Red Dead Redemtion 2 - Um dos mais impressionates jogos da 8ª geração
Red Dead Redemtion 2 - Um dos mais impressionates jogos da 8ª geração

Cá entre nós, nos últimos anos, a indústria de videogames trouxe diversos avanços em tecnologia gráfica, elevando assim a qualidade visual e a imersão na experiência narrativa de grandes títulos. Mas será que já atingimos um limite possível em alguns jogos da 8ª geração?

Apesar da chegada do PlayStation 5 e Xbox Series S/X em 2020, a geração passada, que foi protagonizada principalmente pelo PlayStation 4 e o Xbox One, foi o palco de muitos dos maiores saltos visuais na história dos videogames. Vários jogos da 8ª geração foram tão além dos limites, que flertaram com os gráficos “next-gen” e, não só definiram padrões elevados para sua época, mas que continuam a impressionar e rivalizar com muito títulos AAA da 9ª geração.

Atualmente, os gráficos, mais do que um simples componente estético, são fundamentais para a criação de mundos imersivos e para a narrativa visual, além de ser um apelo para a venda de consoles cada vez mais poderosos.

Ao olhamos para geração anterior, nos deparamos com fantásticos jogos como Red Dead Redemption 2, The Last of Us Part II, e Quantum Break, percebemos como seus detalhes visuais meticulosos subiram a régua para um patamar difícil de superar, até mesmo na geração atual. Esta que prometia ir muito além…

Vamos comentar sobre alguns aspectos técnicos importantes que fizeram muitos jogos de 8ª geração se destacarem e, também, como eles utilizaram as tecnologias disponíveis para atingir resultados impressionantes, capazes de gerar envolvimento emocional e uma maior conexão dos jogadores com a história e personagens. Destacamos alguns dos jogos de 8ª geração mais icônicos para exemplificar a arte de usar gráficos não apenas para deslumbrar, mas para desbravar os limites tecnológicos, contando histórias de maneiras profundamente impactantes.

Superando os Limites

Sem Traçado de Raios e Reconstrução de Imagem, como os caras se viravam? Os jogos de 8ª geração, apesar de não dispor totalmente das avançadas tecnologias de traçado de raios (ray tracing) ou reconstrução de imagem, apresentavam visuais que muitas vezes desafiaram as capacidades gráficas das plataformas mais modernas. Os desenvolvedores desses jogos utilizaram uma combinação de engenhosidade técnica e direção de arte para contornar as limitações de hardware e criar experiências visuais a frente do tempo.

Reflexos – Antes do advento do “Traçado de Raios”, os desenvolvedores geralmente recorriam a técnicas como o Mapeamento Cúbico (cube mapping) e Reflexos em Tela (Screen Space Reflections, ou “SSR”) para simular superfícies refletivas.

O mapeamento cúbico consiste basicamente da utilização de uma imagem global, pré-renderizada, que representa o ambiente ao redor, projetada em objetos para criar a ilusão de reflexo. O designer precisa “tirar a foto” no lugar correto em relação ao objeto para tornar essa ilusão o mais congruente possível.

Cube Map (skybox) - Imagem Learn OpenGL
Cube Map (skybox) – Imagem Learn OpenGL

Já o SSR opera em conjunto com o Cube Map calculando reflexos apenas dos elementos visíveis na tela, limitando sua eficácia, mas proporcionando resultados convincentes em tempo real sem sobrecarregar o processamento gráfico. O “ruim” dessa técnica é que quando o objeto refletido sai do campo de visão, ele também irá sumir da superfície onde estava sendo refletivo.

O Ray Tracing calcula os reflexos de maneira mais precisa com as chamadas “reflexões especulares” e “reflexões múltiplas” em tempo real, o que gera uma carga de trabalho adicional para o hardware.

Com e Sem Reflexos por Ray Trace (jogo Control - Remedy - Um dos melhores Jogos da 8ª Geração)
Com e Sem Reflexos por Ray Trace (jogo Control – Remedy)

Em resumo, Cube Map não reflete, apenas exibe uma “foto” do ambiente, SSR só reflete o que parece na tela e Ray Trace é o único que reflete o que está além da tela. Geralmente os desenvolvedores fazem uso de duas ou mais técnicas simultaneamente na composição das cenas.

Sombras – Diferente do Ray Tracing, que gera sombras mais realistas, incluindo sombras suaves e até reflexos das sombras, a rasterização simula basicamente sombras suaves ou duras, técnicas como mapeamento de sombras (shadow mapping) e volumes de sombra (shadow volumes) permitem a criação de sombras dinâmicas e detalhadas.

O mapeamento de sombras envolve a criação de um mapa de profundidade a partir da perspectiva da luz (como uma câmera virtual), que era então usado para determinar quais partes do cenário deveriam estar iluminadas ou sombreadas.

Sombras por Rasterizaçãos vs Traçado de Raios (DeathLoop -  Arkane Studios) - PlayStation 5
Sombras por Rasterizaçãos (60fps) vs Traçado de Raios (30fps) – DeathLoop – Arkane Studios (PlayStation 5)

Oclusão Ambiental – Se, por um lado, o Ray Tracing calcula oclusão ambiental levando em consideração a geometria da cena e a interação da luz, a rasterização tradicional pode simular a oclusão ambiental usando mapas de oclusão ou técnicas de sombreamento de vértices em pós processamento. Embora em alguns surjam algumas imperfeições, a rasterização é consideravelmente mais “leve” do que com traçado de raios.

Exemplo de cena contendo grande quantidade de Oclusão Ambiental - Unchated 4 - Naughty Dog
Exemplo de cena contendo grande quantidade de Oclusão Ambiental – Unchated 4 – Naughty Dog

Iluminação – O Ray Tracing calcula a iluminação global de maneira mais precisa, incluindo reflexões indiretas, sombras difusas e interações de luz mais complexas, já a rasterização, por outro lado, simula a iluminação global usando mapas de iluminação ou técnicas de iluminação baseadas em vértices.

A luz volumétrica, usada para criar efeitos como neblina ou raios de luz filtrados, era realizada através de técnicas que simulavam a interação da luz com partículas no ar. Isso era alcançado por meio de algoritmos que calculavam a dispersão da luz ao atravessar esses ambientes, resultando em efeitos dramáticos que adicionavam profundidade e realismo às cenas.

Exemplo de cena com Luz Volumétrica - The Last of Us Part II - Naughty Dog
Exemplo de cena com Luz Volumétrica – The Last of Us Part II – Naughty Dog

Como podemos notar, embora essas técnicas fossem menos avançadas do que as ferramentas disponíveis agora, elas exigiam um alto grau de otimização e visão artística dos designers. O sucesso na implementação dessas abordagens não só compensava a falta de hardware mais poderoso e qualificado, como também estabelecia um alto padrão de qualidade visual que muitas vezes é facilmente comparável a jogos atuais.

Resident Evil 2 Remake

Resident Evil 2 Remake - CAPCOM - Um dos melhores Jogos da 8ª Geração
Resident Evil 2 Remake – CAPCOM

Lançado em janeiro de 2019, Resident Evil 2 Remake foi uma reconstrução completa do jogo clássico de 1998 que revolucionou o gênero de horror de sobrevivência. Desenvolvido e publicado pela Capcom, o título chegou primeiro às plataformas PlayStation 4, Xbox One e Windows PC. Não foi apenas uma atualização gráfica, mas uma reimaginação que utiliza vários recursos modernos para oferecer um jogo nostálgico e com mecânicas atuais.

Motor Gráfico – RE Engine – O Resident Evil 2 Remake foi o segundo jogo feito no RE Engine (Reach For The Moon Engine). Desenvolvido internamente pela Capcom, afim de agilizar os processos de desenvolvimento e possibilitar conteúdos mais personalizados, esse motor gráfico hoje é conhecido por seu foco em alta fidelidade visual e performance otimizada, oferecendo detalhamento extremo em texturas, iluminação avançada, animações e física realistas.

A iluminação não só realça as texturas “bonitas” e a complexidade dos cenários, mas também “esconde” as imperfeições e também desempenha um papel fundamental na jogabilidade, afetando como os jogadores percebem e reagem aos inimigos espreitando nas sombras.

Hall do RPD - Resident Evil 2 Remake
Hall do RPD – Resident Evil 2 Remake

Inovações Gráficas – Não à toa que o RE Engine aloca grande quantidade de VRAM (memória dedicada a vídeo), entre as inovações gráficas do jogo, destaca-se a implementação de iluminação volumétrica para criar ambientes densos e opressivos, essenciais para o horror de sobrevivência. O motor gráfico também permitiu uma modelagem de personagens e monstros extremamente detalhada, com animações de captura de movimento que trouxeram os habitantes zumbificados da cidade à vida de maneira convincente e assustadora. Além disso, a Capcom introduziu um sistema de dano realista onde os efeitos de combate são visíveis nos corpos dos zumbis, aumentando o impacto visual das confrontações.

Texturas de Pele e sistema de dano - Resident Evil 2 Remake
Texturas de Pele e sistema de dano – Resident Evil 2 Remake

Desempenho

  • PlayStation Slim: 1080p Nativo / 35 a 55 fps.
  • Playstation 4 PRO: 1620t (1440p) / 30-60 fps (melhorias em sombras e Motion Blur).
  • Xbox One S: 1080p (900p) / 28-40fps.
  • Xbox One X: 1620t (1440p) / 49-60fps (melhorias em sombras e Motion Blur).
  • PC (requisitos mínimos): Intel Core i5-4460 ou AMD FX-6300, 8 GB de RAM, Nvidia GeForce GTX 760 ou AMD Radeon R7 260x.

Uncharted 4: A Thief’s End

Uncharted 4 - A Thief's End - Naughty Dog - Um dos melhores Jogos da 8ª Geração
Uncharted 4 – A Thief’s End – Naughty Dog

Lançado em maio de 2016, Uncharted 4: A Thief’s End foi o capítulo final da história de Nathan Drake e Sullivan. Desenvolvido pela Naughty Dog, o título foi lançado exclusivamente para PlayStation 4, explorando plenamente as capacidades técnicas do console para entregar uma experiência de ação e aventura cinematográfica a frente da maioria dos jogos da 8ª geração.

Motor Gráfico – O jogo foi desenvolvido utilizando uma versão personalizada do motor gráfico proprietário da Naughty Dog. Este motor foi especialmente desenvolvido para a PlayStation 4, é capaz de renderizar ambientes absurdamente detalhados, com uma atenção especial à qualidade das texturas e “ materiais”. A animação fluida dos personagens é totalmente baseada em captura de movimentos com atores reais. A capacidade de processamento gráfico aprimorada também proporciona efeitos avançados de iluminação e sombra, essenciais para a atmosfera visual dos jogos do estúdio.

Personagens super realistas Uncharted 4 - A Thief's End - Naughty Dog
Personagens super realistas Uncharted 4 – A Thief’s End – Naughty Dog

Inovações Gráficas – Uncharted 4 trouxe várias inovações gráficas, incluindo detalhes ambientais extremamente refinados e um sistema de animação facial que capturava expressões sutis para uma narrativa mais profunda. A tecnologia de captura de movimento foi levada a um novo nível, com animações de personagens e interações físicas entre eles e o ambiente sendo particularmente impressionantes.

O jogo também implementou efeitos climáticos dinâmicos e interativos, como lama, água e neve, que respondiam realisticamente às ações do jogador, aumentando drasticamente a imersão.

Sistema de interação com ambiente de Uncharted 4 - A Thief's End - Naughty Dog
Sistema de interação com ambiente de Uncharted 4 – A Thief’s End – Naughty Dog

No início de 2022, Uncharted 4 recebeu uma versão “remasterizada” para PlayStation 5, trazendo melhoria nas texturas, distância de renderização maior a 60 quadros por segundo. No entanto, as melhorias gráficas foram tão sutis que o relançamento mais pareceu um update-pago, o que demonstra claramente o quanto a Naughty Dog conseguiu extrair do PlayStation 4 levando o motor gráfico praticamente ao limite.

Desempenho

  • PlayStation 4 Slim: 1080p / 30fps
  • PlayStation 4 PRO: 1440p / 30fps

God of War (2018)

God of War (2018) - Santa Monica Studio - Um dos melhores Jogos da 8ª Geração
God of War (2018) – Santa Monica Studio

Lançado em abril de 2018, God of War marcou um renascimento para a franquia, trazendo Kratos ao mundo dos deuses nórdicos. Disponível exclusivamente para PlayStation 4, embora muitos tenham torcido o nariz a princípio, este título foi um grande sucesso tanto em crítica quanto nas vendas, ganhando vários prêmios de Jogo do Ano.

Motor Gráfico – Decima Engine – Embora desenvolvido pela Santa Monica Studio, God of War aproveitou o Decima Engine, um motor gráfico exclusivo da PlayStation Studios criada pela Guerrilla Games (para o Horizon Zero Dawn). Esse motor gráfico é conhecido por sua eficiência em renderizar vastos ambientes abertos e detalhados, mas foi adaptada para suportar as intensas cenas de combate e a narrativa cinematográfica de God of War e, nesse ponto, fez bonito. Para se ter uma ideia, este motor permitiu as transições perfeitas entre cinemáticas e jogabilidade, mantendo a câmera em uma perspectiva de terceira pessoa contínua sem cortes.

God of War (2018) dando show em gráficos no PS4
God of War (2018) dando show em gráficos no PS4

Inovações Gráficas – Um dos avanços mais notáveis foi a mudança câmera, que agora segue Kratos ao longo de toda a jornada. Essa abordagem mais cinematográfica não só aumentou a imersão, mas também exigiu recursos técnicos significativos para garantir que os gráficos permanecessem consistentes e detalhados durante as transições rápidas de cenas. Além disso, God of War utilizou técnicas avançadas de iluminação e texturização para dar vida ao novo mundo mitológico nórdico, com ênfase especial em efeitos atmosféricos como neve, fumaça e fogo que interagiam realisticamente com os personagens e o ambiente.

Além disso, o estúdio Santa Monica utilizou tecnologias avançadas de animação para capturar detalhes sutis em expressões faciais e movimentos de combate de atores reais, reforçando o impacto emocional e a intensidade das cenas.

Captura de movimentos em God of War 2018 - Imagem Mafia Game Videos (youtube)
Captura de movimentos em God of War 2018 – Imagem Mafia Game Videos (youtube)

Desempenho

  • Platystation 4 Slim: 1080p (nativo) / 30fps.
  • PlayStation 4 Pro: “Modo Qualidade” 4K (dinâmico) / 30 FPS ou “Modo Performance” 1080p / 40-60fps.

Ambos os modos mantem a jogabilidade suave e estável, com a versão de PS4 Pro apresentando melhorias na qualidade de sombras, texturas e efeitos de motion blur.

Marvel’s Spider-Man

Marvel's Spider-man - Insomniac - Um dos melhores Jogos da 8ª Geração
Marvel’s Spider-man – Insomniac

Em setembro de 2018 a Sony lançou Marvel’s Spider-Man, um título exclusivo para PlayStation 4, desenvolvido pela Insomniac Games. Esse jogo conseguiu capturou a essência do icônico super-herói oferecendo uma das representações mais vivas e dinâmicas e fieis da cidade de Nova York em um videogame.

Motor Gráfico – Insomniac Engine 4.0 – O jogo foi desenvolvido usando o motor gráfico proprietário da Insomniac Games, que foi otimizado para aproveitar ao máximo o hardware do PlayStation 4. Este poderoso motor gráfico, que já usado em jogos como Sunset Overdrive e Ratchet and Clank, permitiu dessa vez uma renderização impressionante de uma grande metrópole, cheia de vida e atividade, com transições suaves entre gameplay e cinemáticas, mantendo um alto nível de detalhe visual em alta resolução.

Marve's Spider-Man no auge do Playstation 4 Pro
Marve’s Spider-Man no auge do Playstation 4 Pro

Inovações Gráficas – Marvel’s Spider-Man introduziu várias inovações gráficas, como um sistema avançado de animação que permitia movimentos fluidos e realistas de Spider-Man, essencial para a mecânica de balanço entre prédios. Foram mais de 10 mil animações implementadas no jogo e, apesar da maioria ter sido feita com captura de movimentos reais, boa parte das animações foi feita de forma manual, demonstrando assim o alto nível técnico e artístico dos designers e animadores.

Marvel's Spider-man, um dos melhores jogos da 8ª geração
Marvel’s Spider-man, um dos melhores jogos da 8ª geração

 O jogo também se destaca pelo uso de técnicas avançadas de mapeamento de texturas e iluminação dinâmica, que reproduz com precisão diferentes momentos do dia e condições climáticas sobre a cidade. Os efeitos de partículas, especialmente em combates e durante o uso das teias, adicionam muito mais realismo e especularidade às ações do “Miranha”.

A habilidade de explorar uma Nova York detalhada enquanto se balança entre os arranha-céus foi particularmente elogiada, assim como a profundidade emocional da história. Com esse alto padrão, Marvel’s Spider-man de 2018 se nivela facilmente com muitos jogos da geração atual.

Desempenho

  • Platystation 4 Slim: 1080p (900p) / 30fps.
  • PlayStation 4 Pro: 2160t (1584p) / 30 fps (com melhorias nos reflexos, oclusão ambiental e distância de renderização)

Death Stranding

Death Stranding - Kojima Productions - Um dos melhores Jogos da 8ª Geração
Death Stranding – Kojima Productions

Death Stranding foi a primeira obra de Hideo Kojima após sua saída polemica da Konami, marcando a estreia do Kojima Productions como estúdio independente. Lançado em novembro de 2019, originalmente para PlayStation 4, o jogo foi posteriormente lançado para PC em julho de 2020.

Motor Gráfico Decima Engine – Death Stranding foi desenvolvido usando o mesmo motor gráfico de Horizon Zero Dawn, criado Guerrilla Games. Conhecido por sua alta capacidade de renderização de ambientes naturais detalhados e complexos, essa engine foi a base para criar os vastos e belos paisagens de Death Stranding, que variam de praias rochosas a montanhas cobertas de neve, mantendo um alto nível de detalhe gráfico e iluminação absurdamente realista.

Inovações Gráficas – O jogo introduziu várias inovações gráficas, como a representação detalhada de efeitos climáticos que não apenas trazem imersão visual, mas também afetam a jogabilidade e o senso de urgência de quem está jogando. Por exemplo, a chuva ácida conhecida como “Timefall” envelhece rapidamente tudo o que toca, desgastando a paisagem e principalmente os equipamentos do jogador.

Fragile em Death Stranding - Kojima Productions
“Fragile” em Death Stranding – Kojima Productions

Death Stranding também é destaque pelo uso extensivo de captura de movimento para animações de personagens, empregando muitos atores consagrados como Norman Reedus, Mads Mikkelsen, e Léa Seydoux. As atuações realmente convincentes sustentam uma narrativa emocional muito forte, com interações hiper-realistas criadas através de técnicas de captura de movimento corporal e facial avançadas.

Mads Mikkelsen em Death Stranding - Kojima Productions
Mads Mikkelsen em Death Stranding – Kojima Productions

Esse foi mais um jogo que recebeu versão para “nova-geração” trazendo diversas melhorias que não se traduziram em mudanças tão notáveis, demonstrando que a direção de arte foi capaz de extrair muito do motor gráfico e do console de 8ª geração da Sony.

Death Stranding foi recebido com opiniões divididas devido as suas mecânicas de jogo e à complexidade de sua narrativa. No entanto, foi amplamente elogiado por sua inovação visual e técnica, ganhando prêmios por sua direção de arte e qualidade gráfica a frente do seu tempo. O jogo desafiou as convenções tradicionais de game design e storytelling em videogames, estabelecendo inclusive novo padrão para o que é possível em termos de integração de tecnologia de ponta e narrativa cinematográfica. Sem dúvidas, trata-se de um jogo com personalidade própria e muito distinta.

Desempenho

  • Platystation 4 Slim: 1080p (900p) / 30fps.
  • PlayStation 4 Pro: “Modo Qualidade “ 4k (dinâmico) / 30 fps (com aumento de distância de renderização) e “Modo Performance” 1080p / 30fps.
  • PC (requisitos mínimos): Intel Core i5-3470 ou AMD Ryzen 3 1200, 8 GB de RAM e uma GeForce GTX 1050 3 GB ou AMD Radeon RX 560 de 4 GB.

Days Gone

Days Gone - Bend Studio - Um dos melhores Jogos da 8ª Geração
Days Gone – Bend Studio

Lançado em abril de 2019, Days Gone foi um título exclusivo para PlayStation 4 a princípio, desenvolvido pela Bend Studio, os mesmos criadores da saudosa franquia Syphon Filter. Situado em um mundo pós-apocalíptico infestado de zumbis, o jogo combina elementos de sobrevivência com uma narrativa emocionalmente envolvente.

Motor Gráfico – Unreal Engine 4 – Days Gone foi desenvolvido usando o motor gráfico da EPIC Games, um dos engines mais versáteis e amplamente adotados na indústria. Apesar da Bend Studio ser parte da PlayStation Studios, a escolha desse motor é um mistério. Contudo, foi nesse engine que nasceu Days Gone com um vasto mundo aberto, repleto de paisagens naturais detalhadas e ambientes dinâmicos que respondem ao comportamento do jogador e às condições climáticas variáveis.

Inovações Gráficas – O jogo é notável por suas hordas dinâmicas de zumbis, conhecidos como “Frenéticos”, que são um feito técnico em termos de IA e animação de multidões. As hordas se movem e reagem de maneira coesa, proporcionando um desafio único (e desesperador).

Sistema de hordas em Days Gone - Bend Studio
Sistema de hordas em Days Gone – Bend Studio

Days Gone também se destaca pelo seu sistema de clima em tempo real, que não apenas afeta a visibilidade e a estratégia do jogador, mas também influencia o comportamento dos infectados. Dependendo do período do dia/noite, as criaturas terão uma rotina comportamental totalmente diferente.

Além disso, o jogo utiliza técnicas avançadas de iluminação e renderização de texturas para criar um ambiente imersivo e realista, com um foco particular na representação detalhada de ambientes destruídos e veículos.

Deacon Sr John em Days Gone - Bend Studio
Deacon Sr John em Days Gone – Bend Studio

As animações tanto de corpo, quanto de face foram baseadas em capturas de movimento de última geração e contaram com atores carismáticos que entregaram performances muito envolventes. Days Gone, um jogo de 8ª geração capaz passar por cima de vários jogos AAA de 9ª geração, ganhando destaque quando o assunto é gráfico e mundo imersivo. Não jogou ainda? Então não sabe o que está perdendo!

Captura de movimento tanto de corpo quanto de face em Days Gone
Captura de movimento tanto de corpo quanto de face em Days Gone

Desempenho

  • Platystation 4 Slim: 1080p nativo / 30fps.
  • PlayStation 4 Pro: 4k (dinâmico) / 30 fps

The Last of Us Part II

The Last of Us - Part II - Naughty Dog - Um dos melhores Jogos da 8ª Geração
The Last of Us – Part II – Naughty Dog

Lançado em junho de 2020, as vésperas da 9ª geração, The Last of Us Part II é uma continuação do aclamado jogo de 2013 e foi desenvolvido exclusivamente para PlayStation 4 pela Naughty Dog. Este jogo é uma das obras mais esperadas e impactantes da geração, abordando temas complexos dentro de um mundo pós-apocalíptico devastado por um fungo pandêmico.

Motor Gráfico – O jogo foi desenvolvido utilizando uma versão avançada do motor gráfico proprietário da Naughty Dog, que permitiu uma melhoria considerável na qualidade visual em comparação com Uncharted 4. Este motor gráfico que já era notável por sua capacidade de renderizar ambientes extremamente detalhados e personagens hiper-realistas, atingiu um novo patamar em TLOU-II. Com um foco especial na iluminação natural e efeitos de partículas que aprimoram a atmosfera emocional do jogo a Naughty Dog lançou o jogo mais amado e odiado da geração do PlayStation 4.

Inovações Gráficas – The Last of Us Part II chama atenção pelas suas animações faciais e corporais meticulosas, que são responsáveis por transmitir a intensa carga emocional da narrativa. O jogo também implementa um sistema de animação procedural que permite interações mais fluidas e realistas entre os personagens e o ambiente. Além disso, a Naughty Dog empregou técnicas avançadas de captura de movimento para todos os aspectos do jogo, desde combates até diálogos sutis, garantindo uma imersão sem precedentes.

Captura de movimentos em The Last of Us - Part II - Imagem Dan Allen Gaming (youtube)
Captura de movimentos em The Last of Us – Part II – Imagem Dan Allen Gaming (youtube)

O jogo realmente espremeu até a última gota da capacidade do PlayStation 4 e é frequentemente citado como um dos exemplos máximos de otimização e aproveitamento do hardware do console. A Naughty Dog otimizou o jogo para garantir que ele rodasse suavemente no hardware do PS4, mantendo uma taxa de quadros consistente mesmo em cenas de ação intensa. Apesar da alta qualidade gráfica e da complexidade dos detalhes, o jogo tem uma performance relativamente estável.

Direção de arte impecável em The Last of Us Part II - Naughty Dog
Direção de arte impecável em The Last of Us Part II – Naughty Dog

The Last of Us Part II é talvez o maior exemplo do que é possível alcançar no final de um ciclo de vida do console, quando desenvolvedores têm um profundo conhecimento e experiência com o hardware. A Naughty Dog usou essa experiência para criar um jogo que não apenas força os limites gráficos, mas também entregou uma experiência narrativa e emocional que é uma paulada na cabeça. (se é que você me entende…)

Apesar de algumas controvérsias em torno de suas escolhas narrativas, o jogo foi elogiado por elevar os padrões de storytelling interativo e é considerado como um dos jogos da 8ª geração com visuais mais impressionantes. Ele recebeu múltiplos prêmios por sua direção artística e design de som, consolidando o legado da Naughty Dog como uma das desenvolvedoras mais inovadoras da indústria.

Desempenho

  • Platystation 4 Slim: 1080p nativo / 30fps.
  • PlayStation 4 Pro: 1440p / 30fps

Red Dead Redemption 2

Red Dead Redemption 2 - Rockstar Games - Um dos melhores Jogos da 8ª Geração
Red Dead Redemption 2 – Rockstar Games

E, finalmente, não poderia ficar de fora o queridinho da maioria. Lançado em outubro de 2018, Red Dead Redemption 2 é uma obra-prima fantástica da Rockstar Games que serve como um “Prequel” do também aclamado Red Dead Redemption de 2010. Disponível inicialmente apenas para o PlayStation 4 e Xbox One, o jogo foi posteriormente lançado para PC em novembro de 2019, oferecendo melhorias gráficas e de desempenho.

Motor Gráfico – RAGE – Desenvolvido usando o motor gráfico proprietário da Rockstar Advanced Game Engine (RAGE), Red Dead Redemption 2 apresenta um dos mundos abertos mais detalhados e visualmente impressionantes já criados. O motor foi significativamente aprimorado para este jogo, permitindo uma representação mais realista de ambientes naturais, efeitos de clima dinâmicos e ciclos dia-noite que influenciam diretamente a jogabilidade e a interação com o mundo do jogo.

Inovações Gráficas – O jogo é renomado por sua atenção meticulosa aos detalhes e, quando me refiro a esse aspecto, estou falando de TUDO. Desde a animação dos personagens até os ambientes naturais que reagem ao comportamento do jogador.

Sistema de particulas  em Red Dead Redemption 2
Sistema de particulas em Red Dead Redemption 2

A física e a interatividade do mundo são extraordinariamente detalhadas; a fauna e a flora não são só componentes decorativos, é tudo parte integrantes de um ecossistema vivo que é capaz até influenciar a estratégia de jogo. Além disso, a Rockstar implementou um sistema de rastreamento de mudanças físicas e de vestimenta nos personagens que reflete suas experiências e escolhas ao longo do gameplay, uma grande novidade no gênero.

A simulação ambiental, ecológica e climática é sem precedentes. Por exemplo, se você deixar uma trilha na neve ela não apenas permanece, mas também influencia o movimento da fauna local. A Rockstar introduziu esse sistema detalhado de deformação do terreno, onde a interação do jogador com o ambiente deixa marcas duradouras, como trilhas formadas por carroças e sinais de luta. O sistema de mudanças físicas nos personagens, como sujeira, sangue, e desgaste das vestimentas ao longo do tempo, adiciona outra camada de realismo.

O mundo extremamente detalhado de Red Dead Redemption 2
O mundo extremamente detalhado de Red Dead Redemption 2

Red Dead Redemption 2 apresenta um nível de detalhe quase fotorealista em seus ambientes, desde vastas planícies até cidades densamente povoadas e florestas complexas. Cada elemento, seja a vegetação, a vida selvagem, ou os efeitos climáticos, é renderizado com uma atenção incrível ao detalhe. Os sistemas de animação são os mais avançados já vistos até hoje, com animações detalhadas tanto para humanos, quanto para os animais. E isso inclui tudo, desde a forma como os cavalos se movem em diferentes terrenos até as expressões faciais dos personagens durante interações intensas.

Iluminação Global em Red Dead Redemption 2
Iluminação Global em Red Dead Redemption 2

Apesar de toda essa complexidade gráfica, a Rockstar otimizou Red Dead Redemption 2 de modo que ele roda de forma de forma estável nos consoles de 8ª geração, equilibrando fidelidade visual com desempenho técnico. A empresa conseguiu isso através de uma série de otimizações no motor gráfico e no uso eficiente de recursos de hardware. Já na versão de PC, o céu é o limite e a lista de ajustes gráficos é imensa.

Red Dead Redemption 2 foi massivamente aclamado por críticos e jogadores por sua história envolvente, profundidade de mundo aberto e atenção aos mínimos detalhe. Seu sucesso não foi só comercial, mas também como um marco técnico e artístico, solidificou o lugar de Red Dead Redemption 2 como um dos jogos da 8ª geração mais impressionantes.

Desempenho

  • Xbox One S: 1080p (864p) / 25-30fps
  • Xbox One X: 4k (dinâmico) / 30fps (com melhoria na resolução de texturas e oclusão ambiental)
  • Platystation 4 Slim: 1080p Nativo / 25-30fps.
  • PlayStation 4 Pro: 4k (dinâmico) / 30fps (com melhoria na resolução de texturas)
  • PC (requisitos mínimos): Intel Core i7-4770K ou AMD Ryzen 5 1500X, 12 GB de RAM e uma Nvidia GeForce GTX 1060 6GB ou AMD Radeon RX 480 de 4GB.

A Obsessão com Ray Tracing na Geração Atual

O advento do Ray Tracing como uma novidade dos consoles de 9ª geração prometeu revolucionar a maneira como a luz, sombras e reflexos são renderizados em cena, prometendo um realismo visual quase fotográfico. No entanto, apesar da sua capacidade de aprimorar significativamente a fidelidade gráfica, o Ray Tracing também levanta questões controversas sobre seu impacto no desempenho geral dos jogos e se, de fato, contribui tanto assim para uma experiência de jogo superior.

Resolução VS Desempenho

Indo por partes, o Ray Tracing é extremamente exigente em termos de recursos computacionais. Nos consoles, onde o hardware é “fixo” e não pode ser atualizado pelos usuários, implementar o uso de Ray Tracing significa que o desenvolvedor var precisar abrir mão de outras coisas, como a resolução interna e a taxa de quadros. Isso acontece porque o Ray Tracing demanda uma quantidade muito maior de poder de processamento para calcular como os raios de luz interagem com os objetos no ambiente.

Frequentemente, jogos que utilizam traçado de raios acabam tendo que rodar em resoluções mais baixas ou com taxas de quadros “capadas” a 30fps para manter uma jogabilidade aceitável. Isso coloca muitos jogadores diante de um dilema: escolher entre aproveitar os recursos gráficos de ultima geração ou optar por uma experiência fluida em 60 quadros por segundo.

Existe um debate constante na indústria de jogos e principalmente entre os jogadores sobre se o Ray Tracing é realmente uma revolução necessária ou um “engodo” tecnológico. As melhorias visuais que ele proporciona muitas vezes não compensam os compromissos de desempenho.

Veja bem, por vezes, o uso de Ray Tracing faz uma grande diferença visual, mas a taxa de quadros é severamente penalizada. Nos consoles, muitos detalhes são reduzidos ou até mesmo tirados de cena para acomodar os recursos de Ray Tracing, levantando questões sobre a viabilidade de sua implementação.

Reconstrução Temporal de Imagem VS Otimização

O aumento da popularidade da reconstrução temporal de imagem, com tecnologias como FSR da AMD, DLSS da NVIDIA, e XeSS da Intel, oferece uma alternativa ao compromisso entre qualidade de imagem e desempenho.

Essas tecnologias facilitam a obtenção de taxas de quadros mais altas, aprimorando significativamente a resolução final a partir de uma imagem de resolução inferior. Por exemplo, no jogo Returnal, a renderização interna é feita em 1080p. Essa imagem então passa por um processo avançado de reconstrução por meio de inteligência artificial, que a transforma e a eleva a uma resolução de saída de 4K. Esse método permite uma experiência visual de alta qualidade sem exigir o mesmo nível de processamento que uma renderização nativa em 4K demandaria. Legal, né?

No entanto, isso também levanta preocupações de que tais recursos possam incentivar os desenvolvedores a se tornarem “preguiçosos” na otimização de seus jogos, confiando mais em truques de pós-processamento em vez de aprimorar o desempenho do jogo em um nível mais básico. Além disso, enquanto essas tecnologias podem produzir resultados impressionantes em 4K, em resoluções de saída mais baixas como 1080p, muitos usuários relatam uma percepção de imagem embaçada, o que em muitos casos compromete a experiência visual.

Em Rise of the Ronin, nem mesmo reconstrução temporal conseguiu resolver os problemas de desempenho.

Jogos da 8ª geração Fizeram Milagres

Embora o Ray Tracing ofereça melhorias visuais indiscutíveis, sua implementação nos jogos da geração atual é totalmente dependente de Reconstrução Temporal. Mesmo em um PC Gamer com hardware high-end, é um desafio sustentar uma taxa de quadros alta e estável com Ray Trace habilitado sem uso de DLSS, FSR ou XeSS.

Os desenvolvedores devem encontrar um equilíbrio entre usar o Ray Tracing e outras técnicas para criar experiências de jogo que não apenas pareçam boas, mas também funcionem bem, mantendo uma taxa de quadros pelo menos estável e uma resolução capaz de exibir esses recursos avançados. À medida que a tecnologia avança, esperamos ver inovações mais eficazes que integrem o Ray Tracing sem comprometer aspectos cruciais do desempenho dos jogos.

Obrigado por nos acompanhar até o fim, espero que tenha gostado da leitura. Nos conte aqui nos comentários quais desses jogos extraordinários você já jogou e não deixe de ajudar a espalhar a palavra compartilhando com seus amigos. Até a próxima!

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