Distrito 9
Imagem: Distrito 9/ Divulgação

Distrito 9 é um clássico moderno de ficção científica e ao longo dos anos acabou se tornando também um marco na cultura POP. Parece exagero, mas muitos o consideram como sendo um dos melhores filmes sobre invasão alienígena já feitos.

Talvez o maior acerto do longa seja o seu contexto inusitado, onde ocorre o tão aguardado contato entre humanos e extraterrestres, mas de uma forma que foge completamente de qualquer clichê.

Chega a ser difícil de imaginar uma gigantesca nave espacial repentinamente pairando sobre o céu de Joanesburgo, a capital da África do Sul.

Distrito 9
Imagem: Distrito 9/ Reprodução

Além disso, dessa vez não estamos lidando com uma raça superior que chegou para conquistar nosso planeta, como sempre acontece no cinema, mas com seres que precisam de ajuda e se encontram em situação de desvantagem.

O simples fato de não ter acontecido em Nova York, Washington ou qualquer outra cidade americana é motivo de espanto, chegando até mesmo a funcionar como um tipo de piada no enredo.

Além da mensagem que carrega, abordando temas como xenofobia e segregação social, Distrito 9 chama a atenção por seu formato diferenciado, onde o início é como um pseudodocumentário, apresentando o histórico e o contexto da situação atual.

Entrevistas, cenas de bastidores e exibições ao vivo sem cortes de edição, trazem um tom jornalístico muito interessante, capaz de imprimir uma certa veracidade ao conteúdo apresentado.

Fora isso, o longa ainda conta com excelentes cenas de ação, em um ambiente futurista, mas com o pé no chão, sem grandes fantasias mirabolantes e acima de tudo, com uma fotografia primorosa.

O design de produção é incrível e isso vem se tornando uma marca registrada nos projetos encabeçados por Neil Blomkamp.

A história de Distrito 9

Em março de 1982, uma grande nave alienígena chega à Terra, pairando acima de Johanesburgo, a maior cidade da África do Sul.

Relatórios sugeriam que a nave teria ficado encalhada após um módulo de comando ter caído na Terra.

Depois de três meses, uma equipe consegue entrar na estrutura e descobre um grupo formado por mais de um milhão de extraterrestres artrópodes.

Mas ao contrário do que se imaginava, os seres do outro mundo eram fracos, estavam debilitados e doentes, e simplesmente buscavam refúgio em nosso planeta.

Como aparentemente não eles não tinham um líder, acabaram ficando assentados na Terra, onde são carinhosamente apelidados pelos humanos como “camarões”.

Os aliens são confinados em uma área do governo que fica localizada dentro de Johanesburgo, chamado Distrito 9.

Distrito 9
Imagem: Distrito 9/ Reprodução

O assentamento é protegido pela presença massiva da polícia e com o passar dos anos se transforma em algo muito parecido com uma imensa favela.

O governo Sul-Africano contrata a Multi-National United ou MNU, uma empresa privada militar sob a direção do seu CEO, Dirk Michaels, para realocar cerca de 1.800.000 de aliens para o novo Distrito 10.

Wikus Van de Merwe (um empregado da MNU) é nomeado para ficar à frente da transferência, mas como já era esperado, nem todos os refugiados aceitam os termos e vários conflitos acabam acontecendo.

O fato é que a Multi-National United não se importa com o bem-estar de nenhum dos alienígenas, mas está disposta a fazer o que for preciso para colocar as mãos na tecnologia que eles possuem.

No meio disso tudo, conhecemos o alienígena Christopher Johnson que mantém a posse de um equipamento que teoricamente seria usado para reativar a nave-mãe adormecida.

Ao invadir o barraco do amigo de Christopher, Wikus apreende o recipiente e acidentalmente aciona a pulverização em seu rosto.

Ele é contaminado e começa a se sentir mal, posteriormente sofrendo graves mutações que fazem crescer partes extraterrestres em seu corpo.

Mas além disso, ao ser tomado em custódia pela MNU, os cientistas descobrem que ele tem a capacidade operar armamento alienígena, devido as alterações em seu DNA.

E agora, com a MNU desejando usá-lo para atingir seus objetivos obscuros, o agente Wikus contará apenas com a ajuda do alienígena Christopher para escapar e salvar sua vida.

A premissa do filme

Fica muito claro que escolha de Johanesburgo para sediar os acontecimentos de Distrito 9 não foi por acaso, carregando um peso simbólico e muito representativo.

Distrito 9
Imagem: Distrito 9/ Reprodução

Além de ser a cidade natal do diretor Neill Blomkamp, o tratamento dirigido aos alienígenas é uma representação fiel ao que aconteceu na própria África do Sul durante o período do Apartheid.

A divisão extrema entre brancos e negros é aqui aplicada, com os extraterrestres sendo discriminados a um gueto chamado Distrito 9, onde eles vivem em uma gigantesca favela, com pouquíssimas condições de saúde, higiene e alimentação escassa.

No filme, a visão é apenas alterada para a relação entre humanos e aliens, como se o fato deles não pertencerem à Terra, desse o direito aos humanos de discrimina-los ou mesmo trata-los com descaso.

É impressionante ver as intensas manifestações da população aos eventos ocorridos como se fosse um documentário.

Usando uma obra de ficção, Neil Blomkamp consegue fazer com que o público reflita melhor sobre os problemas da sociedade atual.

O olhar diferenciado do diretor nos leva a refletir sobre como as coisas seriam se uma situação desse tipo acontecesse de verdade, onde chegamos a triste conclusão de que a visão é bem realista.

Neill Blomkamp
Imagem: Distrito 9/ Reprodução

Não é de hoje que o tema gera polêmica na sociedade e o filme consegue retratar brilhantemente a angústia daqueles que sofrem com a falta de escrúpulos que é demonstrada no desenrolar da trama.

Cada deboche ou comentário cheio de preconceito, é como um retrato do que a humanidade já demonstrou ser capaz de fazer durante toda a história.

Neill Blomkamp consegue de fato, usar uma obra de ficção, para fazer com que o público reflita melhor sobre os problemas da sociedade atual.

O próprio desfecho, no qual existe um certo temor da população, também é uma característica humana, que se rende apenas quando existe uma ameaça maior.

Existe ainda, um gancho escancarado para uma sequência, que parece mesmo ser inevitável.

O risco de que a continuação se volte muito para a ação e esqueça da proposta do primeiro longa existe, mas acreditamos no bom senso do diretor, que vêm entregando excelentes trabalhos durante toda sua carreira.

Produção e elenco de Distrito 9

A história do filme foi adaptada de Alive in Joburg, um curta-metragem de 2005 dirigido por Neill Blomkamp e também estrelado por Sharlto Copley.

O material explora os temas do Apartheid e ficou muito conhecido por seus efeitos visuais, bem como por seu estilo de documentário.

Confira abaixo o curta-metragem completo Alive in Joburg, que deu origem à história de Distrito 9:

O título Distrito 9 também é uma referência direta aos acontecimentos no “District Six”, na Cidade do Cabo durante o Apartheid. Lançado pela TriStar Pictures, o longa faturou US$ 37 milhões logo no seu primeiro fim de semana em cartaz.

O filme foi lançado em 2009 e alcançou cerca de US$ 211 milhões partindo de um orçamento de apenas US$ 30 milhões.

Aclamado pela crítica especializada e pelos cinéfilos de plantão, a produção ainda foi indicada à quatro Oscars em 2010, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Edição.

Distrito 9 foi dirigido por Neill Blomkamp e o roteiro foi escrito pelo próprio Blomkamp em parceria com Terri Tatchell.

A produção ficou por conta de Peter Jackson e Carolynne Cunningham com direção de arte de Mike Berg e Emilia Roux e edição concluída por Julian Clarke.

Além de Sharlto Copley no papel de Wikus Van Der Merwe, o elenco ainda conta com os atores David James como Coronel Koobus, Jason Cope como Christopher Johnson, Louis Minnaar como Piet Smit, Eugene Khumbanyiwa como Obesandjo, Vanessa Haywood como Tania Van De Merwe e Marian Hooman como Sandra Van De Merwe.

O contexto inusitado de Distrito 9 onde existe o contato entre humanos e alienígenas, mas de uma maneira inversamente dominadora, fez com que o filme se tornasse um marco entre as produções do gênero.

O simples fato da “invasão” não ter acontecido em Nova York, Washington ou qualquer outra grande cidade americana, por si só é um ponto fora da curva.

Com certeza estamos ansiosos pela continuação desta bela obra de ficção e mantemos a forte esperança de que seja tão boa quanto, ou até melhor que sua antecessora.

E aí cinéfilos, depois de todas essas informações e curiosidades sobre Distrito 9, bateu aquela vontade de assistir essa tremenda história de ficção, não é verdade?

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