Inteligência artificial é um dos tópicos mais quentes, quando o assunto é tecnologia. Existem softwares de IA para tudo hoje em dia: de avançados sistemas de cibersegurança, smartphones modernos e até programas que ajudam a estudar para concursos públicos. Trata-se de uma das tecnologias mais disruptivas do momento e pode ser considerada o cérebro da chamada “Indústria 4.0”.
A indústria dos jogos digitais, como de costume, se adaptou rapidamente à nova tecnologia e os impactos no setor não foram menos transformadores. Confira os principais impactos da IA no mundo dos games.
A Nova Indústria dos Games
Quem acompanha a evolução dos jogos eletrônicos desde sua popularização por estas bandas, décadas atrás, sabe que a experiência de jogo se transformou completamente. Não só a jogabilidade mudou, mas a acessibilidade também. Ninguém mais precisa de video game para jogar jogos que antes só rodavam em consoles de última geração; dá para jogar direto no smartphone.
Além disso, as opções e a variedade de jogos online gratuitos aumentou bastante, como os jogos demo da Pragmatic Gaming em casinos.com, por exemplo. Isso sem falar nas centenas de milhares de títulos disponíveis no Google Play e na App Store, números que aumentam a cada ano. Existe um componente comum por trás de jogos tão diversos: a inteligência artificial, seja na fase de desenvolvimento ou na própria experiência de jogo.
Com a ajuda de softwares de inteligência artificial, desenvolvedores podem testar e identificar erros muito mais rapidamente, automatizando diversas etapas do processo. Além disso, esta tecnologia ajuda a “dar vida” aos personagens do jogo, com interações bem mais vívidas e complexas do que os antigos NPCs.
Principais Transformações
Se engana quem pensa que a IA chegou no mundo dos jogos ontem; ela sempre esteve, desde os tempos de Pac Man. Porém, não há dúvidas de que esta tecnologia avançou e muito. Abaixo, algumas das transformações mais relevantes dos jogos recentes.
Personagens Mais Inteligentes
Quem não se lembra dos famosos “personagens não-jogáveis” (NPCs) dos jogos de antigamente? Não falavam mais do que meia-dúzia de frases e eram tão “envolventes” quanto um chatbot de atendimento de banco. Estes personagens estão cada vez mais interativos, complexos e menos previsíveis. Da mesma forma, os adversários se tornaram menos previsíveis, criando novas táticas para se adaptar a cada jogador.
Linguagem Natural
Com a inteligência artificial, os jogadores também ficaram menos reféns dos botões. Jogos que permitem interação por meio de linguagem natural estão cada vez mais comuns. Dessa forma, os jogadores podem interagir utilizando comandos de voz, oferecendo muito mais interatividade.
Experiência Muito Mais Personalizada
Os softwares que analisam os hábitos e o estilo de jogo dos usuários estão cada vez mais refinados. Estes softwares são embutidos nos jogos, fornecendo dados para a criação automática de elementos de jogo baseando-se nessas informações. O resultado é uma experiência única de jogo para cada usuário.
Otimização dos Gráficos
A melhoria da qualidade gráfica dos jogos em muito se deve ao avanço das placas e processadores de vídeo. No entanto, a IA também desempenha um papel fundamental aqui. Sistemas como o DLSS (Deep Learning Super Sampling), permitem a otimização das imagens em tempo real, com algoritmos que preveem a sequência de frames. Este sistema, desenvolvido pela NVIDIA, também adapta os gráficos às condições de cada hardware.
Criação de Mundos Abertos
A tecnologia de geração procedural de conteúdo permite a criação instantânea de mundos abertos incrivelmente detalhistas. À esta tecnologia, os gamers também devem a possibilidade de exploração de mundos infinitos, como acontece em jogos como No Man’s Sky, Minecraft, e tantos outros jogos de aventura.
Criatividade Artificial
A IA generativa também é usada na criação de cenários realistas, vozes de personagens e sugestões de concepção artística. Cada vez mais, este tipo de ferramenta integra o processo criativo, auxiliando roteiristas na criação de novas histórias e designers na criação de novos conceitos estéticos. Em tese, é possível criar um novo jogo do zero apenas com IA. Porém, a mão humana continua sendo fundamental neste mercado.
Por exemplo, o game designer é o profissional responsável por desenvolver os principais elementos do jogo: regras, controles, chefões, etc. Neste caso, ferramentas de IA podem melhorar bastante a qualidade do trabalho do game designer, não sendo uma ameaça para a sua profissão. Por outro lado, ainda existe um sério debate sobre as implicações éticas de substituir roteiristas e dubladores por inteligência artificial. Há a questão do direito autoral. Considerando que programas de IA generativa se baseiam em conteúdos encontrados na internet, quem deve receber os direitos autorais?
Além disso, essas ferramentas são realmente capazes de criar histórias originais e verdadeiramente imersivas, já que apenas se baseiam em conteúdo da internet? No Brasil, esta indústria caminha a passos largos, registrando crescimento de 700% nos últimos 10 anos e uma proposta de regulamentação do uso e desenvolvimento da IA no Brasil foi recentemente aprovada pelo Senado, mas ainda depende de outros trâmites para virar lei.