Atlus

A Atlus é uma desenvolvedora e editora de jogos japonesa, sediada em Tóquio, e uma das pioneiras do setor no país, tendo desempenhado um papel fundamental na indústria de videogames desde a sua fundação.

Com uma rica história e uma série de franquias marcantes, a Atlus conquistou um lugar de destaque no coração dos jogadores em todo o mundo. Sua maior criação, vale lembrar, é a série Megami Tensei, seu grande sucesso comercial, e uma das principais sagas de RPG de toda a história.

Neste artigo, vamos conhecer mais profundamente a Atlus, seu processo de desenvolvimento, evolução, situação atual, principais jogos desenvolvidos pela empresa e muito mais. Acompanhe!

Quando a Atlus foi fundada?

A desenvolvedora foi fundada no dia 7 de abril de 1986, em Shinjuku, Tóquio, Japão, como Atlus Co., Ltd.

Quem são os fundadores da Atlus?

A empresa foi fundada diretamente por Naoya Harano, desenvolvedor que, no período, trabalhava na Tecmo (atual Koei Tecmo Games). Harano deixou seu local de trabalho juntamente com outros 6 ex-funcionários, dentre os quais destaca-se o nome de Koichi Okada, para fundar uma nova marca onde pudessem atuar de forma independente.

Quem são os atuais proprietários da Atlus?

Desde o ano de 2013 a Atlus é uma marca subsidiária da Sega, uma das gigantes da indústria de videogames. Para entender seu processo de aquisição, basta continuar acompanhando nosso conteúdo! Na parte da história falamos mais sobre isso.

O que a Atlus oferece?

Como mencionado, a Atlus é uma desenvolvedora e editora japonesa de jogos que oferece uma ampla variedade de experiências únicas para jogadores de todo o mundo.

Seu portfólio diversificado abrange desde séries de RPG profundas e desafiadoras, como Megami Tensei e Persona, até aventuras de exploração em masmorras com Etrian Odyssey e simulações cirúrgicas envolventes com Trauma Center.

A empresa é conhecida por sua narrativa cativante, mecânicas de jogo inovadoras e um compromisso com a qualidade. A Atlus continua a encantar e surpreender os jogadores, oferecendo experiências de jogo únicas que abrangem diversos gêneros, enriquecendo o mundo dos videogames com sua criatividade e paixão pelo entretenimento interativo.

Um pouco da história da empresa

Como mencionado, a história da Atlus começa na metade final da década de 80, quando 7 funcionários deixam a então Tecmo, que também atuava no setor de tecnologias, para fundar uma empresa própria.

Liderados por Naoya Harano, a nova marca, que recebeu o nome de Atlus Co., Ltd., começou sua atuação como uma desenvolvedora, apenas. Assim, ela desenvolvia jogos para computador e os publicava através de outras editoras.

De desenvolvedora a editora

Um ponto interessante é que, mesmo “engatinhando” no mercado, a empresa logo buscou variar seu portfólio de trabalhos. Uma mostra disso se deu ainda em 1987, quando ela começou também a vender equipamentos de diversão.

Dois anos depois, a Atlus expandiu-se novamente, agora para o ramo de venda de equipamentos de karaokê. E ainda em 1989 lançou também o seu primeiro videogame como sendo sua própria editora: Puzzle Boy, que chegou para o Game Boy. Ou seja, a partir desse período, além de desenvolver os títulos, ela também passou a publicar essas obras criadas.

Entrada no mercado arcade e a fabricação do Purikura

A partir da década de 90, a Atlus começou a produzir também jogos voltados para a indústria arcade. A estreia, nesse caso, aconteceu em 1992, com o título BlaZeon.

Três anos mais tarde, através de uma parceria da empresa com a Sega, foi lançado o Print Club (Purikura), uma cabine de fotos que, inicialmente, foi alocado nos fliperamas, mas logo chegou aos karaokês, estações de trem, etc.

O Purikura é um dos precursores do famoso sistema de selfies atual, e as máquinas produzidas pela dupla fizeram bastante sucesso no período. Para se ter uma ideia, mesmo com tudo indo bem no cenário de jogos, em 1996, a comercialização dessas cabines representava cerca de 70% da receita da Atlus.

Criação da filial norte-americana

Em 1991, a fim de conseguir um maior destaque internacional, a desenvolvedora resolveu criar uma filial no território norte-americano. É assim que nasce a Atlus West, que, no período, foi chamada de Atlus U.S.A., Inc.

Como uma marca subsidiária, a nova filial, sediada em Irvine, California, ficou responsável por publicar jogos criados pela companhia e também por outras desenvolvedoras. Dentre seus trabalhos mais conhecidos dentro dos Estados Unidos, vale a pena citar a localização do título cult Disgaea: Hour of Darkness, que foi produzido pela Nippon Ichi Software.

Abertura de capital da empresa

Atuando como uma empresa independente até então, a Atlus resolveu abrir seu capital e entrar na Bolsa de Valores de Tóquio no ano de 1997, sendo listada na JASDAQ.

Além do IPO, buscando aumentar ainda mais a sua presença dentro da indústria de diversões, a marca adquiriu o fabricante Apies que, até então, pertencia a Yubis Corporation. A negociação foi efetivada em 1999. No ano seguinte, a empresa formou uma joint venture com o grupo Kadokawa Shoten, a fim de distribuir e vender jogos.

Entretanto, apesar do cenário mais promissor, os resultados não vieram como esperado, e a desenvolvedora amargou prejuízos significativos no período.

A venda para a Takara e para a Index Holdings

Infelizmente, a Atlus sofreu bastante com os péssimos resultados financeiros que obteve nos anos de 1999 e 2000. Buscando resolver seus problemas, acabou vendendo a sua subsidiária Apies para os funcionários, através de uma aquisição de gestão (MBO).

Posteriormente, em outubro de 2003, a empresa acabou sendo efetivamente adquirida pela marca japonesa de brinquedos Takara, tornando-se sua subsidiária integral. No entanto, a Atlus não permaneceu muito tempo dentro do grupo.

Isso porque já em novembro de 2006, a Index Holdings anunciou que havia adquirido a desenvolvedora, comprando cerca de 7,7 milhões de suas ações. A partir de então, a Atlus passou a ser uma subsidiária da Index.

A aquisição da marca pela Sega

Sob o comando da Index Holdings, que foi renomeada na época para Index Corporation, a Atlus deixou efetivamente de existir, como empresa, entre 2010 e 2013. Isso porque a marca foi absorvida em um processo de fusão entre ambas, sobrando somente a empresa-mãe.

De todo modo, o seu nome continuou a ser utilizado no Japão para se referir ao setor de jogos da Index. Quanto à filial norte-americana, embora ela tenha permanecido ativa, acabou sendo renomeada para Index Digital Media.

O seu ressurgimento veio justamente com a falência da Index Corporation, que, infelizmente, sucumbiu ao forte mercado (principalmente pelo seu enfraquecimento devido ao fechamento do Japan Promotion Bank, que era o banco com o qual ela estava localizada). Assim, todo grupo, incluindo a Atlus e a Atlus USA, foram adquiridos pela Sega, gigante do setor gamer.

Após mais de três anos e meio em inércia, o nome Atlus foi efetivamente revivido pela Sega em fevereiro de 2014, designando uma parte desse mercado de jogos digitais, soluções e conteúdos, que foi dividido da Index.

Quais são os principais jogos da Atlus?

Como mencionado, a Atlus conta com algumas franquias bastante conhecidas do público. Veja os destaques!

Megami Tensei

Megami Tensei é justamente a franquia de jogos mais conhecida da Atlus, sendo considerada, inclusive, uma das maiores sagas de RPG da história. Sua estreia aconteceu no dia 11 de setembro de 1987, com o título inaugural Digital Devil Story: Megami Tensei. Foi dessa série, aliás, que surgiu o mascote da empresa, Jack Frost, sendo ele um popular personagem demoníaco recorrente em seus títulos.

Shin Megami Tensei, como é conhecido internacionalmente, é um jogo que mergulha os jogadores em um mundo sombrio e opressivo, dominado por divindades tirânicas. A obra coloca o protagonista principal no centro da narrativa, desafiando-os a adquirir o poder necessário para sobreviver e prosperar em meio a esse cenário desafiador.

O que diferencia a série de outros famosos RPGs é a sua jogabilidade inovadora e desafiadora. A dificuldade elevada tornou-se uma característica marcante, atraindo jogadores que buscam um desafio significativo em seus jogos. Além disso, várias mecânicas de jogo se mantiveram consistentes ao longo das várias versões da franquia.

Um elemento-chave presente em todos os jogos da série é a capacidade de recrutar demônios para lutar ao lado do jogador em batalha. Essa mecânica adiciona uma camada de estratégia e complexidade ao jogo, pois os jogadores devem tomar decisões estratégicas sobre quais demônios recrutar e como usá-los efetivamente em combate.

Além disso, Megami Tensei é conhecida por permitir os jogadores fundirem dois demônios diferentes para criar um demônio mais poderoso, expandindo ainda mais as possibilidades estratégicas. A saga é repleta de títulos envolventes, que continuam sendo produzidos juntamente com a Sega. Veja alguns destaques:

• Digital Devil Story: Megami Tensei II (1990),
• Shin Megami Tensei III: Nocturne (2003),
• Shin Megami Tensei: Strange Journey (2009),
• Shin Megami Tensei IV: Apocalypse (2016), e
• Shin Megami Tensei V (2021).

Persona

Uma mostra da relevância de Megami Tensei é que a série ganhou um franquia de jogos derivada, e que também gerou bastante sucesso. Persona é um spin-off desenvolvido pela Atlus, novamente sequenciado pela Sega.

A estreia da série aconteceu em 20 de setembro de 1996, com o título Revelations: Persona. Vale lembrar que Revelations é justamente um dos nomes pelo qual Megami Tensei é conhecida.

Um aspecto que define essa franquia é o conceito de “Persona”, manifestações físicas da psique e do subconsciente dos personagens, habilmente utilizadas em combates. A ambientação da série se passa no cenário moderno do Japão, oferecendo uma perspectiva única que contrasta com muitos outros RPGs.

Nesse caso, o centro dessa narrativa se concentra em um grupo de estudantes do ensino médio, explorando suas vidas cotidianas enquanto enfrentam desafios extraordinários. Assim como na série principal Megami Tensei, Persona apresenta um protagonista principal que, muitas vezes, é silencioso. Essa escolha de protagonista permite uma imersão profunda na narrativa.

Quanto a sua jogabilidade, ela gira em torno do combate, que envolve uma variedade de inimigos, incluindo Demônios, Sombras e, claro, as Personas. Os jogadores têm à disposição uma ampla gama de opções táticas para enfrentar essas ameaças.

Isso inclui ataques físicos padrão, que podem ser executados com armas brancas de curto alcance ou projéteis de longo alcance, além de ataques mágicos, que adicionam uma dimensão estratégica fascinante. O uso de itens, a habilidade de se defender e a opção de escapar em situações adversas completam o conjunto de opções táticas disponíveis para os jogadores. Veja alguns dos títulos de destaques da saga:

• Persona 2: Innocent Sin (1999),
• Persona 2: Eternal Punishment (2000),
• Persona 3 (2006),
• Persona 4 (2008),
• Persona 5 (2016), e
• Persona 5 Strikers (2020).

Etrian Odyssey

Outro sucesso da Atlus é Etrian Odyssey, uma série de RPG de dungeon crawler desenvolvida e publicada principalmente pela empresa, recebendo sua continuidade sob a tutela da Sega.

A franquia fez sua estreia em 18 de janeiro de 2007, com o título Etrian Odyssey, e abriu o caminho para diversas outras atualizações futuras, como é o caso de:

• Etrian Odyssey II: Heroes of Lagaard (2007),
• Etrian Odyssey III: The Drowned City (2010),
• Etrian Odyssey IV: Legends of the Titan (2012),
• Etrian Odyssey V: Beyond the Myth (2014),
• Etrian Odyssey Nexus (2018), e
• Etrian Odyssey Origins Collection (2023).

Em seu título original, o jogo oferece uma experiência de exploração única e envolvente, centrada na exploração em primeira pessoa de uma masmorra chamada Labirinto Yggdrasil. O coração do jogo está sobre a habilidade do jogador em formar e guiar um grupo de aventureiros, dando-lhes vida com personalidades e habilidades únicas.

A exploração de Etrian Odyssey é uma tarefa desafiadora, na qual os jogadores devem mapear cada detalhe da vasta masmorra, garantindo que cada passo seja calculado e preciso. A mecânica de movimento e combate é estritamente baseada em turnos, o que acrescenta uma camada de estratégia à experiência, onde cada decisão pode ser vital.

Visualmente, o jogo combina elementos de computação gráfica 3D para criar ambientes relativamente simples, com sprites 2D que representam inimigos em quadros únicos. Essa abordagem dá ao Labirinto Yggdrasil uma atmosfera bem diferenciada.

Trauma Center

Trauma Center também é uma série de jogos da Atlus que obteve destaque internacional. A franquia teve início no dia 16 de junho de 2005, quando foi lançado o título Trauma Center: Under the Knife, e logo ganhou novas continuações, onde destacam-se:

• Trauma Center: Second Opinion (2006),
• Trauma Center: New Blood (2007),
• Trauma Center: Under the Knife 2 (2008), e
• Trauma Team (2010).

A saga oferece uma experiência única ao combinar elementos de simulação cirúrgica e narrativa estilo visual novel. Os jogadores mergulham em um mundo de medicina avançada ambientado em um futuro próximo na Terra. Neste cenário, procedimentos médicos inovadores são empregados para tratar pacientes em situações extremas, incluindo surtos de vírus mortais.

A série gira em torno da Caduceus, uma fundação médica semi autônoma com presença global, que atua tanto como um órgão de pesquisa médica quanto na luta contra o bioterrorismo por meio do uso de vírus artificiais. Criada na Europa, a organização estabeleceu filiais em todo o mundo.

Um aspecto marcante de Trauma Center é a presença de elementos de ficção científica e sobrenaturais nas narrativas, que acrescentam uma camada de complexidade e mistério. Os jogadores vivenciam procedimentos cirúrgicos, diagnósticos, medicina de emergência, endoscopia, ortopedia e medicina legal, explorando uma variedade de profissões médicas dentro dessa narrativa.

Considerações finais

Como foi possível observar, a Atlus é uma força incontestável na indústria de jogos eletrônicos, uma empresa que transformou sonhos em realidade para milhões de jogadores em todo o mundo.

Sua dedicação à inovação e à narrativa envolvente resultou em franquias que se tornaram ícones, como Megami Tensei e Persona, cativando os corações dos jogadores com suas tramas complexas e jogabilidade desafiadora.

Por fim, passando por pontos altos e baixos ao longo dos anos, a aquisição pela Sega em 2013 ajudou a reviver a empresa dentro da indústria. Essa união de forças permite então que a Atlus continue a criar jogos de alta qualidade e a encantar os jogadores com narrativas profundas e mecânicas de jogo inovadoras.