Isso significa que, em média, a cidade foi utilizada para aproximadamente 21 sets de gravação por dia, reforçando seu papel no setor audiovisual.

Sob a direção de Walter Salles (Central do Brasil), Ainda Estou Aqui adapta o livro de Marcelo Rubens Paiva, narrando a trajetória da família Paiva, marcada pelo desaparecimento de Rubens (Selton Mello) durante a ditadura militar. A história acompanha a luta de Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres, para criar seus filhos enquanto busca respostas sobre o paradeiro do marido.

O longa fez história ao garantir ao Brasil seu primeiro Oscar, se concolidando como um marco para o cinema nacional. Entre os principais concorrentes na categoria de Melhor Filme Internacional estavam Emilia Pérez, A Garota da Agulha, Flow, A Semente do Fruto Sagrado e o brasileiro Ainda Estou Aqui, que também recebeu indicações para Melhor Filme e Melhor Atriz.

Atualmente, Ainda Estou Aqui segue em cartaz nos cinemas, e, com o reconhecimento no Oscar, sua permanência nas telonas deve se estender por mais tempo. Além disso, a partir do dia 6 de abril, a produção estará disponível na plataforma Globoplay.

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